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domingo, 6 de maio de 2012

Politicando



FRANÇA CORRE A DIREITA DO ELISEU E VIRA À ESQUERDA


A esperança contagia... até a Madeira



"A austeridade não pode continuar a ser uma fatalidade!" Exclamação de François Hollande no discurso de vitória, depois de haver evitado um segundo mandato de Nicolas Sarkozy no Eliseu. "A vida é bela" - a mensagem socialista passou.
Hollande dirigiu aos apoiantes que o vitoriavam frases feitas apropriadas para todos os países nestas ocasiões: disse que será o presidente de todos os franceses, apelou à unidade nacional, reconheceu humildemente que nunca pensou vir um dia a ser presidente.
Agora, porém, chegado é o tempo de trabalhar e enfrentar a crise europeia, a começar por um encontro com uma amiga especial do seu rival Sarkozy, Angela Merkel.
Se for coerente com as suas promessas, o que até nós aqui nesta pequena região europeia desejamos ardentemente, o novo presidente da França, depois dos festejos que a esta hora decorrem na tão simbólica Praça da Bastilha, fará tudo para libertar a Europa do liberalismo selvagem que nos mata os sonhos e a vida.





Em França, Nicolas Sarkozy acaba de ser corrido do Eliseu. Triste, cabisbaixo, assumindo a derrota da sua candidatura, como é de bom tom em momentos como este. Prometeu muito, fez pouco, por exemplo no combate ao desemprego, que se cifra actualmente nos 10%. Mas, atenção, taxa de 22% nas camadas jovens activas.
A dívida pública cresceu vertiginosamente até aos 86% do PIB, já nos inícios deste ano, com o défice público em 5,2% do PIB. Que esperava Sarkozy, senão ficar na História como o primeiro presidente francês a não conseguir a reeleição para um segundo mandato?

Eleitorado que sabe votar

O eleitorado gaulês sabe como castigar os políticos que falham os seus compromissos. Assim, eis o ex-inquilino do Eliseu a entrar no 11.º lugar da lista de chefões europeus despedidos durante a presente crise.
Mas Hollande terá de se portar bem.
A situação enegreceu nos últimos quatro anos e agora será o político socialista eleito a tentar inverter as estatísticas particularmente assustadoras. Quanto maior a nau...
Ele precisará de consensos, na difícil fase em que se vive. A esperança é que resista à política gélida que Merkel propaga da Alemanha para o resto da Europa.
Ainda há pouco, o novo presidente francês deixou transparecer que não se esqueceu da sua aposta no crescimento europeu. Bom para o sentimento social. Pois, a França é a França. Detém meios que lhe permitem resistir mais tempo às crises. Mas será bom que Hollande não se esqueça dos parceiros europeus. Por causa do efeito de boomerang.
A vida pode ser bela, como ele diz. O povo volta a crer. Mas, a esta hora, na Bastilha, esse povo canta "Sarkozy acabou", "Sarkozy é o fim".
A esperança em França e no resto da Europa renasceu. Mas há sempre um fim de mandato. Com eleições.

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