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sexta-feira, 16 de agosto de 2019


Câmara de Lobos e o seu “comboio” de mau-gosto!

Na foto, à esquerda, podemos ver um terraço para ser ocupado possivelmente com esplanadas; ao centro, um corpo dissonante; à direita, a telha da mais baratinha e com grande impacte negativo.



Gil Canha


Em qualquer parte do Mundo civilizado que tivesse a honra de uma das suas mais pitorescas paisagens ser pintada por Sir Winston Churchill, qualquer intervenção que se fizesse 'a posteriori' nesse lugar seria objeto de um estudo arquitetónico aprofundado e aberto a várias ideias e sugestões de técnicos abalizados. 
Se me perguntarem se a vila de Câmara de Lobos está melhor com o hotel do sr. Pestana, obviamente que está muito melhor do que a “caixotaria” anterior. Mas, se me perguntarem se gosto da intervenção arquitetónica realizada, eu digo que não, e na minha opinião, está horrível. E o sr. Arquiteto deveria ser sujeito a tormentos medievais, para nunca mais fazer asneiras daquela grandeza e escala. (A intervenção do Governo no ilhéu há uns anos atrás foi muito bem conseguida, mas o Mercado, agora sede dos bombeiros, e os edifícios construídos pela sociedade de desenvolvimento junto da igreja e praia do Vigário são uns “bunkers” horríveis, feitos numa escala exagerada e sem qualquer enquadramento paisagístico, no mesmo traço “matarruano” aplicado pelo arquiteto do sr. Pestana)
E já explico porquê: se chegar um arquiteto a uma pequena aldeia dos Alpes, desde a Suíça, passando pela França e acabando nos Dolomites italianos, ou se se quiser intervir, por exemplo, na costa Amalfitana, ou nalguma aldeia da costa croata ou nas pequenas cidades pitorescas da Holanda ou dos países Bálticos, as municipalidades espartilham e balizam o “cavalheiro” como um navio a entrar num porto complicado. Isto é, as autoridades impõem condicionamentos arquitetónicos e urbanísticos muito apertados, para que o projetista não entre em roda-livre e o técnico não se meta em “experiências arquitetónicas” que ponham em causa ou prejudiquem a sustentabilidade económica da localidade, (porque esses locais pitorescos são vistos como um recurso de inestimável valor); se utilizam materiais e cores apropriados com as tradições construtivas locais; se existe harmonia com as edificações envolventes; e se os elementos arquitetónicos têm impactes, se destoam, se criam “ruído” ou apresentam estruturas dissonantes com o conjunto edificado envolvente, etc… 
Ora, em Câmara de Lobos deixou-se ao livre-arbítrio do sr. arquiteto, e o senhor cavalgou a onda com a mesma graça que Alarico saqueou Roma e com a mesma desenvoltura dum sr. Avelino a entrar pelas ribeiras dentro.
Existem eternas discussões, quase bizantinas, se os arquitetos devem copiar o antigo, tipo coisa postiça, ou se devem destacar bem o que é moderno do antigo, para não enganar o observador, e assim definir bem as épocas históricas das diferentes intervenções realizadas; e a genialidade está em conciliar isso tudo segundo as regras do bom-senso e do bom-gosto, porque cada lugar tem a sua particularidade intrínseca, a sua “alma” própria. Por exemplo, a cidade alemã de Dresden, destruída totalmente na Segunda Guerra Mundial, foi recuperada como uma cópia fiel do seu antigo estilo barroco, e atualmente ainda está para as voltas. Mas existem cidades em que se praticou a mesma receita, e ficaram horríveis. Por outro lado, em Riga, capital da Letónia, e Bratislava, capital da Eslováquia, os arquitetos soviéticos intervieram nos centros históricos com estruturas de vanguarda e “implodiram” as cidades de tal forma que ainda hoje se procura minimizar esses erros do passado (mas em Minsk, Bielorrússia, a mesma escola fez edifícios lindíssimos) enquanto em Talin, capital da Estónia, as autoridades criaram regras tão apertadas na Olde Hansa, que a pequena cidade é hoje considerada uma das mais pitoresca e belas da Europa, e uma importante porta de entrada de receitas, como também é o caso da pequena vila piscatória holandesa de Volendam ou Positano, Itália, por exemplo.


Voltando à pobre vila de Câmara de Lobos, no edifício mais antigo, o arquiteto largou a telha mais barata e horrível do mercado, num “vermelhão abóbora que até fere os olhos”, quando existe no mercado telha pigmentada, com menos ostensivo impacto (parece aqueles senhores que pintam o cabelo para esconder a idade); no “comboio de quartos” paralelo à estrada que vai desembocar no velho porto, parecem “cavalariças” alinhadas, em que os habitáculos dão diretamente para a rua. E, numa foleirada indescritível, o tal “comboio” é encimado/rematado na cobertura por um telhadinho (a mesma foleirada que se vê em zonas rurais à volta das lajes) que esconde por detrás um grande terraço de ponta-a-ponta, pronto a ser ocupado por esplanadas, guarda-sóis, e outros elementos inestéticos. E, finalmente, surge um retângulo de vidraria, com grande impacte no casario a tardoz, que deveria ser transformado numa câmara de tortura, para agrilhoar e castigar eternamente o sr. Presidente de Câmara e restante vereação, por terem dado carta-branca ao sr. arquiteto que “manchou” uma das vilas mais pitoresca da Madeira, que pela sua graça e singularidade, um belo dia de janeiro de 1950 chamou a atenção “felina” e perspicaz de Sir Winston Churchill. 

Nota do autor: este artigo não é para matarruanos, para esses, aquilo “tá linde” e quem diz mal deve ser “incaçarado” ou jogado num “abicadoiro”!

38 comentários:

Anónimo disse...

Absolutamente fantástico, de leitura obrigatória para todos os arquitetos que devem por obrigação da sua profissão, conhecer e viver com a estética.

Anónimo disse...

O Canha não é arquitecto

Anónimo disse...

Pessoalmente, não desgosto da linha do hotel. Mas gostos não se discutem. No entanto, concordo consigo na questão da telha!

Anónimo disse...

As opiniões são como os olhos do... Todos têm uma! Gostar ou não gostar, isso é com cada um. Olhando para tanto aborto feito por aí, aquele até que não está mau. Já agora como é que faria? Com telhoscas de colmo?

Anónimo disse...

E os pombais que o Canha construiu são de um bom gosto...

Anónimo disse...

Gil, às vezes mais valia não escreveres nada. Quando não se tem nada de importante, mais vale não estragar caracteres.

O hotel é um marco em Câmara de Lobos, está lindo, alindou a face da baía e vai mudar Câmara de Lobos para muito melhor.

Os camaralobenses estão na generalidade muito agradados, os comerciantes também.

O teu ódio aos grupos económicos cega-te e turva-te o raciocínio.

Só tu é que preferes o esterco nauseabundo da lota que lá estava e o prédio degradado já quase a cair aos bocados que lá estava.

Anónimo disse...

Não é arquitecto, mas tem mania que sabe mais que os arquitectos. Como tem mania que sabe mais de direito que os advogados. E até de engenharia que os engenheiros. Muita presunção. Especialista em tudo ou talvez só em banha de cobra!!!

Anónimo disse...

Maledicência pura
Se Canha morder a língua, morre!!

Anónimo disse...

Gostos não são discutíveis.
Mas quem construiu aquelas casas acima dos Barreiros, não tem moral para fazer juízos de valor sobre arquitetura.

Anónimo disse...

Triste quando alguém como o Sr. Gil Canha fala ou gatafunha e tem espaço público. Cada terra tem o que merece e é isto que a Madeira tem. Narcisismo, convencido de que tem um padrão estético ou alguma cultura para servir de referência quando não passa de um boçal que nunca trabalho a sério na vida, beneficiando dos rendimentos do trabalho dos seus ancestrais. Menino de bem com ar de rufia, com jeito para tertúlias e brincadeirinhas que geram riso e até ajudariam a quebrar a monotonia, não fosse o caso de muitas delas serem pagas com dinheiros públicos. Que dizer da sua capacidade de gestão no passado recente relativamente a não ter contas certas no Partido que geriu? Que dizer da eficiência ambiental dos carrinhos antigos ou do impacto paisagístico das suas construções imobiliárias de mau gosto? Se houvesse espelho envergonha na cara este senhor resumia-se aquilo que é: um vilhão com manias de intelectual.

Anónimo disse...

O prédio novo está muito bem inserido na envolvente da baía, em todo o casario que está a tardoz.
No outro fizeram uma recuperação notável.
O resto é conversa e muita inveja como é próprio dos madeirenses

Anónimo disse...

Só faltava um sermão do Gil, o mais novel arquitecto desta praça, já galardoado internacionalmente, a rivalizar com Siza Vieira, Souto Moura e outros que tais

Anónimo disse...

Bazófia de um sabe tudo

Anónimo disse...

12.33
Só faltava eu com arquitecto ler as bujardas deste senhor sobre arquitectura.
Parece um pacóvio que andou pela Europa, pela Costa Amalfitana e outros lugares e que vem de lá deslumbrado e que chegado a terra quer importar de lá o que não pode

Anónimo disse...

Concordo com o sr. Canha. Deviam tomar mais cuidado, embora os vilhoes papem tudo!

Anónimo disse...

O PSD-M bem que poderia aprender com esta tática...Quando se é atacado nas redes sociais ou blogues, derramar uma rajada de fogo (comentários) a replicar, atacando o adversário sem piedade. Há anos que digo que isto tem sido uma falha do PSD, ou seja deixar a maledicência sem resposta na internet. Com tanto militante que há em toda Madeira, isto não é aceitável. Aprendam com o companheiro Pedro Coelho, uma figura incontornável no futuro do partido.

Anónimo disse...

Pena o Trump ainda não saber da existência deste nosso conterrâneo pois tinha lugar imediato na Administração Americana. A Madeira para ele é muito pequena. Parece que facilmente se chega a razão de alguém que teve outrora alguma decisão.
Também eu faria o mesmo.

Anónimo disse...

Oh Drº Gil Canha! O senhor não sabe que muitos dos nossos jovens que foram estudar para o continente depois do 25 de Abril, muitos deles filhos de campónios que faziam as suas necessidades no meio das bananeiras, quando regressaram com as suas licenciaturas continuavam broquilhas e matarruanos apesar do curso de ensino superior. E vejo isso em várias profissões. Por isso não admira certos comportamentos. E depois na sua juventude iam para canárias e torremolinos nas suas viagens de finalistas em vez de visitar as capitais da cultura europeia. É por isso que vão continuar matarruanos e brogessos apesar do amarranço para concluir a licenciatura!

Anónimo disse...

A opinião do Gil Canha aquilo é uma pequena grande aberração e eu também acho. Bom artigo

Anónimo disse...

O gilinho sabe tudo... Ele é doutor, ele é professor, ele é arquitecto, ele é ambienfalista, ele é cirurgiao, ele é geologo, ele é bananicultor, ele ate apanha morangos de escada. O Gilinho é tudo e nao é nada ao mesmo tempo.

Anónimo disse...

O Gil falou de tudo menos da ocupação do Domínio Públlico Maritimo. A rua ficou mais estreita a favor do Pestana! Em vez de se abrirem mais espaços públicos à volta da baía, fechou-se aquele espaço com o combio do Pestana. Aquilo ficou horrivel. Mais um beco.

Será que o Gil Canha também é a favor da ocupação selvagem do nosso litoral, em particular na cidade do Funchal?

Anónimo disse...

Como matarruanos e incapacitados temos de concordar com tudo aquilo que o Sr Gil diz pois ele está muito para além de nós.
Deus no Céu e Gil Canha na terra.
Concordo pois aquilo é um aborto e deveria ser demolido. Não Sr Gil?

Anónimo disse...

Desta vez concordo com o Dr Gil Canha. Foi muito mau o que se fez na Baía de Câmara de Lobos. Até o William Churchil mudou de sítio!!A ocupação do domínio público marítimo é uma vergonha.E os carros a estacionarem no lugar dos barcos?Mau.

Anónimo disse...

Preferiam como estava antes? Isto de criticar por criticar é fácil.

Anónimo disse...

Vejam que de tanto gostar daquilo que até o William Churchill se mudou de lugar. Para que tanta critica Gil quando o Churchill adorou.
Estamos ansiosos é para ver a Arquitetura do próximo empreendimento do Sr Gil Canha. Aguardamos sentados.

Anónimo disse...

O que eu mais gostei no artigo de opinião foi a nota do autor em rodapé a proibir os mataruanos de ler o artigo. Ora essa nota do autor despertou os matarruanos e os broquilas para comentar o que para eles está "linde" e "bonite". Era meter estes arquitectos matarruanos num contentor e mandá-los para algumas vilas europeias onde se preserva o rústico, o antigo, o original, o histórico e o genuíno! Como nasceram no meio das bananeiras e do betão para eles o que é "linde" é o betão e o alcatrão!

Anónimo disse...

Maior matarruano que constrói aqueles "abortos" acima dos Barreiros não deve haver.
Deve ser o que o intelectual de pacotilha das 14.42 chama de "linde".

Anónimo disse...

14.42
Acho bem. Deveriam construir lá uns telheiros com folha de zinco e umas retretes e tendo na porta um xavelha para assim que passasse um carro ele pedir uma moeda.

Anónimo disse...

Canha, rápido, um artigo a malhar no Cafofo pois é nisso que a maioria dos comentadores te dá razão.
Então vais contestar uma obra dos patrões do queque?

Anónimo disse...

Entretanto os residentes do Pico da Torre e arredores continuam a sofrer às mão dos labregos que todo o santo dia assaltam, agridem e ameaçam sem que as autoridades e os responsáveis políticos do concelho façam alguma coisa.

Façam hotéis e gastem betão à toa e não se preocupem com a vertente humana que vão ver o sucesso que vão ter. Lindo cartaz turístico, ser assaltado no miradouro principal da freguesia, mas lá dizem os entendidos que isso é normal em qualquer parte do mundo.

Anónimo disse...

Pessoalmente gosto muito! Em termos de arquitetura está muito bem enquadrado na paisagem territoral.

Anónimo disse...

Era giro saber do que gosta do Gil Canha? Nunca gosta de nada, diz mal de tudo, ataca quem cria emprego na ilha, é um bla, bla, bla, bla.

Anónimo disse...

Adora ver o Gil Canha provocar tantos matarruaos e broquilhas por metro quadrado na Europa, como existem nesta ilhota africana! Farto-me de rir ver este brogessos todos irritados com quem tem um nível intelectual muito grande. Lá diz o ditado popular que a ignorância é atrevida. E é "linde" ver eles todos fulos com um intelectual de grande calibre!

Anónimo disse...

Quando Canha malha no Cafôfo é o maior. Quando Canha malha em tudo, menos no Cafôfo, é do pior.Estes comentadeiros são todos do mesmo exército atacante?

Anónimo disse...

Canha está contente pois já concretizou a venda dos Terrenos da Prebel. Agora vamos ver o Mamaracho e a Arquitetura que por lá vai nascer. Depois falamos e conversamos mas nada de contra-informações e desviar conversa atacando outros objetivos.

Anónimo disse...

Também é "linde" ver o emproado do Prada (criado do Pestana) aqui a comentar. Espero que não se inclua nos matarruanos e broquilhas desta terreola africana!

Anónimo disse...

Olha, não sabia que os terrenos da prebel eram do Canha! Deve ter ganho uma pipa de massa! Eu estou no gozo porque sei que os matarruanos e os broquilhas usam toda a estratégia para desacreditar o drº Gil Canha!

Anónimo disse...

09.18
Existe um ditado popular muito atualizado:
Quem se pica/ratos trinca.