terça-feira, 8 de maio de 2012

Madeira ao Vivo




NOVO DIRECTOR SEMPRE CHEGOU, SÓ FALTA O PAPELINHO





A RTP-Madeira começou esta semana já com novo director de conteúdos lá dentro. Miguel Cunha deu entrada segunda-feira e passou manhã e tarde em reuniões preliminares, para se ambientar aos dossiers pendentes no complexo e bicudo centro da Levada do Cavalo.
Os assuntos abordados não intimidaram o novel chefe da casa, já que, ao fim da tarde, apareceu pelos corredores com o seu habitual e bem disposto vozeirão, trocando comentários com os agora subordinados. Mesmo à distância e sem chegarem a ver Miguel Cunha, muitos profissionais sustiveram a respiração com a trovoada de frases e interjeições ao longe. Espalhou-se algum terror pela casa, porém cá estamos nós para testemunhar, neste pormenor, a favor do novo quadro da RTP/RDP: é feitio seu, quando descontraído, falar a plenos pulmões ainda que o assunto seja tipo 'morte da bezerra', o que não significa, obviamente, que se tiver de entrar por alguma chamada de atenção o fará através de murmúrios.

Miguel Cunha já faz ouvir a
sua voz na Levada do Cavalo.
Um pormenor, entretanto, alimenta ainda o filme de 'suspense' a que nos referimos há dias aqui no Fénix: ainda não saiu nomeação nenhuma da Administração com o nome de Miguel Cunha, nem o necessário 'sim' da parte da ERC. O que produz uma governação híbrida em que o novo e o cessante directores, Miguel e Gil Rosa, andam por lá a distribuir ordens, cada um para seu lado.
Tudo entrará rapidamente em rota normal. Cunha vai assumir efectivamente o seu cargo porque não está nas mãos do Conselho de Administração tergiversar à volta de um assunto já determinado pelo governo de Passos Coelho. Claro que Lisboa tentará desesperadamente livrar-se o mais depressa possível da vultuosa despesa no Centro Regional da Madeira da RTP/RDP, o que poderá acontecer se o Grupo Sousa se mantiver interessado em assumir aquela propriedade. Assim sendo, Lisboa não iria de modo nenhum contrariar a opção de Luís Miguel de Sousa na escolha já feita para o comando dos conteúdos.
Tanto assim é que na escolha de chefias poderão registar-se mexidas surpreendentes a pensar na transição para uma privatização ou semi-privatização do Centro da Levada do Cavalo, à luz do projecto Luís Miguel de Sousa. A microestrutura da RTP-Açores já saiu e a da Madeira não deve tardar.



Outra incógnita reside no futuro da RDP-Madeira, que, à semelhança dos cortes de grelha da RTP-M, fecha microfones às oito da noite e vai dormir pendurada na emissão da Antena 1 / Lisboa. O emagrecimento de quadros parece disposto a continuar. Note-se que aquela estação, antigo portento da rádio madeirense, já teve no activo mais de 20 técnicos de que restam meia dúzia, se tanto. Mesmo sabendo-se do avanço do auto-operado...
E depois é a rádio que perde a sua força principal, o directo. Programas de três horas gravados para acabar com uma hora extra ou nocturna parece redutor e assassino da rádio.
O corte de algumas mordomias podia salvar a tenda.
Mas quem somos nós para...?

Arrastadas pela derrocada geral que já começou na Madeira Nova, vêm por aí abaixo a televisão e a rádio públicas.  
Cabe a Miguel Cunha meter ombros ao perigo para salvar o que for possível. Os trabalhadores de ambas as casas também terão de agir com muita determinação.

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