Bagunça Rumo a 2019

DEZANOVE

As televisões nacionais mostraram por estes dias o estado da Saúde em Portugal, no que diz respeito à forma como os desgraçados que têm o azar de adoecer são tratados nos hospitais da faixa ocidental de Espanha. Metia dó. Em todas as unidades hospitalares, de Viana do Castelo a Vila Real de Santo António, eram doentes e moribundos jogados pelos cantos, 10 e 12 horas à espera de atendimento. Acontecendo em muitos casos o regresso a casa sem o raio da consulta feita, sem a urgente assistência.

A situação entristeceu tanto o sentimento de 10 milhões que o ministro da Saúde andou fugido da imprensa (lá ainda se fazem perguntas incómodas), para não ter de dar a cara com explicações gagas. Mas alguns agentes da Saúde, como a despachada moça da Ordem dos Enfermeiros, denunciaram diversos casos escandalosos e vergonhosos.

Isto para não falar de outra denúncia mais grave, que partiu do Tribunal de Contas acusando os hospitais públicos continentais de falsearem os dados sobre os 'tempos de espera' dos pobres doentes. Não foi nada: no último par de anos, nada menos de 27 mil doentes amarelaram nas listas de espera por uma cirurgia, com a nota saliente de que, para 2600 deles, o problema acabou cedo sem dar maçadas ao SNS: morreram antes de os chamarem à faca.

Este assunto vem aqui a propósito da estafada estratégia dos agentes da propaganda municipal do Funchal, que passaram a campanha autárquica invocando os males da Saúde na Madeira. Tentativa para desviar as atenções dos eleitores das ridículas mentiras do Almocreve-das-petas do Largo do Colégio, bem como da sua responsabilidade nas 13 mortes do Monte. 

Mas então a tragédia da Saúde no Continente alivia ou de algum modo justifica a tragédia da Saúde cá? Não, nem por sombras. Os males hospitalares da Tabanca prosseguem em carne viva e nem sequer ficam a dever nada ao que se vê naqueles lados. Agora, não venham os da propaganda municipal insistir na tese de que isto aqui só teria remédio se Lisboa mandasse para cá uma equipa sua de administradores e gestores inteligentes para endireitar isto aqui. Vade retro! Mais valia os doentes da ilhota em pior estado procurarem logo o caminho da morgue, para evitar perdas de tempo. Vocês têm mais mercenários para encaixar no aparelho regional a sugar o que ainda resta por cá de 'erário', mas não nos venham enterrar antes do tempo.

Sim, o Avô Cantigas, depois do seu 'chelique' na quadra festiva, cantou louvores ao SNS e ao amigo Barroso, o tal sobrinho da tia e do tio, muito amigo do Marcelo, p'cebes. Ora bem, havia o Cantigas de ser obrigado a meter-se na bicha das intervenções cirúrgicas num daqueles hospitais a cair de podres e sem especialistas, a ver se não acharia o SNS pior do que mergulhar na água fria do Tejo em campanha eleitoral!

Eles, os máfios que vivem da política, importam-se cá com a saúde dos Portugueses! Quando muito, tentam evitar mortes para não perderem contribuintes. Eles estão é entretidos a ver se dão a volta ao financiamento dos partidos, depois da barracada que foi a descoberta dos truques do Costa/César, Catarina, Jerónimo e PSD (quem manda naquilo agora?) para esfolar ainda mais o povo e bifar uns milhões de IVA retroactivo.

A LPM - alô município do pepsodente - já saliva desde as beiças até aos bolsos, só de pensar no reforço de verbas para propaganda partidária, com incidência nos cartazes - como sugere o laranjal alfacinha.