NA TERRA DO FERRY PERDIDO
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(Foto JM) |
O nosso acalorado solstício chega aqui acima dentro de duas semanas. Enfim, mais um Verão sem ferry que ligue a Madeira ao exterior por mar. Conseguintemente, os cidadãos impossibilitados de viajar de avião continuam sequestrados nos penhascos atlânticos. Ficam aí especados um bocadinho em cada esquina, da 'Mundus' para o 'Golden', dos gelados do Phelps para o Mercado, os potenciais turistas ilhéus. Aqueles que sonharam desembarcar na Península dentro do seu automóvel para desopilar Continente e Europa dentro, esconjurando durante uns dias a por vezes asfixiante vida insular.
Depois das promessas apregoadas já no tempo da corrida de Delfins, o entretanto promovido governo vegeta no quentinho, indiferente aos ecos das esperanças que trombeteou noutros tempos. Quando avisava que os lobbies dos portos e dos transportes marítimos haviam de acabar... doesse a quem doesse.
No capítulo das práticas, continuamos com uma governação árida. Onde nada floresce. Nem a porcaria de duas ou três viagem de ferry por ano o Blue Establishment convence o governo central a custear. Porque o assunto é de continuidade/descontinuidade territorial. O português do Continente pode ir de passeio e chegar ao extremo leste da Europa. Até de triciclo, de skate ou a pé, se lhe der na telha. O português das ilhas que não pode ou não quer meter-se no avião vive mais isolado do que no século XIX e nos séculos anteriores. Nessas épocas, havia meia dúzia de barcos por dia em escala no Funchal com destino a variadíssimas partes do mundo. Por falta de transporte ninguém morria de tédio cá nos penhascos. E veja-se o que acontece hoje: sequestrados na sua própria terra.
O desgoverno das Angústias, que gasta balúrdios mal gastos para efeitos eleitorais, nem sequer equaciona a hipótese de ir ao erário regional, já que dentro de tanta diplomacia 'bem sucedida' não arranca nada a Lisboa, não encara portanto a hipótese de ser o erário a entrar com um subsídio, a título de serviço público, para viabilizar umas quantas ligações anuais por ferry! Uma que seja!
Este governo é perito a propagandear na sua imprensa que 'quer' fazer isto, que 'projecta' fazer aquilo, que 'idealiza' tratar daqueloutro. E depois não aparece nada feito. Resultados práticos, um deserto. Mas a propaganda fugaz entretanto chegou ao destino. A preço de ouro.
Depois, temos o PS, mergulhado em reuniões diárias com o ministro disto, com o secretário de Estado daquilo, tudo a merecer as procuradas imagens nos media, e depois nada de concreto surge. Nem a trampa de uma ligação ferry estes súcias, que estão no poder em Lisboa e se gabam de estar a fazer tanta m... pela Madeira, nem uma viagenzinha conseguem pôr Lisboa a custear, para contentar os conterrâneos que lhes dão tacho.
O solstício de Junho vem aí, a esmagadora maioria dos Madeirenses, obrigados a férias cá dentro, contam com ele para os banhos no nosso calhau, onde também se recebe um bronze luzidio.
É melhor mesmo aceitar a prisão forçada, porque os fala-barato da política doméstica, incluindo os que só aparecem cá em part-time, não se preocuparão com a chatice do ferry. Esses não precisam dele. Nem no Verão nem em qualquer outra época do ano.
Deixá-los continuar gozar a silly season, que para eles dura o ano inteiro.
O Governo faz de conta. Os únicos tiros a sério são nos pés. O resto é tudo pólvora seca.
ResponderEliminarEstou desejando ouvir o Jardim falar depois daquela que será, poucas dúvidas restam, a maior derrota do PSD/M nas próximas autárquicas. É que o Papadas ao menos tinha o PAEF para se desculpar, este sem PAEF não faz nada, é zero à esquerda em tudo.
ResponderEliminarLembram-se???
ResponderEliminarhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/politica/480188-peticao-para-ter-ferry-madeira-continente-ja-pode-ser-discutida-na-assem
O homem dos 300 prometeu e nada. Bem faz o Menezes. Diz que ajudou o homem dos 300 e recebe mil e tal euros e não faz nada
Chamem-lhe tonto
Os sousas agradecem!
ResponderEliminarMiguel albuquerque quer ganhar as próximas autarquicas?ahahhaah
ResponderEliminarMiguel Albuquerque é o maior FLOP que já se viu nas redondezas, mas no fundo quem o conhecia já sabia disso.
ResponderEliminarOs Sousas mandam nisto tudo, até na Câmara despacharam três vereadores de uma assentada só. O Cafofo e o Albuquerque nunca vão permitir que alguém faça mal ao negócios deles. Ferry adeus!
ResponderEliminarCaro anónimo das 15:43, diga-me onde anda esse dinheiro porque estou desempregado e teso sff.
ResponderEliminarCaros Leitores
ResponderEliminarUma entidade indeterminada dirigiu directamente à minha pessoa uma pergunta relacionada com o ferry Armas, no âmbito desta peça 'silly season'. Como é óbvio, mal cheguei ao fim desse comentário-pergunta, como é óbvio.
Mais recentemente, recebo, supostamente da mesma entidade indeterminada, uma pergunta suplementar: por que não dei andamento à questão colocada?
Peço aos Leitores que, se por absurdo andarem nas 'alturas' e detectarem a entidade, por favor transmitam a necessidade de ela identificar o comentário-pergunta, neste caso - já que me dirige directamente uma pergunta. Terei então todo o prazer em publicar o dito comentário e a resposta que me é solicitada, que deste modo já será dirigida a alguém determinado e não a uma entidade indeterminada. Tudo muito simples.
Sim, a 'silly season' está aí à porta, o pessoal começa a ficar tontinho, mas, por enquanto, não falo com fantasmas.
Obrigado e desculpem a maçada.
LCalisto
Resposta adequada e à maneira de Luís Calisto!! Adorei!!
EliminarO AJJ faz cada vez mais falta.
ResponderEliminarAdorei este texto do Calisto, pois foi directo, frontal e, chamou os bois pelos nomes dizendo o que tinha a dizer.
ResponderEliminarPara bom entendedor, poucas palavras bastam.
Caros leitores.
ResponderEliminarQuem é que manda no Governo Regional?
1º, Presidente do GR Eduardo Jesus.
2º, Presidente do GR Sérgio Marques.
3º, Presidente do GR Miguel Albuquerque
Estes 3 kekes vão sofrer uma grande derrota eleitoral no próximo ano.
O título correcto seria "Na Terra do Ferry Proibido.
ResponderEliminarE os continentais além de poderem ir ao extremo leste da Europa também podem ir ao extremo sul da Europa de ferry até às Canárias a partir de Huelva, mas estão impedidos de ir até ao extremo sul de Portugal.