"NÃO ME COMPROMETA!"
Chefe Jardim sempre se ufanou da sua lealdade ao companheiro que estivesse a liderar o PSD nacional. Pois, mas no estado em que se encontra a "paciência do povo", com vaias a silvar e copos de cerveja a voar...
Era um dos números de Jô Soares no 'Planeta dos Homens', programa de TV que ensaiava umas piadas políticas na vigência dos mandatos de João Baptista Figueiredo, ou seja, nos alvores da reabertura democrática no Brasil. Tudo muito bem... mas não me comprometa, dizia o actor, em toada politicante.
Dessa forma procede, 40 anos depois, aquele que sempre se vangloriou de, por mais fundas que fossem as divergências, apoiar o social-democrata que chegasse à liderança do partido nacional.
Depois das investidas paulatinas à medida que a situação se degradava em Portugal, chefe das Angústias desatou a bradar a plenos pulmões, nos últimos dias: o PSD-Madeira é "completamente diferente" do PSD nacional!
E os ataques atropelam-se daqui para lá, desgastando ainda mais os companheiros partidários de sua excelência.
É a esta curiosa solidariedade que o rei da tabanca reduziu as suas relações com o chefe Passos Coelho. O que estaria muito bem não fora o caso de ser impingida insistentemente, em três décadas, a jactância jardinista da lealdade face a quem estivesse a liderar o laranjal português.
Percebe-se: o país está possesso com o primeiro-ministro, sobretudo a partir das medidas fiscais anunciadas agora, e quanto menos um indivíduo se mostrar próximo do governo centro-direita, melhor.
O de cá, especialista em atribuir aos outros as culpas dos seus próprios pecados, tem acusado quem o rodeia de incitar o povo à violência contra o seu físico. Pois ele mesmo anda há uns dias a gritar, relativamente à situação do governo lisboeta, debilitada pela política de impostos, que "a paciência do povo tem limites".
Não é isto um incitamento à pancada?
...E queixa-se chefe das Angústias de que lhe espetam 'facas nas costas' cá no burgo apenas porque um militante resolveu apresentar candidatura à liderança do PSD-M!
O problema é que, como ele bem sabe, a "paciência do povo" aqui na Região já se esgotou. As medidas punitivas para os trabalhadores anunciadas sexta-feira por Passos Coelho saem duas vezes mais caras aos madeirenses que trabalham, graças a 30 anos de regabofe político-financeiro nesta terra, causador de dívidas, à vista e ocultas, que fazem arrepiar no pico do Verão.
Culpa dele, claro - dele, chefe das Angústias. Ou será que deixou de ser 'Único Importante' quando as vaias subiram de tom e os copos de cerveja começaram a voar?
Da nossa parte, pode a troika empacotar os dois cavalheiros - Passos Coelho e chefe Jardim - no mesmo embrulho e despachar a encomenda para lá do horizonte, sem selo de regresso.
Facadas, traições, deslealdades, ataques soezes - veja-se o nível da guerra civil que se instalou irreversivelmente na coelheira das laranjas!
Sempre foram assim. Apenas tinham dinheiro dos outros para iludir o povo.
3 comentários:
Os tempos que se vivem recordam, em certa medida,a Alemanha no Outono de 1944. A guerra está perdida mas o Chefe recusa render-se. As tropas vão resistindo já sem convicções à espera da rendição. Só assim poderão voltar a ter futuro
Não queremos um fim à Hitler (cruzes!), porque queremos ver a cópia penar no meio dos desiludidos.
Sem duvida o maior castigo sera esse passar o resto dos dias a penar ou depois de velho ter de auto se exilar, para poder sair à rua!
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