Discurso de Gil Canha
no encerramento do debate
do Orçamento para 2019
“Horas Más” é
uma magnifica obra de Gabriel Garcia Marques e conta a história de um pequeno
vilarejo onde quase todas as manhãs são pregados anonimamente nas portas das
casas, panfletos, denunciando a vida privada deste e daquele, nomeadamente
casos de infidelidade, segredo de família e amores proibidos. A situação
torna-se de tal maneira explosiva e lamacenta, que leva o povoado a uma espécie
de Estado-de-sítio, com mortes, vinganças, e com aproveitamentos políticos pelo
meio.
Deste modo, só espero que a nossa
pequena comunidade insular não seja tomada por este género de contágio
asqueroso, de gente a escarafunchar na vida privada de cada um, no intuito de
alcançar sórdidos e repugnantes objetivos.
Mas, o mais grave e condenável, é
haver certa Imprensa da região a indicar dicas e achegas nas suas páginas
eletrónicas, com o objetivo patológico de guiarem os seus leitores em direção a
este pantanal putrefato.
Digo isto, como também condeno o
atual estado da nossa Imprensa escrita, onde a informação credivel,
independente e objetiva, deu lugar a uma espécie de leilão jornalístico, onde a
força política que promove mais encartes, mais iniciativas promocionais de
propaganda, mais “chouriços” - como se
diz na gíria jornalística - e aquela que desvia mais dinheiros públicos para os
seus proprietários, é a força política que triunfa, que tem mais destaque, e aquela cujos líderes
políticos mais aparecem com as suas cremalheiras sorridentes ao lado dos seus
pseudosucessos em celulose.
E como a maioria das pessoas não
estão treinadas nem preparadas para distinguir o que é jornalismo sério e o que
é propaganda e manipulação, tornam-se sem o saber, vítimas e agentes
teleguiados destes vendilhões de papel, nomeadamente no dia que irão meter o
seu voto na urna.
É tempo de se dizer basta! De se
acabar com esta sangria de dinheiro dos contribuintes a caírem diretamente nos
bolsos insaciáveis dos patrões destes órgãos de propaganda. Já estamos fartos
de ver jornais preocupados com o deputado que rasgou o papelinho; o videozinho
que os apanhou na retoiça; aquele outro que mascou pastilha elástica; ou um
outro que se excedeu numa noite de copos, situações censuráveis, é certo, mas
cuja importância é infinitamente menor, do que os grandes casos de corrupção
que abalam a nossa sociedade, como o desvio de milhões de euros dos
contribuintes para grupos privados; contratos públicos mafiados; monopólios de
rapina instituídos e protegidos; tachos na administração regional e municipal
para satisfazer clientelas políticas; apartamentos
onde são engendrados milhões de euros em faturas falsas; orçamentos participativos realizados para a
propaganda e para beneficiar filhos e enteados; ajustes diretos de negócios
públicos a sociedades amigas, em troca de favores monetários, tudo situações
deliberadamente abafadas ou publicados envergonhadamente em páginas interiores
que ninguém lê.
E ai daquele que se atreva a
desmascará-los e criticá-los, pois é logo crucificado e achincalhado nas folhas
dos respetivos jornais.
É este o estado calamitoso da nossa Imprensa
regional, onde os jornalistas de uma forma muito subtil são amordaçados e
manietados por estes poderes ocultos, e onde se promove a autocensura e o
encobrimento.
Por isso, senhores deputados, parece
que batemos no fundo! Vivemos “Horas Más”!
Força deputado Gil Canha! Em quase 60 anos de vida nunca vi um "porradão" tão grande nos diários de mr. Blandy e do srº Avelino! O primeiro a receber dinheiro da CMF para fazer a propaganda do srº cafôfo, e o segundo a receber dinheiro do GR para fazer a propaganda do srº Albuquerque! O jornalismo na madeira bateu no fundo. Quando é que vão surgir jornalistas a fazer o "contra poder", que é a essência de uma democracia, e não o "beija-mão" que se tem verificado nestas últimos anos na Madeira? Resta-nos o Fénix!
ResponderEliminarCanha tem razão o Diário bateu mesmo no fundo... até o Jornal da Madeira está mais corrosivo apesar de ser do Avelino e do eletrônico da Rbrava.
ResponderEliminarBoa Canha
ResponderEliminarSó o Paulo Martinho foi melhor que vossê.
Tem de dar mais porrada nos monopolistas dos Portos e do Betão
Os Soisas vendidos ao Mentiroso Careca e o Vilão a encher-se com o Vice
Esses infelizes dos Portos e o tubarão do motor estão tão famintos pelo dinheiro e pelo poder, que nem gozam com um Clássico.
Vossê no seu calhambeque inspira-se para lhes dar Sticada da grossa.
Os leitores e o Grande Luis calisto agradecem
São pagos por todos nós.
ResponderEliminarÈ Noticia
Cuidado Gil com os gajos do Diário. Os gajos não gostam que toques no gamelão e mais dia menos dia fazem o que fizeram comigo... perseguição, chantagem e depois dizem que tás louco.
ResponderEliminarParabéns Sr. Gil, já tem o meu voto, a verdade é para ser dita, se não qualquer dia passamos de humanos a robots (em parte já o somos...) numa sociedade completamente manipulada e com cada vez menos liberdade, onde a vigilância e o controlo das populações com contributo enorme dos meios de comunicação social se tornará uma realidade difícil de inverter..., autênticas lavagens cerebrais onde o rebanho segue o "pastor" até ao abismo…
ResponderEliminarEste abuso atroz sobre a vida privada das pessoas por parte de certos meios de comunicação tem que ser travado, o problema é que está a acontecer em todo o mundo e de todas as formas possíveis e imaginarias começando pela televisão e acabando em jornais de terceira categoria, eu chamo-lhes os "VAMPIROS DA COMUNICAÇÃO", pois chupam até o tutano casos da vida privada de certas figuras, veja-se o caso do Cristiano Ronaldo….Isto vale tudo para vender....mas culpa também têm as pessoas que consomem esse lixo…., é preciso acabar com isto de vez, pois ninguém tá livre de ser atacado pelos VAMPIROS DA COMUNICAÇÃO....e ver a sua vida privada devassada para servir os interesses da ganancia, fins políticos e outros....
O DN desapareceu agora só o encontramos de saia na zona do La Vie
ResponderEliminarMas existe imprensa livre e independente na Madeira? Onde?!
ResponderEliminarNa Fénix, ó das 00.13. Na Fénix.
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