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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018


O FLAGELO QUE VEM DA VENEZUELA

“A secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade, (…) manifestou-se preocupada com o flagelo que constitui o número crescente de ex-emigrantes na Venezuela que estão a regressar à Região e que procuram emprego” ¹. Li e fiquei incrédulo. Como é possível que a governante que tem a responsabilidade pela inclusão social classifique os madeirenses que regressam à sua terra como um “flagelo” ², como pedintes que procuram emprego? 


Provavelmente, trata-se de uma praga porque vem pôr em causa a propaganda do “crescimento económico há mais de 58 semanas”. Pela reação dos governantes, parece que o eldorado não consegue criar emprego para os madeirenses que, devido à crise socioeconômica na Venezuela, se vêm forçados a procurar segurança na Madeira para as suas famílias.

Mais uma vez, sempre que um problema exige soluções difíceis e urgentes, a resposta preferida dos governantes regionais é queixaram-se que não há nenhum apoio por parte do Governo da República e acusarem-no de não cumprir as promessas feitas. De uma vez por todas, porque não assumem as suas responsabilidades e trabalham para encontrar soluções específicas para os problemas que a Madeira enfrenta. Basta consultar o site da secretaria regional da Inclusão e Assuntos Sociais para constatar que não há nenhum programa para acolher os “retornados da Venezuela” nem para os apoiar na difícil tarefa de refazer as suas vidas. Em síntese, para promover a sua inclusão social na Madeira?

Durante décadas, porque a Venezuela era uma terra de oportunidades, os governantes regionais não se cansaram de elogiar as virtudes da comunidade madeirense aí radicada com a finalidade de atrair as suas poupanças, com as consequências trágicas que se conhecem (casos BANIF e BES). Agora que a comunidade madeirense na Venezuela vive uma situação dramática, em que nem as poupanças de uma vida conseguem trazer, são tratados como um flagelo pelo governo regional, uma peste que vem estragar um ano saboroso, o melhor de sempre do turismo madeirense.

Neste contexto, é evidente a inabilidade política do governo regional. No orçamento para 2018, do todo poderoso coordenador político Pedro Calado, não há nenhum programa ou medida específica para apoio aos ex-emigrantes na Venezuela. No capítulo das políticas sociais não há uma única referência aos madeirenses que regressam da Venezuela. Sublinho, nem uma. O orçamento apenas faz referência a “uma política de aproximação às Comunidades, privilegiando o diálogo entre estas e a Região, na defesa dos madeirenses no mundo” ³.

Assim sendo, quando se constata que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, está neste momento na Venezuela para “desenvolver contactos com as comunidades” e “ter encontros com o presidente da Assembleia Nacional e com o ministro das Relações Externas venezuelano” ⁴, não se compreende que a comitiva não inclua nenhum membro do governo regional, em especial de Jorge Carvalho, o secretário regional com a pasta das comunidades madeirenses e imigração.

Esta ausência é incompreensível. Acima de tudo, é ofensiva da comunidade madeirense radicada na Venezuela que vê, deste modo, confirmados os seus piores receios de que são “persona non grata” na sua terra. Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é exclusão social.

J. C. Silva

10 comentários:

Anónimo disse...

Jorge carvalho com a tutela das Comunidades, hahahah... Grande Desgoverno só génios e craques... Hahahaha

Anónimo disse...

Ex emigrantes? A maioria sao segunda e terceira geracao, nao sao ex emigrantes.

Anónimo disse...

Comet. das 15.42. Bem visto sim senhor.

Anónimo disse...

De facto com frases destas, não há coordenação política que se aguente. Ou a senhora é mesmo loura e burra, ou então é sai-lhe a boca para o disparate com inusitada frequência. Então o regresso de emigrantes é equiparado a um flagelo ?
Quanto à ida do Jorge Carvalho, é uma desconsideração, mas reconheça-se que não ía lá fazer nada, como não faz cá.

Anónimo disse...

Mas esperava-se outra coisa deste enorme erro de casting chamado Rita Andrade ?

Se é assim que ela vê os nossos compatriotas que são obrigados a regressar, aconselha-se a que o marido da senhora não apareça na Venezuela na próxima visita de Miguel Albuquerque. Como fez na ida à África do Sul onde foi incluído na comitiva como sendo "empresário". Quando apenas é funcionário de uma imobiliária.

Anónimo disse...

Na lista do PSD de Santo António também havia um que passou a ser denominado de "empresário" depois das eleições...

Anónimo disse...

As palavras pertencem e comprometem esta Secretária que de facto é um desastre, só por isto devia demitir-se ou ser demitida. Quanto a ir um governante madeirense à Venezuela, a culpa é única do governo da República que deveria ter convidado um responsável governamental da Madeira.

Anónimo disse...

Anonimo das 19.49. Bem observado. Caricato e mesmo ontem o JM trazer uma mal cheia de nada na area da educação. Tudo aquilo que e dito pelo Inducativo.mor da tabanca sao atividades próprias do setor. Enato e as grandes ideias, projetos, etc que eram anunciados para o mandato?

Anónimo disse...

A senhora não sabe para mais. Já se sabia! O Sr Albuquerque achou que servia. Por isso a derrota nas próximas eleições vai ser estrondosa. O mesmo se diga, mutatis mutandi do Sr. Professor de ginástica Carvalho. duvido que saiba de ginástica! De assuntos parlamentares e emigração, não sabe de certeza. o melhor que o Sr Albuquerque tem a fazer é demitir-se a ver se alguém ainda vai a tempo de recuperar o partido antes do desastre Cafofo,

Anónimo disse...

Mas agora, com a contratação de mais um especialista para esta Secretaria, conforme publicação no JORAM de 4 de janeiro, com especialização em Educação Física, vai dar o salto, de certeza absoluta.
Se tudo isto não fosse trágico seria cómico. E os funcionários públicos agradecem e vão retribuir tão nobre acto de desprezo pelas suas competências. Continuem, rumo ao abismo!!!