LARANJAL

MEIO CHEFE DESAFIA JARDIM

A FAZER PEDAGOGIA NAS INTERNAS

Como exemplo da pedagogia, nova pancadaria hoje em Albuquerque, para o rebelde aprender

Julgávamos que Manuel António explicava por que é que os carros de rali melhoram o ambiente, mas afiançam-nos que era Jardim a fazer pedagogia. 

Meio Chefe garante no JM de hoje que Jardim "está muito preocupado com a situação interna no PSD-M". No seu artigo apócrifo, Meio Chefe vai ao ponto de insinuar que Jardim talvez decida fazer pedagogia na campanha das internas.

Agora por isso, Jardim foi visto numa longa acção psicológica junto de Manuel António quando da partida para o Rali de há dias. Certamente que o regedor da Tabanca não estava a explicar a razão de os carros de rali também correrem sobre 4 rodas.

Quanto a Cunha e Silva, dispensa-se de qualquer acção de formação em jardinismo, porque, se é verdade que 'de pequenino se torce o pepino', pois o vice vira frangos no Laranjal do regime desde 1974 e sempre se confessou incondicional do Jardim.

Miguel de Sousa também sempre tratou de pôr em evidência a sua condição de "melhor aluno" do líder, mas parece que nos últimos tempos a situação derrapou um bocado. Não admira, pois, os abraços de saudades entre ambos na ExpoMadeira e não recordamos mais onde. Mas surpreende um pouco a coincidência de Miguel de Sousa se meter na mesmíssima viagem do 'Lobo Marinho', sexta-feira à tarde, em que viajaria o Regedor do aldeamento. Achamos que o primeiro Delfim (primeiro por ordem de entrada em cena) não tinha maneira de descobrir que o chefe marcara viagem para aquele dia e àquela hora no navio dos primaços dele, Miguel.

Ao que nos dizem - porque não vimos nada disto e até nos custa a crer que seja verdade -, aquilo na 1.ª classe do 'Lobo' foram duas horas e meia de pedagogia pela Travessa p'ra lá. Grande Meio Chefe a debitar palpites ao antigo predilecto. 

Note-se que houve outra coincidência que raramente acontece quando Jardim viaja no descendente do Devoto: a Luís Miguel de Sousa também calhou embarcar no mesmo dia e à mesma hora do que o chefe que lhe concede a linha entre as duas ilhas e os portos vai para muito tempo. 

Há uma subtileza nesta operação Riviera da nossa silly season: como dissemos atrás, Cunha e Silva dispensa lições e pedagogia em jardinismo. Mas meteu o seu apoiante Paulo Fontes no 'Lobo' ainda na mesma viagem de que falamos, evidentemente na 1.ª classe. Isto é tudo muito bonito, são tudo bons rapazes, mas há que ter um olho no fogão e outro no bandido.

Dado que Sérgio Marques actualmente não consta, parece, das prioridades do pedagogo das cavernas, quem apanha com a pedagogia toda é Miguel Albuquerque, consoante se vê no artigalho deste domingo, em que 'Meio Chefe' cita as sábias palavras de Jardim no calor da Herdade, há dias, a propósito da corrida interna. Em toada anti-Albuquerque, já se vê.

Lê-se hoje aquele desabafo de desencanto de quem tanto mandou na terra de cegos e agora é ridicularizado por qualquer 'mija na escada' desclassificado: "Não vale a pena [apelar à contenção dos candidatos] porque anda tudo a reverenciar o grupo Blandy e sejam muito felizes."

O homem revela as boas intenções de "não querer ter interferência nestas eleições internas", mas sem se demitir de lembrar que toda a gente sabe o que ele pensa, ou seja, que o seu candidato é Manuel António. 

Ele não interfere... interferindo. Daí a estranha pedagogia anunciada hoje por 'Meio Chefe', ideia que pretende transmitir ao inquieto Jardim. Ele é um e dois, ao mesmo tempo.

...Estranha pedagogia, interferimos nós. Já que não poupa um dos candidatos a repetitivos ataques - falamos de Miguel Albuquerque.

O Regedor relembra a sua delirante filosofia segundo a qual o futuro da Madeira depende do futuro do PPD. E que o futuro do PPD depende da posição que o futuro líder laranja tiver em relação ao futuro do JM. Assim, tem-se que o futuro de toda a Madeira depende do que o futuro líder do PPD fizer com o JM. Não é para rir, senhores, é para ligar urgentemente lá para cima para o '300'. 

Naquela cabeça, o futuro da Madeira depende de continuar a haver um jornal aberto às patetices que ele costuma debitar diariamente em várias páginas do desafortunado jornal. E candidato que não lhe garanta um pasquim assim não terá condições para governar a Madeira.

Sabe-se que Miguel Albuquerque afina por outro diapasão. Daí... pedagogia em cima da cabeça do ex-presidente da Câmara: ele integra o 'juntos pelo Blandy', não lutará por mais autonomia e nas anteriores autárquicas aconselhou o voto em forças partidárias que não o PPD.

Se isto é pedagogia!...

PS - Agora percebemos por que raio o homem está a sair da nossa dacha no Porto Santo já perto do meio dia, como aconteceu hoje outra vez. Deve ter passado a manhã de sol a marrar o compêndio de pedagogia. O problema é que não teve alunos para debitar uma aula, já que à sua espera para a passeata higiénica estavam unicamente os dois seguranças e o representante do nosso JM.

ALBUQUERQUE TAMBÉM NÃO SE CALA

A candidatura do Delfim ex-autarca funchalense acaba se nos fazer chegar um comunicado que gostosamente divulgamos, mesmo que o JM já o tenha feito em 1.ª mão. 

PS 2 - Acabamos de receber um comentário que, estando certo, corrige a versão acima da aula de pedagogia na 1.ª classe do Lobo Marinho, na ligação Funchal-Porto Santo sexta-feira à tarde. Ao contrário do que se tornou como certo nas conversas da Riviera Dourada, Miguel de Sousa não viajou à tarde com Jardim, mas de manhã... com João Cunha e Silva. Não sabemos se faz grande diferença. Para nós, o mais importante é que, a ser verdade esta última versão, Miguel de Sousa fez gazeta à aula de pedagogia.