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sexta-feira, 25 de junho de 2021

 

 ESTÓRIAS 


JUVENAL XAVIER                                                                                  





ABRIR AS PALAVRAS  



Ler é abrir as palavras à espera de uma surpresa. Deve haver tantas palavras que nunca vi nem ouvi. E nem conto com as que não entendemos, e passamos por cima delas, quando pegamos num livro.  

Mia Couto ensina que a palavra "ler" vem do latim "legere" e queria dizer "escolher". Era isso que faziam os antigos romanos, quando, por exemplo, selecionavam entre os grãos de cereais. A raiz etimológica está bem patente no nosso termo “eleger”. Ora (e continua o escritor e biólogo moçambicano), o drama é que, hoje, estamos deixando de escolher. Estamos deixando de ler – no sentido da raiz da palavra. Para o galardoado com o Prémio Literário Internacional Neustadt (Nobel Americano), cada vez mais, somos escolhidos. Cada vez mais, somos objecto de apelos que nos convertem em números, em estatísticas de mercado. 

 

A Câmara do Funchal já festeja os resultados das eleições que aí vêm: ambiente de discoteca para contrastar com os 'botas de elástico' da lista PSD, gente competente mas amarrada a preconceitos que passaram à história.







Se a encomenda de ideias para a pré-campanha foi entregue de novo à LPM, é de reconhecer que a empresa andou a estudar. Há melhoria: o conteúdo desta mensagem vale mil vezes mais do que o antigo 'colgate', que nada dizia, conforme o 0-3 anexo. Se a originalidade partiu mesmo da JS, melhor, é sinal de criatividade útil e bonita entre a malta.






Na babugem, o porto continua a ver navios, à espera de vacina.

quinta-feira, 10 de junho de 2021


CRÓNICA


JUVENAL XAVIER                                                                                  





AVENTURA NUMA FOLHA DE PAPEL 





Num primeiro gesto, escondo-as, secretamente, só para mim. Quando nos saem as primeiras palavras, em passos tímidos, com vergonha de se mostrar e se escondendo de quem veja, estamos muito longe de saber até onde elas nos possam levar. Espera-nos, com certeza, um caminho desconhecido ou sem norte que nos desperta, sofregamente, para uma aventura numa folha de papel. Já não encontraremos os moinhos de vento que D. Quixote, Cavaleiro da Triste Figura, julgava serem gigantes sem dar ouvidos a Sancho Pança, nem descanso ao cavalo Rocinante. 

Escreveu Eugénio de Andrade (1923-2005) que “com palavras se ama, com palavras se odeia.” O poeta (Prémio Camões, em 2001), que viveu muito para o seu mundo, deixando o outro lá fora, via nas palavras “a nossa condenação.” (Umas vezes, um cristal, um punhal, um incêndio. E outras, orvalho apenas). 

quinta-feira, 3 de junho de 2021

 

 Lógica Saloia 


PROTESTO DE UM

BANQUEIRO NÓMADA




Para evitar a maçada do contactless, por que não enviar o dinheiro dos depositantes directamente para a conta dos gatunos?



Bom dia


Não sou um banqueiro de gabinete. Para ganhar o pão de cada dia, preciso de errar pelas ruas e lojas a tentar descobrir o 'graveto' sem o qual a vida se torna difícil.

Não sou banqueiro de topo, daqueles que só precisam de um clique inocente quando querem transferir milhões do seu banco para a sua conta pessoal na Suíça. 

Mas também sou gente. 

E o que me traz aqui hoje é a burocracia a que submetem uma pessoa que precisa de utilizar honestamente o multibanco contactless perdido por algum 'despassarado' ou 'gamado' nos confinados apertos de povo.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

 

Nos 4 dias de workshop turístico na ilhota, o monarca republicano descobrirá o que anda a minar a promoção do nosso porto. 





 


 K-Kafé 


Assessor Desenfiado - O avô sempre vem.

K-Kafé - Não dês bandeira. 

Assessor Desenfiado - ?

K-Kafé - Se ele sonha que aqui também há eleições este ano, muda a marmelada do dia de Portugal para Freixo de Espada e lá perdemos outra vez a promoção turística da praxe. 

terça-feira, 1 de junho de 2021

 

RESULTADO DA BOÉMIA 

NA MARISQUEIRA 

É UMA TRAIÇOEIRA RESSACA




Quem não se lembra das vezes seguidas em que o nosso Blue arrastou o Primeiro Sarja à Doca do Cavacas para lhe arrancar, à custa de quilos de lapas, sapateira e garrafas fresquinhas, a promessa do novo hospital?!
Perguntem ao Calado as contas da marisqueira que chegavam à Junta Geral para ele resolver.
Ele! Bem, adiante.