NO REINO DOS TRAPACEIROS

Manuel Thiago

Estive atento aos comentários à minha humilde exposição de 2 de Janeiro, intitulada “DE BESTAS A BESTIAIS”, que me inspiraram a relatar e opinar sobre fenómenos deste reino dos trapaceiros, comodamente instalado na nossa Pérola do Atlântico.

Aguçada que ficou a minha curiosidade com o comentário anónimo das 13h17 do dia 2 de Janeiro “aguardem vem mais um a caminho”, tratei de me informar e constatei que o Gabinete da Senhora Secretária do Turismo e Cultura, a partir do início do presente ano, ficará mais composto com mais um técnico especialista, com vasto domínio das ciências políticas. 

Estou convicto que a figura é deveras extraordinária, pois em aproximadamente 3 meses deu o imprescindível apoio em matérias políticas à Sra. Secretária Regional do Ambiente e Recursos Naturais, que o nomeou invocando a necessidade de "manter uma assessoria específica, designadamente no domínio das matérias políticas, através de um apoio técnico especializado a prestar no meu Gabinete, que informe, acompanhe e coordene a execução da política desenvolvida no âmbito do Ambiente e Recursos Naturais" (Despacho n.º 392/2017 - Série N.º 179, JORNAL OFICIAL de Terça-feira, 17 de outubro de 2017), e logo em Janeiro se apresentou no Turismo, possivelmente para desempenhar as mesmas funções, mas agora no âmbito das política turísticas. Da forma como respeita o dever de celeridade, como compete aos serviços da Administração Pública, chegará certamente antes de 2019, à Quinta Vigia para coordenar as políticas do desgoverno. Tenho reservas é se conseguirá evitar a ordem de despejo de D. Miguel após as Legislativas, pois cheira-me que até Nossa Senhora das Angústias lhe vai dar um empurrãozinho pela Avenida do Infante abaixo.

Também me despertaram a atenção os comentários sobre o Sr. Secretário Regional da Agricultura e Pescas, especialmente no que respeita aos supostos tachinhos na GESBA a favor dos engenheiros da Costa Norte. Pode até ter sido um acto caridade, a exemplo dos indultos concedidos aos prisioneiros, mas penso que essa gente tem pela frente trabalho árduo, não esqueçamos que aquela Empresa de Gestão do Sector da Banana vai em breve abraçar a exportação do Maracujá da Madeira, produto, que em Novembro do ano passado, teve direito a colóquio na Escola Agrícola do Funchal, onde foi apresentado o seu plano estratégico pela Secretaria que tutela o sector da agricultura na Região, tendo até contado com a participação de um engenheiro agrónomo especialista na matéria, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura. Ao que consta, a Análise SWOT, do plano estratégico em apreço, é um tanto ou quanto confusa no que respeita a determinação do que será uma oportunidade, um ponto forte, um ponto fraco ou uma ameaça, mas fora isso, será de extrema utilidade, como serão o plano estratégico do Tabaibo e outros a que a Secretaria Regional da Agricultura se tem dedicado, e outros novos, sim, porque ainda há muito produto sem planeamento estratégico como é o caso da Moganga, da Pimpinela e até do Brigalhó. Mas este último, já conta de certeza com material de sobra para a análise Swot e até para o Benchmarking, pois estou convencido que a D. Arsénia do Curral das Freiras, para além de garantir o seu testemunho vivo, terá elaborado uma dissertação que não há cientista ou catedrático que lhe ponha defeito. E aconselho vivamente ao Senhor Secretário que se governe com a prata da casa, porque fica mais em conta e além disso, muitos daqueles que foram presidentes no Brasil eram especialistas operacionais da Lava Jato, e o nosso país já foi difamado o suficiente pela acusação do Presidente Maduro da Venezuela de desvio dos pernis de porco pelo Natal, e nós não queremos manchar o plano estratégico do Turismo da Madeira, que a avaliar pelas fantásticas campanhas e acções promocionais do actual governo, cá dentro e além fronteiras, se tem revelado um instrumento de suma relevância e imprescindível na tomada de decisões. Como alguém diria: Isto é que vai aqui uma açorda, e a novela há-de continuar.