quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estilhaços da Madeira Nova

Intimidação a jornalistas em tempo de comemorações da liberdade de imprensa

PRESIDENTE DO GOVERNO DA MADEIRA AMEAÇA COM ONDA DE VIOLÊNCIA EM 30 DE JUNHO




Nem no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa o chefe do governo regional interrompe a constante ameaça de uma onda de violência na Madeira para atingir adversários políticos e jornalistas fora da sua órbita de influência. Pelo contrário, a vomição matinal do 'rei das Angústias', na página 2 do Jornal da Madeira, indica na edição desta quinta-feira uma data para os "anos do João": 30 de Junho.

De há uns tempos a esta parte, com subida de tom nas investigações do DCIAP às escabrosas contas da Madeira que andavam ocultas, o líder do PPD, também chefe do governo insular, vem tentando estimular o já falido sentimento bombista que abalou, então sim, os anos 70 da Madeira em chamas.
'Sexta-feira o João faz anos' foi uma espécie de senha repetida pelas ruas e pelos cafés madeirenses no auge da escalada flamista que atentou contra vidas e bens patrimoniais de quantos escolhiam caminho político em direcção à democracia. Ou seja, à margem da política do antigo simpatizante ANP,  Jardim, que entretanto se infiltrara no PPD sá-carneirista.
Nessa semana de Agosto de 1975 gerou-se expectativa sobre os 'anos do João' com 'festa' marcada para sexta-feira, pelo que as Forças Armadas e a Polícia montaram a 'Operação Parabéns', passando a noite de sexta para sábado a revistar cidadãos e automóveis. Missão que não impediu o rebentamento de um estrondoso petardo nas instalações da Emissora Nacional (futura RDP), à Rua dos Netos.

À época, os 'cubanos' (continentais) que pretendiam ficar na Madeira, sobretudo os suspeitos de actividade política, precisavam de um 'salvo-conduto' passado pelos flamistas que para o efeito os abordavam. Podemos ver na imagem seguinte o 'documento' passado pela 'República da Madeira'.

Esta cédula autoriza o identificado a residir e a trabalhar no Arquipélago da Madeira... (in 'Achas na Autonomia')



Os activistas da Flama (ala política) várias vezes foram levar ao aeroporto 'indesejáveis' continentais para que partissem no avião seguinte. Ao mesmo tempo, sucediam-se os atentados que destruíam automóveis e punham vidas em perigo.



Neste caso do Jipe destruído no Porto Santo (era já presidente do governo sua excelência o rei Jardim) o alvo não era aquele. 



Em alguns casos, a Flama tentava intimidar por meio de ameaça, como no caso do nosso antigo colega do DN Manuel Nicolau.


Ameaça num cartão postal despachado pelos separatistas. (in 'Achas na Autonomia')
  
Presentemente, o clima de terror é alimentado com identificação, já que toda a gente sabe que o presiente do governo é autor das ameaças produzidas na secção pseudo-humorística do JM 'boca pequena'. Não existe humor ns vida corrente da Madeira. É muito séria e cruel a violência incentivada pelo rei das Angústias e traduzida em agressões a oposicionistas que decidem responder, com campanha, à campanha ilegal dos actos públicos. Não são nada humorísticas as cenas violentas no parlamento quando deputados da oposição, como o quebra-cabeças do jardinismo José Manuel Coelho, respondem adequadamente às grosserias dos chefes laranja Alberto João Jardim e Jaime Ramos.
E não dão vontade de rir as agressões a políticos anti-PSD dentro e fora das discotecas, assim como o terror noctívago que destrói carros em residências particulares, como ainda recentemente aconteceu a familiares de Gil Canha, do PND.

Neste clima turístico-terrorista, é o próprio presidente do governo a tentar agitar diariamente a sociedade, reacendendo no seu jornal - pago por todos nós - uma fogueira havia décadas extinta. Por um lado, faz tudo para desenterrar as rivalidades Madeira-Continente que ele próprio criou nos anos 70 e 80, pela necessidade do 'inimigo externo'. Por outro, trata de intimidar a imprensa, ameaçando expulsar da Região os jornalistas que desafiam os seus propósitos ditatoriais.
Vejamos o terrorismo em crescendo que o moribundo tirano aplica para mostrar uma importância que não tem. Protejamos o estômago para rever a tal vomição diária.



Na Quinta-feira da passada semana, ele ameaçava os homens da GNR recordando uma situação dos inícios do século XX.







Sexta-feira, assumia a permuta de favores que entende natural na governação.









Domingo, quem perdeu a guerra em África foram 'eles'...








Segunda-feira, o regresso às ameaças a 'concretizar' quando do 'jantar de anos' do 'João'.







Terça-feira, a fatal arruaça contra os donos do DN e da TSF.




Quarta-feira, o aviso descaradamente assumido a que nem a Flama se atrevia senão em cartões anónimos: "O João faz anos" - escreve um chefe de governo - vai obrigar os jornalistas Tolentino de Nóbrega ('tolo entino', para o troglotita tribal) e Lília Bernardes ('a outra', para o dito-cujo) a "fugir para o Rectângulo"!



Nesta quinta-feira, o tom de ameaça prossegue. E o rei faz toda esta campanha num jornal pago por todos nós. Um jornal actualmente sequestrado para lhe servir de veículo propagandístico e que no 1.º de Maio, aniversário do JM, ele considerou de "lição de imprensa livre".
O rei, mesmo em fase agonizante, manifesta os mesmos conceitos que lhe animavam aquele folclore político dos primórdios da tão afectada quão burlesca e batoteira carreira política: jornalismo elevado à eminência da isenção era o que ele fazia durante os anos de PREC, enquanto director do JM e líder do PPD-Madeira.
Em simultâneo - repetimos para quem não acreditar.
Esta quinta-feira é Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Fiquemos com a mensagem do chefe das ilhas, dono do jornal pago por nós e que é um "lição de imprensa livre".

2 comentários:

  1. Só o senil do Alberto para promover esses dois a mártires.

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  2. Caro Luís Calisto

    As pessoas , quando entram em pânico, têm uma natural tendência para a asneira. E, nas que não devem muito à inteligência, como é o caso, essa tendência é fatalmente incontrolável.
    Ora sendo a Madeira um destino turístico, os actos terroristas não vão ajudar nada. Então é que tudo vai ficar às moscas. Melhor dizendo, às bombas.

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