segunda-feira, 4 de junho de 2012

POLÍTICA DAS ANGÚSTIAS



GRANDE INÍCIO DE SEMANA


Ler esta peça literária de sua excelência é garantia de começar bem a semana e de que teremos uma boa semana, portanto igual às semanas anteriores



O homem leva dois vencimentos por mês, mas quase vale o dinheiro, pelo que nos faz rir.




Em mais um momento inspirado, eis o JM a resolver com inteligente solução a falta da vomição quotidiana do chefe que lhe proporciona 11 mil euros arrancados diariamente ao nosso bolso. Surpreendido domingo à noite, no fecho de edição, com a falta de artigo devidamente assinado, não assinado ou assinado por 'Luís Alcino', o jornal do governo-diocese não desarmou. Sem pestanejar, recorreu a mais uma delirante peça de sua excelência divulgada pelo 'Madeira Livre' e pespegou com tal monte de caracteres tresloucados na costumeira página do despejo para que a semana comece em beleza e com os inúmeros leitores a voltar ao trabalho de riso ao canto da boca.

Cão e gato a convocar grande chefe!

Um estratagema que, por outro lado, permite ao jornal safar-se dos incómodos pontos em agenda política regional. Aquilo, esta segunda-feira, é todos os partidos da oposição juntos a carimbar um pacto para tramar o 'rei das Angústias'. Aquilo é cão e gato a convocar o ex-Único Importante a comparecer no parlamento, para ouvir asneiras. Aquilo é propostas oposicionistas de encontros entre o varado mas divertido chefe regional e Passos Coelho. Aquilo são queixinhas a seguir para Lisboa que, como se sabe, chocam de frente com a "couraça da indiferença de Cavaco Silva", como dizíamos nos tempos de escola, porém conseguem algum eco na imprensa maçónica colonialista.
'A tríade' é o título agongorado que o chefe da capoeira laranja rebuscou para o seu texto humorístico, disponível na edição do JM desta segunda-feira. E, mais uma vez, o JM publica-o fazendo "a devida vénia ao Madeira Livre", ora não!
'Tríade' para evitar o muito batido termo 'troika'. 
Na qualidade inalienável de co-patrões do referido jornal - o do governo-diocese - demo-nos ao trabalho de ler aquilo tudo, porque, mal por mal, ao menos desfrutamos da caríssima folha humorística para andarmos bem disposto.


A perversa tríade 'Alberto - João - Jardim'

Aconselhamos a quem o fizer também que inspire um naco substancial de oxigénio fresco antes de iniciar a leitura. Porque, logo ao primeiro período, curto e singelo, a gargalhada sai das entranhas a correr desenfreadamente e alguém ainda se engasga de gozo. "Até hoje, a unidade foi um dos grandes pilares para o sucesso do Partido Social Democrata", ironiza chefe das Angústias em jeito de 'lead', referindo-se à coesão político-partidária no seio da sua própria tríade: Alberto-João-Jardim.
...Para logo acrescentar: "Unidade não quer dizer unanimidade. É que a força do PSD-M foi sendo argamassada através da livre expressão de ideias no partido e do debate franco e elevado dos temas."
Sem querer, lembrámo-nos daqueles que agiram acreditando na "livre expressão de ideias no partido" e ouviram imediatamente a temível expressão "não querem assim rua, quem manda sou eu!"
Aconteceu com Antero Vasconcelos, da Calheta, com os críticos da Ribeira Brava, com os desalinhados de Machico e com os do Porto Santo. Depurações que mandaram "para a rua" levas significativas de militantes laranja ingenuamente crentes na predisposição de um aprendiz de ditador para ouvir "debates francos e elevados dos temas". Como não se rirão de si próprios hoje, esses cândidos militantes de outrora.

As tentativas de golpe palaciano

De enfiada, sua excelência evoca "dois momentos" em que "houve tentativa de quebrar o partido por dentro, a partir da iniciativa de filiados".
"A primeira", conta ele, "ainda no período comuno-gonçalvista, quando um pequeno grupo político-culturalmente inqualificado e infiltrado" o tentou afastar. Ora, esse "pequeno grupo" era nem mais nem menos do que a grossa maioria de fundadores do PPD-Madeira, que não lhe aparou a golpada, antes impediu o cristão-novo chegado da Frente Centrista de se aproveitar da embalagem em que já iam os seguidores regionais de Sá Carneiro e Balsemão. O actual ex-Importante foi escorraçado de uma sala repleta de adeptos do PPD, os verdadeiros fundadores do partido na Região. Só mais tarde, aí sim através de golpe palaciano, o homem lá voltou ao partido, pela mão de António Gil.
Obviamente, esses pioneiros da social-democracia na Madeira - linha política aliás pouco entendível, nestes 38 anos - são considerados hoje pelo grande líder uma carga de oportunistas infiltrados pelos comunistas e pela Embaixada norte-americana, à época nas mãos de Frank Carlucci. Ou não fosse o 'nosso' homem o Único Importante da História da Madeira.

Moinhos de vento na cabeça

A "segunda tentativa", volta o homem à carga, foi quando se constituiu o governo regional 1980-84 - altura em que, recordamos nós, o aprendiz de ditador apregoava que era o seu último mandato! Dizia isso em 1980!
Recorda então sua excelência das Angústias que, naquela ocasião, a tentativa de "golpe de estado" partiu de um secretário regional do elenco anterior e que estava "de saída". O rei das Angústias refere-se, claro, ao Dr. Gaudêncio Figueira, que já por mais de uma vez explicou a situação de 1980 em público, sem ser desmentido. Os bem informados sabem que esse 'golpe' não passa de mais um dos muitos 'moinhos de vento' que perturbam a cabeça do homem.
Do ponto de vista de 'golpes', deslealdades e traições, dispusesse o grande chefe da estatura do Dr. Gaudêncio e seríamos os primeiros a tirar-lhe o chapéu.

Reconstruindo a História

Sempre a reconstruir a História consoante o interesse de cada momento, escreve o autor do artigalhão que o PSD-M foi "singrando sempre, apesar de tantas diferenças legítimas no seu interior". Um descaramento agravado com a desconsideração pela inteligência dos outros, incluindo, evidentemente, os companheiros de partido. Veja-se o diferendo que o chefe armou agora com Miguel Albuquerque... no respeito pelas "diferenças legítimas". Recorde-se a pressão exercida frente a frente na Comissão Política sobre a vereadora Rubina Leal, outra vítima de textos apócrifos no JM enviados, sem dúvida nenhuma, da Quinta das Angústias para a Fernão de Ornelas... por haver ousado acreditar em que "unidade não é unanimidade".
Os PPDs atingidos estes anos não terão muitas razões para se divertir com os estenderentes do seu chefe no 'Madeira Livre' e no JM do governo-diocese, mas nós temos.
Diverte saber que os madeirenses aceitam conscientemente que o grande líder pregue a favor das diferenças de opinião e utilize na prática a teoria do 'por mim ou contra mim'.

Quem não o segue, ou é marxista ou doente a enviar ao Trapiche

Voltando à 'tríade', o escrevinhadeiro das Angústias implica naturalmente a plutocracia, a maçonaria mais o colonialismo no lote dos "grande inimigos dos autonomistas social-democratas". Entendendo-se 'autonomistas social-democratas' por adeptos da 'autonomia do chefe', muito diferente da 'autonomia da Madeira'. Todos vêem, ninguém enxerga.
Uma paródia maluca.
Mas, mal refeitos do riso, o 'testamento' do patrão faz-nos esmorecer sem intervalo para respirar, ao condenar o "capitalismo dominador nos tempos da Madeira Velha", sistema afinal privilegiado pelo regime político fascista que ele tanto defendia nos seus escritos mal-amanhados.
Hoje, apregoa-se paladino das liberdades e dos interesses da Madeira, o único ser vivo de confiança para os madeirenses, já que, delira o homem, os que não lhe seguem as pisadas suicidas ou são "politicamente marxizados" ou configuram "casos interessantes de análise psicológica", a enviar urgentemente para o Trapiche.
O rei das Angústias retrata bem o ébrio que nega intransigentemente o seu estado ou o louco varrido para quem todos os outros cidadãos é que deviam ser internados.

Provinciano de gravata azul-amarela não pode ficar impune

Depois de o burlesco provinciano de gravata azul-amarela nos arrancar mais umas gargalhadas com invenções delirantes, a ver se ficam na História, como aquela do Blandy antigo que tentou chamá-lo ao gabinete para mostrar ascendente sobre o presidente do governo, o homem desfia uma série de mentiras para servir o seu egocentrismo, como em tudo. Busca então para o emaranhado a maçonaria, jornais, rádios e televisões, os tais plutocratas ingratos, os maçónicos, os especuladores. Enfim, o mundo coligado para derrotar sua excelência o rei das Angústias. Com os elementos da 'tríade' na posição de pontas-de-lança.
O caso é grave.

O que não suscita gargalhada é a sua referência à 'caça às bruxas', atitude que afirma condenar. Sim, ele afirma condenar a caça às bruxas. E tal alarvidade traz à memória os milhares de madeirenses que ao longo de mais de 30 anos de jardineirismo sofreram perseguições por expressa ordem do grande chefe, que nem usou guardanapo nas alturas em que as ordenou publicamente. Madeirenses transferidos, emigrados, auto-retirados da política para fugir ao achicalhamento, centenas de prejudicados profissionalmente - eis as vítimas do jardineirismo troglodita.
É isso que o ex-Único Importante precisa de pagar, um dia. Destruiu materialmente e no orgulho milhares de famílias desta terra. Isso não pode ficar impune.


Enfim, a prosa desta segunda-feira retoma as cabalas organizadas pelo mundo inteiro para dar cabo dos pilares da economia madeirense - turismo, zona franca e construção civil. Uns pestes de figurões nacionais e internacionais que não largam a obsessão que chamaram a si de destruir o nosso grande líder.
Grande texto para começar nova semana, pois. Garantia de que teremos uma grande semana. Descansemos que teremos uma semana igual às anteriores.

É bom o JM não largar as pistas deixadas pelo seu chefe. Prolongá-las com as suas reportagens isentas. A ver se consegue esbater a convulsão que os oposicionistas preparam para estes dias.
O futuro próximo não se afigura de feição.


Pagamos, oferecemos espaço, distribuimos e ainda lhes fazemos vénia... aos dois jornais do laranjal!




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