UMA REGIÃO, 3 SISTEMAS
Custa cada vez mais entender as actualidades cá da Tabanca. Isto é tudo a mandar! Desculpem insistir, mas a coisa está a piorar.
Nós, simples aborígenes rasos e desclassificados, continuamos prisioneiros no meio do Atlântico, sem uma piroga que nos leve até às terras mais avançadas onde já tenham inventado a roda. Mas pelo menos vamo-nos rebolando a rir com as cenas do quotidiano desta tribo cada vez mais recôndita em matéria de mentalidade.
Os anciãos do aldeamento conspiram sem parar e cosem na casaca dos novos chefes, que entretanto se vão traindo uns aos outros. Isto em todos os sectores do acampamento. Anciãos que se aproveitam dos serviços do seu feiticeiro, indígena muito eficaz a trocar e a confundir as ideias destas novas vedetas. As poções zulus funcionam muito bem nesta incrível Tabanca.
O governo regional mete água nas questões onde precisa de intervir e vai mandando para os media suplementos, comunicados e entrevistas a falar do tempo, para distrair os massacrados nativos. O chefe da Tabanca vai retomando aos poucos a velha táctica de fazer inaugurações de calcetamentos e tabuletas de veredas, produzindo entrementes afirmações inócuas de que quer isto e pondera aquilo - sempre a marchar no mesmo lugar e com a ambiguidade necessária para que nada se perceba das suas reais intenções ou capacidades de chefe executivo.
Secretários e secretárias entregam diplomas e enchem páginas de jornal com outras tantas baboseiradas sem o menor interesse e sem piada nenhuma, sequer.
Um Establishment muito azul. Piroso. Artificial.
A par deste governo, vê-se governar o líder socialista Carlos Pereira, lendo as deliberações para aplicar na Madeira à saída dos seus encontros em Lisboa com o Tó Costa e com o Mário das erratas. Ficamos sem perceber quem é quem na governação tribal.
Muito oportuna, eis a socialista Liliana Rodrigues a juntar um porradão de gente em Bruxelas com o fito de se mostrar, sob os holofotes, capaz de resolver naquelas altas instâncias problemas de transportes aéreos e de turismo das ilhotas, funções que julgávamos caber a quem foi eleito nas regionais.
Como se fosse pouco, surge de rompante o presidente de uma autarquia, a funchalense, também com a sua diplomacia paralela, a fingir que resolve assuntos regionais - não apenas em Lisboa, mas também em Bruxelas, lado a lado com Liliana. Tudo a mandar e a dar ideias.
Cereja no topo do bolo, estas governações de várias cores e sabores são aglutinadas passivamente pelo carvão lançado à caldeira da locomotiva por representantes da classe jornalística, cheios de palpites, sugestões encapotadas, incentivos e o resto que se vê.
Uma caldeirada nesta terra de devorar e chorar por mais. Ou melhor, de rir por mais.
Ao que esta porra chegou, senhores!
A China, um pouco maior e com alguns habitantes mais do que a Madeira, assume-se como 'um país, dois sistemas'. E já achamos isso exagerado. Nós aqui, com este tamanhinho, temos três sistemas. E isto porque no PSD as 'n' facções estão manhosas, minando no seu trabalho de formiguinha sob os alçapões. De contrário, era já mais gente a mandar. Até Sérgio Marques, para não espantar a caça, deixou de aparecer tanto em cena a duplicar as aparições de Albuquerque.
Das altíssimas diligências em Bruxelas das últimas horas, diríamos: agora com o raio da Ryanair a voar para cá é que a Tabanca dá o salto! Mas o caso é que dentro de dias ninguém se recordará deste floclore com um sentimento de credibilidade, como acontece aliás com o cargueiro voador, o ferry e essas m... todas do género que laranjas e socialistas prometem para chagar o povo nos media e depois arquivam no CL. Ou seja, no Caixote do Lixo.
13 comentários:
Excelente!!!...Aleluia!!!...alguém vê isto....
Calisto se me permite o reparo, no meu tempo marchar parado era marcar passo.
Avaliando pelo que leio acho que estão a dar-se passos à rectaguarda.
O chamado 'passo de corrida' à retaguarda.
É, com mais exactidão, isso mesmo.
Os próximos 40 anos são para pagar dívidas da 'festa' feita nos últimos 40 anos. Qual é a dúvida do Calisto?! QUALQUER GOVERNO vai fingir que governa mas está de mãos e pés atados. Faz-me lembrar uma anedota que transcrevo:
«Um cientista estava a estudar o comportamento de um sapo.
Tinha então um sapo à frente e corta-lhe uma pata da frente, depois do acto vira-se para o animal e diz: sapo, salta!
O sapo com algum custo saltou.
Conclusão por escrito do cientista: Sapo sem uma pata salta.
Entretanto corta-lhe outra pata e diz: Sapo, salta!
O sapo volta a saltar novamente a custo. Volta a escrever: Sapo sem duas patas salta.
Corta-lhe outra pata dizendo o mesmo que anteriormente. O sapo ainda consegue dar um pulinho. Conclusão do cientista: Sapo com uma só pata salta.
Por fim corta-lhe a pata que resta ao batráquio, repetindo o pedido: Sapo, salta! e o sapo nada fez. Sapo salta! e nada...
Conclusão do esperto: Sapo sem patas é surdo!»
O Calisto faz-me lembrar este cientista.
O líder regional do PS já demonstrou claramente que não quer governar. Como é possível ganhar confiança dos eleitores, defender e denunciar os males da governação lá para os lados da capital! Demonstra apenas a ambição de tacho e mais tacho, também deste partido na região não é novidade!
O sr. comentador das 19.15, quem sabe se por ouvir mal, não agitou suficientemente a sua perspicácia para entender o texto: o essencial dele, texto, é o frenesim que se vê nesta terra com tantos 'governos' (Miguel, Pereira, Liliana, Cafôfo) em bicos-de-pés, eleitos para governar ou não.
O sr. comentador faz-me lembrar o cientista que, vendo o sapo (quando ainda tinha uma pata) apontar com o dedo para a lua, perdeu-se a olhar para o dedo em vez de olhar mais além, para a lua.
Miguel, Pereira, Liliana, Cafôfo, TODOS, estão a fingir que sabem governar, mas não há nada para governar. O seu amigo AJJ, a que o Calisto faz o obséquio de ceder espaço para os seus espasmos em forma de prosa, não deixou nada para governar. Governou-se bem e só deixou calotes.
Quanto aos candidatos a governo que apontou, cada um está a fazer pela vida (pela sua vidinha, a deles). Miguel tem dívidas e não tem emprego, Pereira não tem emprego, Liliana não quer voltar para a Universidade da Madeira e Cafôfo tem suores frios quando lhe falam nos pequenos da escola do Campanário. Em síntese, governantes de uma realidade virtual.
Caro comentador
Estou de acordo com o que diz, à excepção, evidentemente, da amizade que me arranja (e que eu rejeito) no segundo período do seu texto.
Mas insisto: não estamos a falar da mesma coisa.
Julgo que, 'às avessas' ou a 'fazer ondas', estaremos a falar da mesma matéria.
Sem duvida. A matéria é a mesma. Mas incido na baralhada de 'chefes'.
O PSD Madeira, esta a errar gravemente em esquecer-se de tantos militantes que o apoiaram, especialmente dos militantes e quadros ex dirigentes da CMF, que deram a Miguel Albuquerque tantas vitorias e que hoje se encontram arrasados pela Mudança e esquecidos pelo partido. Ja cafofo na sua limpeza de laranjinhas nas chefias da CMF, nao eliminou todas as facçoes do PSD, mantendo no seu seio de chefias eleitas, grande camaleões infiltrados, que no momento certo, lhe vao dar a picada laranja, bem feito. Cafofo acabara sozinho com o iglesias. Ja Carlos Pereira tem tudo para recomeçar um novo PS Madeira, se apostar nos jovens e em todos os desmotivados que vagueiam pela ilha.
Ao PS só falta o seu Presidente voltar à terra e fazer ca o combate político.
Tudo está mais fácil para a oposição que o sabe ser.
Sejam inteligentes e deixem os azuis do sistema caírem por si próprios.
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