Alguém já se interrogou para que servem dois milhões de euros numa fábrica que apenas empacota açúcar importado? A obsessão do Governo Regional está a evoluir para uma doença crónica: distribui a rodos milhões pelas empresas públicas falidas e depois esfrega-nos na cara, com o maior dos descaramentos, que elas dão lucro! Mais 2 milhões, também, para a conserveira de Santa Catarina, cheia de dívidas à banca e a fornecedores, para resultar, claro, em lucros. Cada comerciante da baixa das nossas cidades ou vilas devia sentar-se todo o dia de braços cruzados, de prateleiras vazias ou a empacotar paciência de santo, e depois pedir um subsídio ao governo para inscrever no relatório da empresa que, afinal, deu-se o milagre do lucro! Hoje não vou escrever muito sobre isso. Só vou fazer um desenho, sobretudo para os seguidores fundamentalistas da nova via milagrosa, aconselhando-os a darem uma vista de olhos apenas à volumosa coluna dos subsídios. As conclusões do quadro que transcrevo são estas: Com 330 mil euros de juros arrecadado, a SATA Aeródromos está a emprestar dinheiro a alguém ou tem dinheiro em depósito (qual das duas situações a mais estranha?). Grupo EDA à parte, as empresas comerciais com lucro são a Lotaçor (com contrato de "prestação de serviços", outro eufemismo). Os "lucros" da SAUDAÇOR, ilhas de Valor, Sinaga e SDEA, são o resultado de subsídios em excesso de necessidades. Pese embora os subsídios atribuídos, muitas empresas públicas apresentam resultados negativos. Para eles é lucro. O Centeno devia contratá-los para a Carris, Transtejo e CP. Os grupos EDA (44%) e SATA (41%) representam 85% da faturação. Os Hospitais (82%) e a SATA (12%) abarcam 94% dos subsídios recebidos. Os subsídios são maiores do que as vendas para os organismos da área da saúde, a Ilhas de Valor, Azorina, Teatro Micaelense e SDEA (a Atlanticoline e a Lotaçor contabilizam as transferências como "prestação de serviços"). O SPER, no seu conjunto, apresenta um prejuízo de 47,6 milhões de euros, pese embora os 20 milhões de lucros do grupo EDA. Só o grupo SATA apresenta resultados negativos de 38 milhões. Os juros suportados montam a 38,8 milhões de euros. De acordo com estes magos das finanças públicas, com tanto lucro, tantas transferências, tantos impostos, tantas receitas... e ainda agrava-se o défice da região, como veio agora revelar o Ministério das Finanças. Afinal já não há milagre.
NOTÍCIAS do PARAÍSO AÇOREANO
ResponderEliminarA milagrosa via açoriana
Alguém já se interrogou para que servem dois milhões de euros numa fábrica que apenas empacota açúcar importado?
A obsessão do Governo Regional está a evoluir para uma doença crónica: distribui a rodos milhões pelas empresas públicas falidas e depois esfrega-nos na cara, com o maior dos descaramentos, que elas dão lucro!
Mais 2 milhões, também, para a conserveira de Santa Catarina, cheia de dívidas à banca e a fornecedores, para resultar, claro, em lucros.
Cada comerciante da baixa das nossas cidades ou vilas devia sentar-se todo o dia de braços cruzados, de prateleiras vazias ou a empacotar paciência de santo, e depois pedir um subsídio ao governo para inscrever no relatório da empresa que, afinal, deu-se o milagre do lucro!
Hoje não vou escrever muito sobre isso.
Só vou fazer um desenho, sobretudo para os seguidores fundamentalistas da nova via milagrosa, aconselhando-os a darem uma vista de olhos apenas à volumosa coluna dos subsídios.
As conclusões do quadro que transcrevo são estas:
Com 330 mil euros de juros arrecadado, a SATA Aeródromos está a emprestar dinheiro a alguém ou tem dinheiro em depósito (qual das duas situações a mais estranha?).
Grupo EDA à parte, as empresas comerciais com lucro são a Lotaçor (com contrato de "prestação de serviços", outro eufemismo).
Os "lucros" da SAUDAÇOR, ilhas de Valor, Sinaga e SDEA, são o resultado de subsídios em excesso de necessidades.
Pese embora os subsídios atribuídos, muitas empresas públicas apresentam resultados negativos. Para eles é lucro. O Centeno devia contratá-los para a Carris, Transtejo e CP.
Os grupos EDA (44%) e SATA (41%) representam 85% da faturação.
Os Hospitais (82%) e a SATA (12%) abarcam 94% dos subsídios recebidos.
Os subsídios são maiores do que as vendas para os organismos da área da saúde, a Ilhas de Valor, Azorina, Teatro Micaelense e SDEA (a Atlanticoline e a Lotaçor contabilizam as transferências como "prestação de serviços").
O SPER, no seu conjunto, apresenta um prejuízo de 47,6 milhões de euros, pese embora os 20 milhões de lucros do grupo EDA.
Só o grupo SATA apresenta resultados negativos de 38 milhões.
Os juros suportados montam a 38,8 milhões de euros.
De acordo com estes magos das finanças públicas, com tanto lucro, tantas transferências, tantos impostos, tantas receitas... e ainda agrava-se o défice da região, como veio agora revelar o Ministério das Finanças.
Afinal já não há milagre.