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sábado, 24 de abril de 2021

 


CRÓNICA


Luís Calisto                                                                                            








No grande 25 de Abril comemoramos... ...comemoramos...

(Porra, mais uma branca reaccionária!)


Começa a confundir esta minha frágil cabeça o costume de fazerem de cada dia o dia disto e o dia daquilo, e às vezes mais do que um tema por dia, e depois hoje é a celebração desta efeméride, amanhã as comemorações oficiais doutro feito qualquer. A pessoa mesmo sem alzheimer perde gradualmente a memória, confunde acontecimentos ou esquece-os, sente-se empanturrada de informação, à semelhança dos computadores com a nuvem atafulhada de dados. 

O armazém por cima do pescoço precisa de estar atento a ver se esta semana o Ronaldo bate o recorde de chegar pela primeira vez aos 734 golos e se o guarda-redes do Benfica soma efectivamente 1098 minutos sem ser batido e ainda se o Pizi aumenta as assistências para o número guiness de 17 em outros tantos jogos. Marcas do estilo.

Dei por mim a tentar recordar o que é que se comemora neste 25 de Abril. Abrilada? Vade retro, miguelismo fascista do século XIX! Bom: como apostei comigo próprio que não recorria ao prof. Google, ando aqui às voltas com a 'branca', que me cheira a sintoma de reaccionarite aguda.


O que me vem à cabeça é uma certa saudade dos tempos em que ainda se comemorava o 25 de Abril, fosse isso o que fosse. Pelo menos nessa altura fazíamos desfiles com sindicalistas que ainda tinham poucos anos de carreira sindical e festejava-se o tal 25 de Abril sem o complexo de ao mesmo tempo ter de recordar o 25 de Novembro, outra data que ora me escapa e que pretendem tornar precursora do 25 de Abril, embora cronologicamente posterior. 

De loucos!

E depois com estes avanços destravados do tempo-espaço em dialéctica quântica exigem que a cabeça do povo funcione normalmente! 


Depois de ter matutado sobre a vaca fria, salvo-seja, parece-me que o 25 de Abril que celebrávamos começou a desaparecer à medida que os assaltantes de bancos passaram a fazer o seu 'trabalhinho' de dentro do banco para fora, ao contrário dos mascarados que antigamente atacavam de fora para dentro. 

Nos tempos em que se comemorava alegremente de cravo na lapela, a preocupação dos mandantes nacionais era fazer leis para prender a gatunagem e metê-la na cadeia, ao passo que hoje até o Presidente da República pede por amor de Deus que legislem em S. Bento de modo a atar as manápulas dos ladrões que enxameiam a classe política.

Nessa época, faziam-se manifestações para tentar divergir uma partezinha dos lucros das grandes empresas para o bolso desfalcado da populaça. Pois agora as comemorações não safam os bolsos desfalcados da populaça de pagar mais uns milhões de milhões pelos calotes da TAP e da banca. 

Uns anos atrás, disso lembro-me, cada 25 de Abril era uma festa e até os jornalistas punham cravo ao peito, costume que perderam paulatinamente à medida que a 'Justiça' deu cobertura aos tubarões que se multiplicavam no novo regime, fuzilando sumariamente a liberdade de expressão. 

O respeitinho pelo bom nome da porca da gatunagem é muito bonito.


Embora com dúvidas, tenho para mim que aquilo que comemorávamos uns tempos atrás era coisa boa para o povo. Infelizmente, tenho uma certeza: o país está de rastos. 

E com esta perversão: uns democratas progressistas de pacotilha acham que assim é que está certo, uma vez que os nossos antepassados eram uns viciados em colonialismo, esclavagismo e racismo.

Um dia destes, o meu Amigo Juvenal Xavier dissertava neste espaço a respeito da Liberdade, voando sobre a matéria em apreço e recordando conceitos de pensadores. Faço-me convidado para postar a definição que uso para mim: liberdade é fazer o que quero sem chatear os outros e deixar o próximo fazer tranquilamente o que quer desde que não me chateie a mim. 

Não sei se este remate filosófico tem ponta por onde se pegue, mas vou continuar com ele.


Raios, nas tais comemorações do 25 de Abril cantava-se uma letra qualquer... género o povo em terra da fraternidade é quem mais ordenha para alimentar o patronato unido jamais será vencido... Não é nada disto. E a música então...

Talvez para o ano.


PS 1 - Não levem a mal estas saudades de, com ou sem folclore proletário, comemorar o 25 de Abril. Quem é que nunca foi novo? 

PS 2 - Vesti o título deste artigalho com negríssimas crepes, não sei se adequadamente. Mas... ia meter vermelho ali?

6 comentários:

Anónimo disse...

Sr.Calisto, tem razão
O 25 de Abril, veio permitir que a rapaziada de Santana tivesse a liberdade de ter o bolso aberto para a entrada de fundos inexplicáveis à luz da Lei
Permitiu também que estes espertalhões, mentissem a quem de Direito que tinham recebido esses valores
Permite que eles continuem no Poder e que o milagreiro das rosas do arco...da velha tenha a destinta lata de lhes dar votos de confiança.
Mais ainda, deu carta branca ao rosinha para cumprimentar o amigo socratiano a continuar em liberdade a gastar aqueles milhões que o amigo lenatico lhe emprestou.
Mas também a abrilhada está a pôr-se a jeito para pedir a ressurreição do Velho Salazar vestido de André com gravata vermelha.


Anónimo disse...

Nem+
Bem visto o das 21:46
Já basta de garotadas
Só na nossa Madeira a que os políticos são impunes
O Presidente da República deveria ter uma Palavra sobre esta garotada
O Sr. Nicolau Fernandes no programa do Sr. Gil Rosa, foi preciso e conciso ao falar deste tema.
Que pena ele não ser convidado todas as semanas.
Quem sabe, sabe...
Um jornalista com este nível a RTP não pode perder
Precisamos de quem sacuda consciências e ponha o dedo nas feridas do ditador e raivoso queque que é um zero à esquerda na nossa linda Terra
Espero que em Outubro o Povo lhes dê nas trombas para acabar o abuso de poder e a fraude

Unknown disse...

Encontre-se um marido e, assim, a culpa já não morre solteira.

Anónimo disse...

Estamos entregues à bicharada
Quem viu ontem o Rodriguez discursar com uma rosa vermelha ao peito, nascida e criada na Quinta do Arco, oferecida pelo blue queque, face luzidiadepó de arroz e os papos dos olhos inchados como um primata, pensou de si para si.
Grande democrata e defensor da Liberdade Abrileira
Com o barrete, o pimentinha pastilheiro e santos pinga amores a aplaudir a diarreia mental deste discursador confesso e outros a desejá-lo vê-lo pelas costas, sentiram Salazar a mexer a pedra do túmulo.
Será que a Felgueiras da CM não poderia vir à ilhota e reportar os acontecimentos regionais, como o milagre das rosas e o financiamento do desconhecido cubano a estes sem abrigo do burgo?
O Sr. Presidente Martelo não poderia dar um soco na mesa e fazer levantar voo
a estas aves de arribação e levá-los para o Tarrafal?
Porca miséria
O Povo mais uma semana esquece os feitos históricos destes labregos e pimba

Anónimo disse...

Meu caro:quando, entre situação e oposição, só o PC comemora Abril, neste deserto partidário que por aqui vai, está tudo dito. Abraço e viva a Liberdade.

Anónimo disse...

Sr Calisto já que anda sempre em cima do que de novo se faz na Madeira , sabe o que o dono disto tudo anda a fazer nas Hortas Urbanas ? Um hotel Savoy , uma nova britadeira ?