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sábado, 8 de setembro de 2012




 
 
DR. BALTAZAR GONÇALVES: UM MADEIRENSE INESQUECÍVEL

 
 
 
 
Morreu o Dr. Baltazar Gonçalves, distinto advogado madeirense que, além do seu reconhecido trabalho na área judicial, constituiu exemplo na forma superior de fazer política, distinguindo-se como aquele que os jornalistas da década de 70 do século passado consideravam o melhor parlamentar da Assembleia Regional.
A opinião persiste, passados 36 anos.
 
O Dr. Baltazar Gonçalves conduziu o seu partido, CDS, nos primeiros tempos de democracia e autonomia, enfrentando no terreno uma feroz e aguerrida corrente esquerdista regional que tentava inviabilizar qualquer nesga de espaço à formação de centro.
Porém, depois do trabalho de grande nível demonstrado no parlamento, através de um poder oratório temperado mas galvanizador pelos argumentos utilizados, o advogado decidiu afastar-se da política activa quando percebeu o descaminho que a Madeira tomava. Nas eleições presidenciais de 1980, um partido rival açambarcou a campanha na Região do candidato Soares Carneiro, que deveria ser partilhada pelo CDS e pelo PPM, conforme acordos estabelecidos.
Os contornos do episódio faziam prever a quebra de nível que veio a verificar-se, realmente, na política da Madeira.  Então, aquela figura ímpar de Homem público decidiu demitir-se de funções partidárias, no que foi espontaneamente seguido pelos vogais da sua comissão política e demais órgãos do partido.
 
Com a morte do Dr. Baltazar Gonçalves, também antigo secretário de Estado do Turismo, a Madeira sofre uma perda irreparável, já que o apreciado causídico, embora apartado da vida pública, constituía uma referência de homem de princípios para quem o conhecia.
Os profissionais da comunicação social do seu tempo recordam a imutável afabilidade do Dr. Baltazar Gonçalves, numa relação profissional de respeito assente na credibilidade mútua.
 
Endereçamos votos de pesar aos Familiares e Amigos do insigne madeirense, apologista de uma verdadeira Autonomia. A memória do Dr. Baltazar Gonçalves fica-nos como uma das raras memórias de lucidez a fulgurar num tempo de irracionalidade que ainda não acabou.



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