OPINIÃO

CARLOS JARDIM                                                                                            

VAMOS LÁ ESCOLHER O CAMIONISTA

Recebi a alegre notícia de que o Fénix do Atlântico estava para renascer das cinzas.

Fui dos que procurei instigar o nosso amigo Calisto a retomar a atividade e a dar um colorido especial ao espaço noticioso na Madeira. Compreendi - e de que maneira - as razões que o levaram a reduzir esta atividade. Manter um espaço de notícias com a qualidade que o Fênix demonstrou ter ao longo destes anos dá muito trabalho, ocupa muito tempo e consome muitos recursos.

Por isso, mais feliz fiquei por saber que o Calisto - vai-me permitir que o trate assim - dava um descanso às suas férias merecidas e retomava a atividade.

Mas esta alegria depressa deu espaço a uma apreensão. É que não só saiu da reforma como decide arrastar uns poucos consigo e desafia alguns a participar no seu espaço com artigos de opinião - excelente ideia - entre os quais, eu - aí é que a conversa já não tem tanta piada.

Ora esta. Eu que estava tão bem no meu retiro espiritual, ocupado com os meus afazeres profissionais, familiares e pessoais volto ao ativismo cívico? 

Bem, se o Calisto e outros que tanto já deram, entendem que ainda é tempo de lutar por esta terra, como dizer que não? Não se pode!

Mas confesso que custa. Para quem reduziu a participação nas redes sociais ao mínimo, para quem reduziu a participação cívica ao mínimo e está em retiro, será duro retomar a participação. 

Mas cá vai. Partilharei novamente as minhas opiniões. Formadas a partir de estudos e de opiniões balizadas. Devidamente balançadas com os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação. Conjugada com a minha experiência profissional. 

Para que seja descontextualizada e criticada por uns e aceite e valorizada por outros. Incompreendida por uns e assimilada por outros.

Para que seja retalhada e copiada por outros, que vão buscar aqui e ali umas frases para depois termos de ler nos jornais regionais como opiniões próprias. Essa é a parte que custa.

Mas é de facto tempo de participar. Muitos de nós sentamo-nos à beira da estrada a ver os carros passar. Carros conduzidos por gente sem carta, fazendo todo o tipo de disparates na estrada quando outros, mais habilitados deveriam estar ao volante. Se posso contribuir para escolher o camionista, então, cá estou.