O ROTO E OS ESFARRAPADOS

VIA SACRA PASCAL RECOLHE

ASSINATURAS PRÓ-MANUEL ANTÓNIO

O candidato laranja do Ambiente faz pela vida e pelos votos internos. Ao mesmo tempo, num ataque frontal aos delfins rivais, aparece na 'praça pública' denunciando que falar na 'praça pública'... é destruir o PPD.

Subir ao Calvário de carro não custa nada.

O tempo de férias pascais que atravessamos é propício ao labor no terreno. Os cidadãos apresentam-se mais disponíveis para ouvir sermões. No caso, as virtudes da candidatura à liderança do PPD-Madeira encarnada pelo secretário regional Manuel António Correia.

O que se passa é que apoiantes operacionais de Manuel António andam no terreno, em freguesias recônditas da Madeira, de lista em punho a recolher os dados dos militantes abertos a dar o seu contributo à candidatura. Se até há pouco tempo se calculava um elevado número de assinaturas - mil -, com este 'forcing' a consistência do movimento melhora ainda mais.

Os operacionais vão por aí dentro, param aqui e ali, dizem ao que vão e finalmente estendem papel e esferográfica.

Uma espécie de via sacra, em harmonia com o período religioso que se vive.

Há 2 mil e tal anos, a via sacra genuína consistiu num percurso penoso pontuado por algumas estações onde o Salvador começou por tomar a cruz em cima do ombro. Então, com algumas quedas no percurso, subiu ao Monte Calvário, onde O pregaram na cruz.

Simbolicamente, há políticos do Laranjal com o seu calvário por trepar ao longo dos próximos 6 meses. 

Por estes dias, corre a tal via sacra à cata de assinaturas.

...O que passaria sem reparo se a caminhada não se processasse em cómoda viatura pertencente a serviços do governo.

Ou há democracia ou comem todos, não é?

Se nos permitem, deixamos também aqui uma referência às inesperadas declarações do mesmo candidato laranja, esta quarta-feira no DN.  

Manuel António diz nessa peça que acha errado os outros candidatos atacarem o partido. Vai daí, ele próprio ataca o partido, obviamente representado pelos outros candidatos laranja, que também são gente.

O homem do Ambiente condena com todas as letras o debate que está a ser travado na 'praça pública', classificando as exposições dos outros candidatos como "sound-bytes que não acrescentam nem trazem novidades".

Ninguém sabe o que pode 'destruir' mais um partido: o candidato dar a cara e apresentar publicamente o seu projecto, que interessa aos militantes e aos madeirenses em geral; ou o candidato manter-se na obscuridade dos bastidores do partido, sem dizer ao que vem com o argumento de que é cedo.

Um problema que merece reflexão.

Nada temos a ver com a guerra, mas da nossa parte preferimos o confronto com 'sound-bytes' à traiçoeira sornice do 'sound of silence'.

Dizer que levar questões partidárias à praça pública é destruir o partido e fazer o mesmo, que diabo de teoria!

Umas amêndoas, para adocicar todo este fel.