segunda-feira, 6 de junho de 2016

Silly season todo o ano



NA TERRA DO FERRY PERDIDO

(Foto JM)


O nosso acalorado solstício chega aqui acima dentro de duas semanas. Enfim, mais um Verão sem ferry que ligue a Madeira ao exterior por mar. Conseguintemente, os cidadãos impossibilitados de viajar de avião continuam sequestrados nos penhascos atlânticos. Ficam aí especados um bocadinho em cada esquina, da 'Mundus' para o 'Golden', dos gelados do Phelps para o Mercado, os potenciais turistas ilhéus. Aqueles que sonharam desembarcar na Península dentro do seu automóvel para desopilar Continente e Europa dentro, esconjurando durante uns dias a por vezes asfixiante vida insular.
Depois das promessas apregoadas já no tempo da corrida de Delfins, o entretanto promovido governo vegeta no quentinho, indiferente aos ecos das esperanças que trombeteou noutros tempos. Quando avisava que os lobbies dos portos e dos transportes marítimos haviam de acabar... doesse a quem doesse.
No capítulo das práticas, continuamos com uma governação árida. Onde nada floresce. Nem a porcaria de duas ou três viagem de ferry por ano o Blue Establishment convence o governo central a custear. Porque o assunto é de continuidade/descontinuidade territorial. O português do Continente pode ir de passeio e chegar ao extremo leste da Europa. Até de triciclo, de skate ou a pé, se lhe der na telha. O português das ilhas que não pode ou não quer meter-se no avião vive mais isolado do que no século XIX e nos séculos anteriores. Nessas épocas, havia meia dúzia de barcos por dia em escala no Funchal com destino a variadíssimas partes do mundo. Por falta de transporte ninguém morria de tédio cá nos penhascos. E veja-se o que acontece hoje: sequestrados na sua própria terra.
O desgoverno das Angústias, que gasta balúrdios mal gastos para efeitos eleitorais, nem sequer equaciona a hipótese de ir ao erário regional, já que dentro de tanta diplomacia 'bem sucedida' não arranca nada a Lisboa, não encara portanto a hipótese de ser o erário a entrar com um subsídio, a título de serviço público, para viabilizar umas quantas ligações anuais por ferry! Uma que seja!
Este governo é perito a propagandear na sua imprensa que 'quer' fazer isto, que 'projecta' fazer aquilo, que 'idealiza' tratar daqueloutro. E depois não aparece nada feito. Resultados práticos, um deserto. Mas a propaganda fugaz entretanto chegou ao destino. A preço de ouro.  
Depois, temos o PS, mergulhado em reuniões diárias com o ministro disto, com o secretário de Estado daquilo, tudo a merecer as procuradas imagens nos media, e depois nada de concreto surge. Nem a trampa de uma ligação ferry estes súcias, que estão no poder em Lisboa e se gabam de estar a fazer tanta m... pela Madeira, nem uma viagenzinha conseguem pôr Lisboa a custear, para contentar os conterrâneos que lhes dão tacho.
O solstício de Junho vem aí, a esmagadora maioria dos Madeirenses, obrigados a férias cá dentro, contam com ele para os banhos no nosso calhau, onde também se recebe um bronze luzidio
É melhor mesmo aceitar a prisão forçada, porque os fala-barato da política doméstica, incluindo os que só aparecem cá em part-time, não se preocuparão com a chatice do ferry. Esses não precisam dele. Nem no Verão nem em qualquer outra época do ano.
Deixá-los continuar gozar a silly season, que para eles dura o ano inteiro.

14 comentários:

  1. O Governo faz de conta. Os únicos tiros a sério são nos pés. O resto é tudo pólvora seca.

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  2. Estou desejando ouvir o Jardim falar depois daquela que será, poucas dúvidas restam, a maior derrota do PSD/M nas próximas autárquicas. É que o Papadas ao menos tinha o PAEF para se desculpar, este sem PAEF não faz nada, é zero à esquerda em tudo.

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  3. Lembram-se???

    http://www.dnoticias.pt/actualidade/politica/480188-peticao-para-ter-ferry-madeira-continente-ja-pode-ser-discutida-na-assem

    O homem dos 300 prometeu e nada. Bem faz o Menezes. Diz que ajudou o homem dos 300 e recebe mil e tal euros e não faz nada
    Chamem-lhe tonto

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  4. Miguel albuquerque quer ganhar as próximas autarquicas?ahahhaah

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  5. Miguel Albuquerque é o maior FLOP que já se viu nas redondezas, mas no fundo quem o conhecia já sabia disso.

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  6. Os Sousas mandam nisto tudo, até na Câmara despacharam três vereadores de uma assentada só. O Cafofo e o Albuquerque nunca vão permitir que alguém faça mal ao negócios deles. Ferry adeus!

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  7. Caro anónimo das 15:43, diga-me onde anda esse dinheiro porque estou desempregado e teso sff.

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  8. Caros Leitores

    Uma entidade indeterminada dirigiu directamente à minha pessoa uma pergunta relacionada com o ferry Armas, no âmbito desta peça 'silly season'. Como é óbvio, mal cheguei ao fim desse comentário-pergunta, como é óbvio.
    Mais recentemente, recebo, supostamente da mesma entidade indeterminada, uma pergunta suplementar: por que não dei andamento à questão colocada?
    Peço aos Leitores que, se por absurdo andarem nas 'alturas' e detectarem a entidade, por favor transmitam a necessidade de ela identificar o comentário-pergunta, neste caso - já que me dirige directamente uma pergunta. Terei então todo o prazer em publicar o dito comentário e a resposta que me é solicitada, que deste modo já será dirigida a alguém determinado e não a uma entidade indeterminada. Tudo muito simples.
    Sim, a 'silly season' está aí à porta, o pessoal começa a ficar tontinho, mas, por enquanto, não falo com fantasmas.
    Obrigado e desculpem a maçada.
    LCalisto


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    1. Resposta adequada e à maneira de Luís Calisto!! Adorei!!

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  9. O AJJ faz cada vez mais falta.

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  10. Adorei este texto do Calisto, pois foi directo, frontal e, chamou os bois pelos nomes dizendo o que tinha a dizer.
    Para bom entendedor, poucas palavras bastam.

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  11. Caros leitores.
    Quem é que manda no Governo Regional?
    1º, Presidente do GR Eduardo Jesus.
    2º, Presidente do GR Sérgio Marques.
    3º, Presidente do GR Miguel Albuquerque
    Estes 3 kekes vão sofrer uma grande derrota eleitoral no próximo ano.

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  12. O título correcto seria "Na Terra do Ferry Proibido.
    E os continentais além de poderem ir ao extremo leste da Europa também podem ir ao extremo sul da Europa de ferry até às Canárias a partir de Huelva, mas estão impedidos de ir até ao extremo sul de Portugal.

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