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terça-feira, 22 de março de 2016

Opinião


NÃO TENHAMOS MEDO


Em 1989, a queda do Muro de Berlim trouxe uma entrada de países em avalanche na União Europeia (UE), receando a evolução a Leste.
O capitalismo selvagem, com a queda do “inimigo principal”, a União Soviética, sentiu o terreno seu e conseguiu a desregulação da actividade financeira, beneficiando da cumplicidade dos Partidos políticos, estes ocupados mercê de os poderes financeiros pagarem a inscrição de gente para os ter na mão.
Vendeu-se a utopia liberal, como se os mercados funcionassem em termos do Bem Comum sem a intervenção correctora dos Estados.
A par do controlo dos Partidos, o controlo da Opinião Pública pelos mesmos poderes financeiros, impôs o Relativismo sobre o Personalismo, apagando Referências, Valores e Princípios, sem os quais não há base lógica para os modelos políticos. Temos a Europa Decadente, já que o Marxismo se encarregava, antes, de vir subvertendo os Sistemas Educativos.
A desregulação permitiu assim a especulação financeira. Os Estados e os privados encontram-se na impossibilidade de pagar os seus compromissos, na medida em que os países europeus mais fortes querem salvaguardar os seus Bancos depois de, antes, terem oferecido facilidades de empréstimo de dinheiro e de terem beneficiado do resultante aumento do consumo nos países mais débeis.
Esta frieza, esta falta de solidariedade europeia, as imposições de resgates, tudo causou um verdadeiro genocídio social nestes países mais desfavorecidos.
Os países ricos usaram a mesma estratégia de quando a Europa endividou os países árabes e do Médio Oriente, no início do século XX, antes e depois da I Guerra Mundial, com as potências colonialistas a imporem Protectorados e outras formas de ocupação. Só que estes Povos mantiveram-se agarrados ao Corão, enquanto na Europa o Cristianismo derrapou.
Neste momento, atém de decadente, a União Europeia está num impasse. ou avança para o Federalismo, ou recúa para o Mercado Comum apenas. Ou para e simplesmente implode.
Que fazer?
Face ao Relativismo e consequente apagamento dos Valores Europeus, é necessário reafirmar Princípios através de NOVOS MODELOS DE INTERVENÇÃO POLÍTICA QUE NÃO NOS ACTUAIS PARTIDOS. É imprescindível regressar à construção de IDEOLOGIA coerente com o século XXI e deste modo criar REFERÊNCIAS para BASES LÓGICAS na construção de NOVOS modelos políticos. Falhou o “sonho europeu” de conceber a “felicidade na Terra” fundada apenas na Economia e respectivas regras incompetentemente desenhadas pelos eurocratas, aceites por Governos incapazes e nas mãos do capitalismo selvagem.
É fundamental avançar para o FEDERALISMO EUROPEU, através de mais poderes da UE ante os Estado-Membros e não sermos arrastados pela chantagem dos ingleses; fundamental dar mais poderes ao Parlamento Europeu; dar mais voz às Regiões, numa Segunda Câmara do Parlamento Europeu; políticas comuns nos domingos seguintes: Direitos, Liberdades e Garantias individuais, Finanças e Banca, Política Fiscal, Assuntos Sociais e Coesão do Território.
Há que suprir as actuais omissões e deficiências na Coesão Social e na Coesão do Territorial
Como, para já, é também urgente resolver a questão das migrações  sobre a Europa, distinguindo o Dever de Asilo, de outras circunstâncias. Na História, as grandes migrações estiveram sempre na origem de posteriores subversões de legítimos modelos de vida. Não se pode comparar, como erradamente se faz, o êxodo muçulmano com a emigração europeia para as Américas e a África. É que, então e ao contrário da Europa hoje, havia aí um défice de população.
Urgente repensar a desastrosa política europeia com o mundo árabe e o Médio Oriente, de uma vez por todas entendendo que o conceito de poder muçulmano articula os poderes político, religioso e militar num só.
E, desagrade a quem desagradar, perceber que só é possível uma Europa forte, se do Atlântico aos Urais, como a A concebia o General De Gaulle, se integrar também a Rússia - claramente uma Cultura europeia e uma potência económica que interessa a todos - e a Turquia, para a ponte que será cada vez mais necessária com o Islão.
Para além da UE reforçar a sua integração na NATO e devolver o poder aos Cidadãos através da descentralização política nos Estados-Membros.
Perdido o império colonial na África e na Ásia, ainda que se mantendo aspectos colonialistas na Madeira e nos Açores, o FUTURO DOS PORTUGUESES depende de dois factores principais: da evolução na UE e do sistema político-constitucional nacional.
O actual sistema político português é imposto ao Povo pelas forças que dominam Portugal, de natureza económica, política, corporativa e lóbis de acesso fácil à Opinião Pública.
O sistema político português é um sistema conservador, caduco e com tabus, por exemplo o falecido “socialismo” de há 50 anos. É um sistema que não expressa as necessidade de progresso social, mas antes AMARRA os Portugueses, impedindo-nos de responder aos desafios do século XXI.
Obsta à Reforma do Estado, pretendendo começa-la pelo telhado, sem ir aos alicerces. Um regime político que não é democrático, mas sim PARTIDOCRÁTICO, e que vem agora destruído o Estado Social, agravando as desigualdades e penalizando os mais desfavorecidos.
Logo, é necessário mudar o Sistema, mantendo os Princípios Fundamentais da actual Constituição da República nos artigos 1.º a 11.º, à excepção do “Estado Unitário” (artigo 6.º).
Não vou repetir aqui, o que consta da minha proposta de novo modelo constitucional para o País e que está em www.facebook.com/albertojjardim
É um modelo para DEVOLVER a soberania democrática aos Portugueses.
Um modelo para derrotar a decadência e impasse que, a partir de Lisboa, os poderes financeiros, sobretudo estrangeiros, a classe política lhes subordinada e as corporações internas, estão a impôr ao Estado e ao Povo Soberano.
Claro que tudo depende também do que ocorrerá na Europa e de como aí soubermos desenvolver uma estratégia eficaz, ao contrário da incompetência diplomática e do desastre de actuação dos Governos de Lisboa.
Mas, aceitar as coisas como estão, lá isso é que não!
Os grandes momentos da História do Povo português verificam-se quando arriscamos.
Quando temos a ousadia e a criatividade para mudar.
Que nada têm a ver com o conformismo e a cumplicidade estagnantes que, na Madeira, desacreditadamente, une todos os partidos políticos até na aceitação da dívida, a qual é do Estado para connosco.
Todos estes padecem de uma obsessão ante o passado recente que desenvolveu o arquipélago e iniciou a conquista de uma Autonomia Política, razão até da falta de consideração revelada nas omissões inadmissíveis quando do falecimento do primeiro Presidente do Governo da História da Democracia e da Autonomia. O povoamento da Madeira e do Porto Santo iniciou-se em 1418, e não em 2015.
S. João Paulo II dizia “não tenhais medo!”.
Isto significa que, se quisermos, o futuro pode estar nas nossas mãos, e não nas dos interesses que não são os de Portugal.
Mas é preciso que não tenhamos medo!
 

Funchal, 22 de Março de 2016

Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

5 comentários:

Anónimo disse...

Também houve um que dizia "não tenhais medo, tratai da oposição que da dívida trato eu".

Os trouxas trataram da oposição e agora choram com a dívida às costas.

amsf

Anónimo disse...

Que baralhada de argumentos, desconexos, incompletos é uma soma incoerente de conceitos e factos. Só mesmo em terra de cego ou então já ninguém lhe "Passa Cartao"

Miss Take disse...

Mais uma lição. A os que só sabem argumentar com a divida da Madeira, esta só é má porque a do País é ainda pior. Os outros, aprendem se quiserem.

Anónimo disse...

é melhor comecar a pensar em escrever uns livrinhos "la dentro"....Nao gaste os cartuchos todos ca fora...Vai haver quem leve uns ccigarrinhos ou cubanitos..

Anónimo disse...

O Homem Errou.... ao Destruir a Economia Regional... e Distribuir Riqueza ...etc..etc..porém há que olhar o lado Humano do Próprio... a angústia e sofrimento que o mesmo e seus
subordinados Sofrem minuto a minuto ! Haja Misericórdia !