NOBEL PARA NABOS

Atente-se nesta explosão poética do nosso pianista das Angústias:

E diga-nos o Leitor Amigo se esta letra não se bate de igual para igual com 'Blowin in the Wind' ou o 'Like a Rolling Stone' do nobel Dylan. 

Não estamos aqui para falar propriamente do bucolismo das andanças do desgoverno, a distribuir cheques pelas mãos calejadas da terra, deixando 'algum' para os caciques das casas do povo, para democratizar mais a acção. 

Estamos aqui assumidamente para reivindicar alguma atenção dos senhores que decidem os nobel em Estocolmo. Não digo atribuir um prémio a sério a Miguel Albuquerque, como o de Bob Dylan, galardoado escritor e cantor de letras. Mas ao menos uma menção honrosa. Convidamos o Leitor a voltar acima, ler outra vez o naco de poesia campesina do cartão que acompanha o cheque de 100 euros e depois experimente traduzir aquilo para inglês, a ver se passava ou não com o júri sueco. "O bom que nos sabem como o bem que nos fazem as frutas, os hortícolas e as flores que dela brotam (dela, beleza ímpar da paisagem da nossa terra, onde, acrescentamos nós, não faltam batatas e nabos)"! Bravo! Caro Miguel, ao piano. Arranca em dó.