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sábado, 15 de maio de 2021

 

CRÓNICA


JUVENAL XAVIER                                                                                  





MAIO É FESTA DO FUTEBOL 

CÁ DA TERRA 



 

Era uma vez um sonho que ganhou asas no dia mais longo do futebol madeirense. 

Com um ponto, já se deitavam foguetes, mas, como a bola é redonda, não vá o coração da gente passar as passas do Algarve com aqueles leões de Olhão. Só que Norberto (um angolano de Malange que tinha vindo do Estoril-Praia) estava com a pressa toda e nem havia um quarto de hora, num abrir e fechar de olhos, já tinha dois golos por conta da festa. Explodia o Caldeirão! 

Naquele domingo, 15 de maio de 1977, que teve mais de 24 horas, os verde-rubros entraram, finalmente, nas portas da I Divisão Nacional. Daí em diante, Porto, Benfica e Sporting passavam a ser visitas da casa – o Estádio dos Barreiros que comemorou o seu 40.º aniversário no dia 5 desse mês. 

Sempre com o Vasco da Gama e a CUF à perna, os leões do Almirante Reis lideraram, praticamente, a Zona Sul da II Divisão Nacional (à exeção da 4.ª 5.ª e 6.ª jornadas) e chegaram ao fim do caminho com 43 pontos; mais 1 do que o conjunto do Barreiro e mais 4 do que o Vasco da Gama de Sines. 

Recordemos a equipa que nunca será esquecida. 

Amaral (Porfírio); Olavo, Eduardo Luís, Bira e Rui Gomes; Ângelo, Nélson (Noémio) e Eduardinho (c); Calisto, Norberto e Arnaldo Silva. 7 madeirenses no onze, mas havia muito mais prata da casa no plantel de Pedro Gomes, como Humberto, Fernando Rodrigues, Arnaldo Gonçalves, Arnaldo Carvalho, Jesus, Tininho, Emanuel Silva e Chico. E pode ser que me falhe algum, que é bom sinal. 

À mesma hora, o Nacional saltava para a II Divisão, ao vencer nos Olivais com um golo de Fernando Luís – mais conhecido por Hernâni e que Nelo Vingada dizia ser o Simões do Belenenses.  

(À noite, no aeroporto, à chegada triunfal do rival, os versos de Chico Buarque – Foi bonita a festa, pá). 

Passados onze anos, igualmente no dia 15, mas em 1988, os alvi-negros seguiram o mesmo sonho, vencendo em Samora Correia, com um golo de Vieira, hoje, adjunto de Leonardo Jardim.  

No ano seguinte (1989), mas no dia 14, tocou a proeza ao União que levantou o passaporte em casa do Olivais e Moscavide, na penúltima jornada, onde ganhou por 1-0 (golo de Renato). Assim, fez-se história e juntaram-se os três emblemas madeirenses na fina flor do desporto-rei. 

Depois de Lisboa (então com Benfica, Sporting, Belenenses e Estrela da Amadora) vinha o Funchal que tinha mais uma equipa do que a cidade do Porto. E é no dia 30, em 1993, que os verde-rubros conquistam a Europa, no “caldeirão”, ao virarem, de forma espetacular, o resultado contra o Boavista (3-2) com 2 golos de Ademir Alcântara em dois fulminantes minutos. O batismo foi na cidade belga de Antuérpia. 

E havia mais estórias de maio por contar como a do hipotético projeto do três-em-um. Por isso, e em consequência de tempos de efervescência, no dia 25, em 1997, no intervalo da abada do Marítimo ao Gil Vicente (6-0), o presidente do governo regional retirou-se do estádio dos Barreiros, no intervalo, “por motivos de segurança”, ao som de cânticos Jardim p’ra rua; Marítimo continua 

E cada clube seguiu o seu destino, sob a sua bandeira. 

1 comentário:

Anónimo disse...

Não queriam 3 em 1?
Agora vai ficar melhor.
Uniãozinho já se foi, o Nacional vai por esse caminho e fica o clube único que se chama Marítimo