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sábado, 29 de novembro de 2014

DEBATE NA RTP-MADEIRA


UMA QUESTÃO DE ESTILO


Os Delfins recusam-se a perceber o que é que realmente está em causa para o dia 19 de Dezembro





Discordo do comentário formulado num programa de rádio esta manhã no qual o Dr. Ricardo Vieira considerava o debate de ontem à noite na RTP-M entre Delfins PSD como mais fraquinho do que os anteriores. O Dr. Ricardo Vieira tem razão quando aponta falta de preparação por parte dos candidatos em alguns dos temas aflorados. Falava-se de economia e do futuro da Madeira. Mas não foi o mais fraquinho. Não foi mais fraquinho nem menos fraquinho. Num aspecto, até ganhou aos anteriores. Desta vez, a 'entrevista a cinco' meteu uns laivos de debate, designadamente entre Miguel Albuquerque e Manuel António e entre João Cunha e Silva e Miguel de Sousa. Vá lá.
O programa da RDP esta manhã não falou de vencedores do debate. Mas também não há muito que dizer nesse capítulo. 
Manuel António e João Cunha e Silva esforçaram-se por centrar as conversas no futuro, tentando eclipsar os últimos anos de governação. Outra coisa não poderiam fazer. 
Sérgio Marques conseguiu novamente 'dizer coisas' num discurso fresco e por vezes surpreendente.
Miguel de Sousa empregou o seu registo habitual, de franco atirador mas com a matéria em dia, ou, como ele disse, com o trabalho de casa feito - e bem feito, aliás.
Miguel Albuquerque subiu uns furos comparativamente aos programas anteriores. Soltou-se e melhorou, obrigado pela necessidade de mostrar que está na corrida e que pretende vencer dia 19. Jogar para o empate deixou de ser confortável como já foi.
Este novo debate mostrou que os Delfins não conseguem descolar uns dos outros. Se em lugar de um debate se promovesse naquela mesa uma reunião para delinear o programa económico destinado aos próximos 4 anos da Madeira, a ideia resultaria bem. Mais corte aqui, mais acrescento ali, sairia da discussão um programa consensual, com a intervenção de todos. Aliás, enquanto co-partidários no Laranjal, estão condenados a ser complementares nas suas ideias para a Madeira.
O mais curioso é que, se sentássemos também naquele areópago José Manuel Rodrigues, chefe PP, e Victor Freitas, chefe PS, nem por isso deixaria de haver acordo num programa comum, cedência aqui, cedência acolá.

Nem de propósito, no programa de entrevista que antecedeu o debate de ontem na RTP-M, José Manuel Rodrigues apareceu a reiterar a sua disposição de fazer alianças para o próximo ano, seja com o PS, seja com o PSD. Uma entrevista importante depois de Victor Freitas ter praticamente rejeitado essa aliança. O líder do PP está seguro, politicamente maduro, consistente e inovador. E lidera o ainda maior partido da oposição, em número de deputados.

Quem será que tratará de coligações com José Manuel Rodrigues se o PSD-M ganhar as próximas regionais? Objectivamente: quem é que os militantes social-democratas escolherão para suceder a Jardim?

Pois, a essa questão prende-se uma realidade que poucos aceitam levar em conta.

O que está em jogo nestas eleições internas não é a governação futura da Região. Por mais que Gil Rosa, Miguel Cunha, a RTP-M teimem, as linhas programáticas executivas dos Delfins são conhecidas até à exaustão e já ninguém 'pode' com a lengalenga. Fizeram mal, salvo melhor opinião, em deixar para último debate, na revéspera das eleições (que são a 19 de Dezembro), as questões internas da casa social-democrata. 

O que os concorrentes deveriam estar a discutir à vista do público é o estilo a exibir por aquele candidato sobre cujos ombros recair a liderança de um partido que ganha eleições e está no poder há 40 anos. Que hoje enfrenta um futuro negro. É isso que os militantes precisam de saber com toda a clareza antes de entrar na assembleia de voto: que tipo de homem deve ser o líder?
A culpa não deve ser endossada unicamente à RTP-M. Os próprios candidatos, na campanha corrente, continuam a dar uma descarada prioridade aos temas da governação regional. É disso que andam há tanto tempo a falar nessas tertúlias, sessões de esclarecimento, jantares e patuscadas pela Região inteira.
Errado, julgamos. 
É o modo como cada um se propõe governar o partido que mais interessa aos filiados eleitores.
Sérgio Marques apresentou há mais tempo novidades para aplicar no partido. Na sua campanha, conseguiu pelo menos equilibrar as questões partidárias com as governativas. Foi criativo. 
Jaime Ramos, último a chegar à linha de partida, também esclareceu ao que vinha, sem rodeios: conservar o partido em banho-jardim, à luz do PPD-Sá Carneiro.
De resto, mais tecnocracia e menos partido.
O partido que se dane, o importante é a Madeira - já ouvimos dizer a candidatos.
E contudo não explicam como poderão governar a Madeira sem ser por intermédio de um partido!
Insistimos: mais ainda do que princípios e propósitos partidários, os militantes social-democratas precisam de conhecer o estilo que cada um dos concorrentes aplicaria na situação de liderar o partido. Todos os candidatos são sobejamente conhecidos dos militantes. Isso é uma coisa. Outra é saber-se o que eles serão no terreno, com a vara na mão.
O novo líder imitará Jardim? Tratará os adversários com adjectivos inclassificáveis? Procurará guerras diárias para desviar atenções? Manterá o famigerado contencioso da Autonomia com Lisboa? Chamará 'maricas' aos 'colonialistas' do Continente? Tratará de evitar que por mais uns bons anos a oposição regional consiga fazer passar um projecto no parlamento? Avançará para purgas internas sempre que elementos do partido manifestem um ideia diferente da do chefe?
Ou o estilo do novo líder será o de um bom coração, frágil perante a arrogância da capital do reino, demasiado tolerante com a oposição regional, sem pulso para disciplinar o partido?
Ou, ainda, será um meio termo, nem tanto ao mar nem tanto à terra, que governe moderadamente, mas com o pulso necessário?

É uma questão de pessoa, de estilo. Os madeirenses, militantes laranja incluídos, não aguentam o truculento estilo de Jardim quando Jardim não tem empregos e subsídios para dar. Os próprios aparelhistas do PPD voltam as costas a Jardim quando Jardim já não tem tachos para dar a ninguém.
À primeira oportunidade, iam fazendo escorregar na lama da derrota aquele que lhes proporcionou benesses em décadas. Jardim julgou que os aplausos se dirigiam aos seus 'lindos olhos'. Em 2012, Miguel Albuquerque veio provar-lhe o engano. Mostrou-lhe não ter medo de o enfrentar, mesmo que os meios do partido e do governo servissem descaradamente a campanha do chefe. 
O eleitorado laranja não esqueceu a coragem do então presidente da Câmara do Funchal.
Miguel de Sousa, João Cunha e Silva e Manuel António perceberam tarde que os fantasmas não mandam no futuro. O próprio Sérgio Marques, provavelmente em nome de uma lealdade afinal inexistente no Laranjal, deixou-se humilhar duas ou três vezes pelo chefe.  
É uma boa saída para alguns Delfins fugir à questão do estilo, das potencialidades pessoais de liderança. Preferem transferir o debate para os transportes aéreos e marítimos, promoção turística, PAEF, renovação-renovação-renovação, e por aí fora. 
Mas para eles, candidatos, o problema não é esse. Ainda não é esse.
No dia eleitoral, são outros aspectos da política que os filiados vão sufragar.

13 comentários:

Anónimo disse...

Uma coisa é certa, no debate de sexta-feira foi possível tirar duas conclusões:
1) Sérgio Marques tem provavelmente o melhor discurso político, mas faltam-lhe apoios para poder chegar a líder do PSD-M;
2) O discurso de João Cunha e Silva é um vazio de ideias, um desastre completo. E depois de 14 anos como Vice-Presidente, onde criou uma dívida gigantesca para as próximas gerações, como é possível vir agora apregoar novas estratégias económicas? Que cara de pau...

Anónimo disse...

Grande "baile" que deu o Sérgio nos transportes. E mesmo na Agricultura. Um homem polido e urbano que meteu no chinelo o Secretário da tutela que até é do campo. Gostei!

Anónimo disse...

Querem ver que o Albuquerque não foi claramente o mais forte no debate? Não, cá nada!

Anónimo disse...

Em relação ao debate, Manuel António gaguejar em assuntos da sua tutela é um fortíssimo indicador. Sousa combativo nas com credibilidade fraca. Marques e Cunha apagados. Cunha quando não passou despercebido foi por más razões, insultando um adversário. Já sabíamos com o que contar da parte desse senhor. Albuquerque o mais preparado.

Anónimo disse...

O reconhecimento por parte das pessoas que estão por fora é só um Sérgio Marques é claramente o mais bem preparado e o melhor. Este senhor terá futuro e meterá muito medo.. a ver vamor!

Anónimo disse...

Debate ou melhor Tempo de Antena. Debate quase nulo. Até quando um candidato criticava ou atacava outro candidato o interveniente a seguir não era o acusado,(criando contraditório) mas uma ordem predeterminada. 3 m para falar de temas tão importantes é um rebuçado. O debate devia começar às 21.45 e não meter um programa de política a anteceder. E então seriam duas horas e um quarto de debate, dando tempo para explanar e contrapor em formato de debate. Assim soube a pouco. Debate é o que tem acontecido na Antena 1 e que a TV devia extrair um resumo. Como diz o Gil Rosa, enfim...

Anónimo disse...

Manuel António aguentou-se e foi sem dúvida o melhor, mais preparado, mesmo quando atacado por tudo e todos.

Cunha e Silva diz que vai despedir todos os funcionários, em especial das secretárias que ele não manda.

Sérgio voltou ao registo dele, deixando de levantar a voz e fazer voz grossa, esteve melhor que nos outros debates, mas é vázio de ideias. Como é possível só saber da agricultura na véspera quando foi ao Porto Moniz?

Miguel de Sousa só sabe falar do CINM e não tem qualquer projecto para a Madeira.

Albuquerque, desde o cabo aéreo passando pelos formadores que devem ser todos despedidos. Só tem um discurso, isto é, NADA DE NADA. Vazio e inócuo.

Resultado: Manuel António Correia tem sido a pessoa mais regular e o melhor dos candidatos, demonstra preparação e não tem medo de enfrentar os problemas. Dá o peito às balas! Força Manuel António contigo a Madeira tem futuro!

Anónimo disse...

É evidente que Miguel de Sousa mostrou que tem a visão e a estratégia para o futuro próximo.
O problema é a RECEITA que a Madeira não tem. Dentro de um ano não haverá dinheiro para o Orçamento essencial. Miguel de Sousa seria o homem certo com Sérgio em Vice Presidente. Daqui a 4 ou 8 anos Sérgio subiria a Presidente. Os outros são do governo-nada fazem e o Albuquerque é só sonhos e piano. Jaime só quer influencia com Madeira Velha , mas ninguém os atura.

Anónimo disse...

Albuquerque e Sousa mostraram bem o que é a propaganda massiva mas falsa deste governo e dos seus membros. Os números não manipulados mostram bem a imagem fabricada de alguns setores. Manuel António cujos setores tutelados já referi, ficou verde e não conseguiu contrariar os números apresentados. Já Cunha anda completamente perdido. Defende o Governo mas fará tudo diferente se for eleito. A estes dois resta, como disseram em uníssono, tentar falar do futuro e omitir o passado. Como os percebemos. Albuquerque indiscutivelmente o mais bem preparado.

Anónimo disse...

Esta substituição do líder e a questão de saber se será um imitador de Alberto João recorda um episódio acontecido quando Marcelo Caetano tomou o poder. Numa aldeia, uma senhora interrogada sobre o novo Presidente do Conselho, disse: ESTE SALAZAR É MAIS SORRIDENTE DO QUE O OUTRO! Interessante.

Anónimo disse...

Sérgio Marques vazio de ideias? Na questão da agricultura não falou apenas do que tinha ouvido na véspera. Falou de outros aspectos que têm de melhorar na agricultura nomeadamente a questão dos mercados abastecedores que estão ao abandono. Manuel António o mais preparado? Não me faça rir. Basta ouvir o debate da antena 1 com o Miguel de Sousa para perceber que o manelinho é mansinho e vai para os debates tremendamente mal preparado.

Anónimo disse...

A economia está tão má que ainda vamos ter que inventar um papel moeda local (Bocaça) para o povo fazer as compras mais básicas 1000 B$ por um papo seco.

http://www.dnoticias.pt/actualidade/politica/421999-pan-propoe-criacao-de-moeda-local-propria?page=1

Não queremos "vales do SÁ"

Anónimo disse...

O Sérgio é tão fraquinho que até faz pena, até justifica a incompetência a dizer que só teve 1 mês como director do plano.