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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Parabéns a você




NOTÍCIAS DA BROQUILHÂNDIA




Faz hoje 25 anos que existe Direcção Regional dos Jornalistas. A celebração da efeméride contou esta manhã com a presença do presidente da Câmara do Funchal, entre os convidados para a cerimónia em plena sede do SJ.
Chegámos a imaginar que convidados especiais fossem os jornalistas perseguidos e expulsos desde os primórdios até hoje, tanto pelo poder político como por administrações com deveres de fidelidade ao referido poder. Não aqueles profissionais da palavra que entretanto resolveram a vida na esteira do pensamento 'se não podes com eles, junta-te a eles'. Pensávamos em alguns que marcam presença de mês a mês no Desemprego, até a esmola expirar. Mas... bem feita para não serem espertinhos dentro e fora da casa empregadora.
"Talvez possam ser convidados alguns dos que continuam na calha para ir escrever incómodos para outro lado" - julgámos também. Mas não. Esses não precisavam de convite. Não? 
Bom, em contrapartida esteve lá o Cafôfo a representar os poderes da Nova Madeira Nova. Ou ele não é poder só porque faculta sede ao SJ e faz um descontozeco inofensivo nas entradas para a praia?
Chegámos a pensar que, depois daqueles largos sorrisos à volta do bolo de aniversário dos actuais dirigentes, do primeiro presidente Zé Manel e do Mayor funchalense, houvesse oportunidade para uma conferência-debate ou algo que o valesse para analisar o estado do jornalismo na Madeira e lançar ideias para melhorar alguma coisa, se fosse o caso. Porém, pensando melhor, seriam uma ou duas horas gastas escusadamente. Longe vão os tempos em que a classe de jornalistas da Madeira era uma caterva de vendidos aos partidos políticos, embora nenhum centavo tivessem ganho alguma vez com a política. Mas os verdadeiros chulos da política, que nunca fizeram outra coisa na vida, e espertos que sempre foram, certamente sabiam de esquemas sinistros nos meandros da comunicação social. 
As coisas mudaram para melhor, como se pode ler, ouvir e telever quotidianamente. Os que urdiam e operavam as jogadas subreptícias nos tempos da Tabanca deram às de vila-diogo. O regime da Broquilhândia, imposto pelos Broquilhas que marcharam sobre a capital para ajudar a colocar no poder o chefe de pacotilha Blue Establishment - este novo regime que veio ocupar o da Tabanca varreu a sujeira toda do panorama. Agora, sim, há comunicação imaculada.
Daí não fazer sentido, talvez, insistir nas preocupações apregoadas por certos mitos e heróis de outrora. A dependência dos media relativamente aos vários poderes expirou. O mercantilismo na comunicação social também foi chão que deu uvas. As pressões nas redacções também se perderam na memória dos tempos.
Cafôfo botou palavra na cerimónia de hoje e denunciou a trabalheira a que os jornalistas são obrigados, a tocar a escravidão. O Mayor pode falar. Ele está deveras preocupado com a situação e até colabora com os profissionais da escrita e da imagem, aliviando-lhes a vida com suplementos já feitos e entrevistas aos montes para encher chouriço e libertar as redacções de tantos serviços.
Em suma, parabéns ao sortudo do Sindicato, que hoje pode governar a casa à vontade sem as chatices de outros tempos. 
Já agora, parabéns aos puros e aos heróis do antigamente, que denunciavam os 'vendidos' para subirem na vida... se por acaso ainda andarem alguns por aí. 
E viva a BROQUILHÂNDIA que purificou a nossa querida ilhota.


PS - Prova cabal de que as coisas mudaram para melhor na ilhota foi o 'debate' que vimos ontem na TV, com alguns deputados a fazerem um balanço qualquer. Quando noutros tempos a comunicação social era bombo de festa em todas as situações do género, ontem ninguém tocou no tema. O que acontece de mal hoje em dia na Madeira já não é porque os jornalistas são todos uns comunas vendidos a Lisboa ou então porque são mercenários pagos pelo regime. A comunicação social da era Broquilhândia em pouco tempo conseguiu mostrar o que é servir a causa dentro dos parâmetros da deontologia. Os políticos - da maioria e das minorias - estão aí vivos e sãos para o comprovar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde,

A broquilandia não é só azul.
Existe uma broquilândia verde e veste sais,lá pelos lados da terra do nascer do sol.

Anónimo disse...

Concordo plenamente com este artigo de opinião. O estado do jornalismo na Madeira é uma vergonha, os jornalistas estã ou vendidos, ou comprados, ou preguiçosos, ou cúmplices... As excepções são raras. Não se pode crer que se vive numa democracia quando o jornalismo não é livre e opinar e investigar tem consequências negastas para os poucos corajosos. A Democracia não se resume ao facto de de vez em quando haver eleiçóes. É muito mais que termos uma parlamento regional para simular uma democracia.
Força Sr Calisto. O seu empenho e coragem fazem a diferença. Pode ser que mais pessoas acordem no meio da podridão.

Mao Tse Tung disse...

Peço-lhe que não se ofenda com este meu comentário. Acompanho-o desde os tempos do Diário e da RTP da Madeira. Estranhei, muito que tenha feito um ataque aos seus colegas jornalistas da chamada "velha guarda" porque não creio que tenham sido todos assim tão maus como os retratou. Pelos vistos alguns conflitos pessoais....

Visconde da Monumental-CS disse...

Por falar em jornalismo, é ou não verdade sr.Calisto que o seu Diário de Notícias atravessa problemas financeiros complicados e que está a ponderar em 2017 abandonar definitivamente a edição em papel para se dedicar ao digital? Já agora, quando se fala tanto da venda do JM - que não é Jornal da Madeira (não foi a Diocese quem ficou com esse título?), o que é que vão vender concretamente e a quem? O prédio? Não é deles. Uma gráfica? Não têm. Afinal o governo da nova situação vai vender o quê? A rádio? Dívidas, 30 ou 40 trabalhadores? Esclareça-me e não se preocupe com a costa norte de onde sopram bons ventos. Não tenham sinais de perseguição que só lhe fazem mal.

Luís Calisto disse...

Comentador das 00.10
Não me ofendo com as críticas, positivas ou negativas, desde que referentes ao assunto de que estamos a tratar, como é o seu caso, e não para falar da morte da bezerra.
Mas quero elucidá-lo do seguinte: não fiz ataque nenhum aos jornalistas da velha guarda, só quis dizer que 'vacas sagradas' só na Índia.
Quanto a conflitos pessoais, não os tenho com ninguém. Se alguém os tem comigo, passam-me ao largo, mas bem ao largo, a milhas de distância.
Mande sempre e com essa frontalidade.

Anónimo disse...

Por falar em noticias e que tal as justificações atabalhoadas ontem na Tv do vetusto representante sobre a assinatura do diploma ds dirigentes. Agora ja sao os pareceres dos magnânimos professores de direito (quem?) que não acham a evidencia ds contrariedade de um regime de função publica que ofende constituição. Ja passou a onerosidade de fazer concursos e alterar orgânicas? Interessante seria por falar em noticias que os partidos que hoje o DN fala em serem recebidos pelo Marcelo lhe coloquem mais esta peroma regional. No mínimo seria de colher a fiscalização do TC e dissipar duvidas. Este deve ser o papel de um Representante a luz da Constituiçao.

Mao Tse Tung disse...

Percebido e entendido. Também não acreditava que de repente abandonasse velhas amizades da velha guarda. Parecia-me excessivo e não se encaixava na sua pessoa.