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quinta-feira, 3 de junho de 2021

 

 Lógica Saloia 


PROTESTO DE UM

BANQUEIRO NÓMADA




Para evitar a maçada do contactless, por que não enviar o dinheiro dos depositantes directamente para a conta dos gatunos?



Bom dia


Não sou um banqueiro de gabinete. Para ganhar o pão de cada dia, preciso de errar pelas ruas e lojas a tentar descobrir o 'graveto' sem o qual a vida se torna difícil.

Não sou banqueiro de topo, daqueles que só precisam de um clique inocente quando querem transferir milhões do seu banco para a sua conta pessoal na Suíça. 

Mas também sou gente. 

E o que me traz aqui hoje é a burocracia a que submetem uma pessoa que precisa de utilizar honestamente o multibanco contactless perdido por algum 'despassarado' ou 'gamado' nos confinados apertos de povo.

Não digo que não tenham pensado em nós, 'colarinhos brancos' de sarjeta, ao inventarem o contactless. É verdade que os financeiros nos usam - a nós, limitados gatunos - para compensar o mau costume dos utentes forretas. Eles (os banqueiros de cima) utilizam-nos para incentivar o consumo. Inventaram o contactless para quando apanharmos um cartão desses lhe tirarmos os fundos disponíveis. Gastando à tripa forra.

Pegamos no dito cartão e enquanto o dono real não der por falta dele gastamos o crédito até ao tutano. Basta ir a um simples centro comercial ou coisa que o valha. Com um número de operações até ao permitido e nos montantes de limite pré-estabelecidos, vamos esvaziando a conta do cidadão benfeitor.

Agora, o outro lado. A maçada que isso dá - entrar de loja em loja, escolher o artigo, aproximar o cartão ao TPA, se bem que sem gastar o dedo a 'marcar o pin', e fazer a compra à saúde do feliz contemplado dono do cartãozinho. Mas...

E se formos apanhados? Desde logo, não temos dinheiro para os escritórios de advogados que vivem por conta dos grandes burlões, eufemisticamente conhecidos por banqueiros. Quem nos defende a nós? De uns dias 'dentro' não nos livramos, pelo menos até ganharmos a pulseira para voltar à actividade nos grandes centros comerciais.

Finalmente, deixo dois pedidos:

1. Tornem extensivas as virtudes do contactless à caixa multibanco, para levantarmos 'algum' em dinheiro vivo, em vez de o desbaratar em compras.

2. Ou então - o que é mais limpinho - enviem o dinheiro da conta das vítimas para as contas que nós, os banqueiros de sarjeta, indicarmos devidamente. 

Pensem nisso. Não sejam sovinas. Ou continuam a ser mãos largas só para os salgadinhos deste país?


Notas do Fénix - 1. É verdade que os autores do contactless enaltecem a segurança do processo, dizendo que o cidadão já não precisa de deixar alguém pegar no seu cartão nem de escrever o pin em público. Só que nunca referem a possibilidade de um desgraçado perder o rectângulozinho mágico. Pois então, depois de ler esta súplica de um banqueiro da nova vaga, decidi falar com o banco para que elimine a opção contactless do meu remediado cartão.

2. Tudo isto seria evitado, claro está, se pudéssemos descomprimir os bofes pastando com um cartão vermelho na tromba dos graúdos eleitos que só fazem facilitar a vida aos escroques e escroquezinhos.

3. Atenção que eles são capazes de dizer: as lojas estão todas munidas de câmaras de videovigilância, ninguém escapa. Brilhante! O crime acabou!

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto está mesmo bom para a ladroagem, seja ela qual for. Antigamente Jorge Sá dizia na sua propaganda nos supermercados: "Olho no preço"! Eu agora digo olho na ladroagem que nos rouba de várias maneiras!