terça-feira, 8 de maio de 2012

Delírios da Madeira Nova

POVO COM JARDIM NO COMBATE AO LIBERALISMO E À PLUTOCRACIA




Na luta contra o liberalismo, todos os reforços são poucos!


O povo fez questão de gritar 'presente!' quando chefe do governo e do PSD-M saiu do carro oficial em Machico para inaugurar um complexo habitacional de respeitável envergadura, num total nada menos de 5 fogos. Mais um acto imponente a mostrar que, apesar da crise, o executivo regional da obra feita não trabalha menos do que o empreiteiro e os mestres que levantaram a obra no terreno.
'Na senda do trabalho', que inclui actos inauguracionais de veredas e tabuletas em percursos pastoris, mais as extenuantes deslocações a Bruxelas, manhãs na Quinta das Angústias em luta de comunicados contra os media maçónicos, sesta sobressaltada depois do almoço e café no 'Number Two' ao fim-de-semana, rei tribal testou na tarde desta segunda-feira os populares anónimos que lhe abrilhantaram mais uma presença na televisão.  


A Madeira Nova continua em fundo azul-amarelo. A 30 de Junho, falaremos melhor.


Com tal objectivo, deu a perceber que, enquanto mandar nesta cegada, como presidente do governo e chefe do partido laranja, porque as funções são as mesmas, "não vale a pena Lisboa mandar emissários porque a Madeira não vai ceder ao liberalismo".
- Sobretudo o liberalismo selvagem! - gritou Carlos Teixeira, levadeiro muito popular no sítio da Torre, do meio da compacta massa popular, aí umas 13 ou 14 pessoas e um rafeiro perdido à procura do dono.
- Muito bem, o liberalismo selvagem! - repetiu chefe, peito arfante de orgulho.

- Lisboa queria mandar o emissário Portas como ministro dos negócios estrangeiros, acompanhado por uma brigada escolhida pelo Gaspar das Finanças, para nos levar ao liberalismo selvagem, mas ali o nosso homem continua de olho aberto - sussurrou para os dois filhos menores uma senhora que acorreu à cerimónia sem largar o bordado.
- E atenção aos plutocratas, sr. chefe! - ouviu-se outra voz emergindo da plebe.
- Oh homem, já quer saber mais do que eu? - sorri o ex-UI - Mas é verdade, a Região nunca aceitará a plutocracia. Aqui vinga a social-democracia, conforme a doutrina que vos tenho ensinado!
- E o primado? - questiona um rapazito de olhos afitados, que deve ser o melhor da turma.
- Claro, também o primado - cede o chefe, reformulando a ideia - Na Região vinga a social-democracia e o primado da pessoa humana. E atenção, minhas senhoras e meus senhores! Vêm aí melhores dias!
Animado com mais uma prova de adesão popular às suas teses anti-liberais, sua excelência meteu-se no carro e regressou ao Funchal. As famílias beneficiadas pelo regime ficaram com os dois T0, os dois T1 e um T4, proporcionados pela Lei de Meios, depois das promessas feitas há dois anos e tal. Os machiquenses da Torre voltaram às suas casas com o propósito de arregaçar mangas para quando for preciso seguir o sr. chefe na luta contra o liberalismo e a plutocracia. Tal como se dispuseram os milhares de madeirenses que ouviram a mesma mensagem à noite na televisão. A Madeira não admite liberalismo nem plutocracia e daqui não saimos, pensou cada um ao deitar.
A Madeira é o Jardim, mais nada!
Quanto à mensagem final sobre os melhores dias que aí vêm, o povo não se entusiasmou demasiado. Estamos em cima do Verão, não haveria razão para raios e coriscos.


(Fotos site presidência)

3 comentários:

  1. Pois parece-me haver por aí alguns equívocos. Consultei as estrelas (o Sr Filipe Vieira cedeu-me a psssword) e verifico que estão previstas trovoadas para o verão se não se derem alterações rápidas na "meteorologia social". Atente-se no verdadeiro significado do "arrastão" Pingo Doce, ele exprime bem a fragilidade social em que se vive.

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  2. Infelizmente, quem devia tentar neutralizar o barril de pólvora que colocou nesta Região vive em Júpiter...

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