Powered By Blogger

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Política




 CHEFE JARDIM APRESENTA MANIFESTO ANTI-ALBUQUERQUE
 
 

 
 Jardim joga no ataque. E a candidatura desafiante não pode ficar à espera de uma vitória passiva.



O recandidato à liderança do PPD ataca o adversário no seu jornal de campanha - o JM. E roga aos militantes que vão pagar as quotas para lhe poderem dar o voto nas eleições internas, o que indicia que, passados tantos meses, os apelos do aparelho continuam sem resultar.


O longo escrito publicado por Jardim esta terça-feira no JM destina-se objectivamente a pedir votos aos militantes. A culminar um manifesto nervoso com evidentes manchas de abatimento, chefe das Angústias verga-se: "Peço que paguem a quota de 2011, para assim poderem votar os que já tenham mais de um ano de inscrição no partido".
É o reconhecimento de que os apelos insistentes dos aparelhistas do laranjal no sentido de que os filiados regularizem as quotas continuam sem sensibilizar os destinatários.
...E duvida-se que seja o chefe Jardim a 'levar a carta a Garcia'.
Mas do que ninguém o pode acusar é de se refugiar na defensiva.
 


Chefe deve estar arrependido

A saber o que sabe hoje, o líder desafiado provavelmente não marcaria eleições para esta fase. Não quis aceitar que o seu tempo acabou ou não conseguiu antever o movimento de revolta em gestação nos últimos anos contra o seu labor político.
Mesmo agora - vaiado, agredido, com o nome pelas paredes do Funchal, alvo atacado em todas as conversas populares e manifestações hostis -, ele tenta iludir-se a si próprio dizendo que o descontentamento dos madeirenses é com o Xá do Irão.
O homem preenche parte do manifesto divulgado esta terça-feira com a história dos acontecimentos no PPD, contada à sua maneira, que conduziram a uma corrida interna protagonizada por dois candidatos - ele mesmo e Miguel Albuquerque.
No texto, ele refere a recandidatura que anunciou em Dezembro de 2010, numa altura em que não podia "fugir às dificuldades que já se agigantavam". O expediente conhecido para se perpetuar no poder: se há estabilidade, então vai mais um mandato para se poder desenvolver a Região; se os tempos ameaçam borrasca, então o salvador não deve nem pode virar as costas aos escolhos.
Recorda tal candidatura para fazer ligação com o que se passou em Janeiro seguinte: movimentações na Câmara do Funchal para formar uma lista ao congresso PPD seguinte, em Abril de 2010. Mas com uma nuance a não perder de vista, sugere o chefe: essa movimentação desencadeou-se estava o pobre do homem hospitalizado!


Lamúria tragicómica
 
 
Vai por aí abaixo, destravada e veloz, a peroração escrita pelo desesperado recandidato, focando atitudes várias atribuíveis a Miguel Albuquerque para lhes aplicar as leituras do costume. Sem deixar de fora os jantares da campanha miguelista, que tanta azia lhe provocam - a ele, chefe. "Uma pândega de chicana política, esta de fazer 'jantares' com o CDS e uma maioria de pessoas que nem filiadas são no partido ou nem residem na localidade", coça Jardim o cotovelo em parede crespa.
Em vários parágrafos da tragicómica lamúria, chefe atira à cara de Albuquerque a traição feita por este a quem trabalhou, dentro do PPD, nas campanhas para o manter na Câmara, esquecendo-se de que o edil sempre teve mais votos no Funchal, nas autárquicas, do que Jardim, nas restantes eleições.

Discorre o texto desancando no candidato 'monárquico', nos desempregados políticos, nos ressabiados, enfim, nas "caras novas já usadas e gastas" a quem a candidatura municipal promete futuros tachos.
Caras usadas e gastas? Tachos? Jardim sabe do que fala.


Autismo, PP, ingleses...


O engraçado é que o chefe refere "certos termos de funcionamento autárquico" para interrogar os adversários: "São autistas perante a opinião pública?"
Raios, mas quem é mais autista perante o estado emocional dos madeirenses, sobretudo hoje?
 
Lá surgem as crónicas acusações de "frete" ao CDS e aos ingleses, 'papões' que fazem parte do guia político do velho caudilho. Em suma, Miguel Albuquerque pretenderia "rebentar o PSD por dentro" para se coligar num governo com o PP. Traição! Facas nas costas! Conspirar logo numa conjuntura difícil como a corrente!
Ora, traição e facas nas costas, dizemos nós também, é o que chefe Jardim faz com o seu patrão partidário nacional, a quem declarou guerra porque ele lhe fechou os euros às loucuras financeiras. Atacá-lo num momento nacional dramático assim é ou não é também "traição" e "facas nas costas"?
O homem que fala de 'ética' (em momentos destinados a fazer rir a plateia) saca de uma conversa privada num jantar para que foi convidado por Michael Blandy, na Quinta do Palheiro, para atingir o adversário na corrida que é seu companheiro de partido.
Imaginemos se fosse Albuquerque a participar em jantares nas quintas dos 'inimigos' ingleses!
É o vale-tudo, o desespero de quem, lá no íntimo, prevê o fim da fita, muito mau para o reinado.


Diz ele que não está agarrado ao poder!


O chefe, noutro momento divertido, declara não estar "agarrado ao lugar de líder do PSD nem de presidente do governo regional". Daí ter convocado eleições para deixar tudo claro. Se adivinhasse o ambiente que lhe estava reservado!...
Certamente que ele percebeu como os acontecimentos se precipitaram. Sente que, se acaso fosse a votos numas eleições gerais contra Miguel Albuquerque, apanhava 20-0. E mesmo a Oposição vence-o neste momento, sendo útil recordar que a maioria de votos em 2011 não foram laranja.
 
Outra bicada: "essa gente" - expressão do chefe - jamais apresentou as suas discordâncias nos órgãos internos, muito menos Albuquerque se sentou com Jardim para lhe dizer, "olhos nos olhos", em que pontos discordava da orientação dada ao partido.
De gargalhada! Como se isso houvesse acontecido alguma vez em 30 anos sem que o "crítico" fosse posto fora! Machico, Porto Santo, Ribeira Brava, Funchal, Ponta do Sol...
Diálogo! Com chefe Jardim!
 
Prova de que o homem não admite vozes contra está nas ameaças que faz neste mesmo artigo de hoje: se perder, Miguel Albuquerque deve sair do partido, a bem ou a mal. Porque há compromissos políticos depois do congresso, a exigir - diz ele - que o partido funcione sem a presença dos que o querem "destruir por dentro".
Se Aguiar Branco e Paulo Rangel funcionassem na Madeira, eram hoje militantes expulsos do PPD...

Obviamente que o homem sabe de jurisprudência política: se o 'challenger' perder agora, vencerá na oportunidade seguinte.


Albuquerque prefere uma vitória passiva? 
 

Num ponto, chefe Jardim tem legitimidade para insistir: falta ver da parte de Albuquerque um "projecto político lógico e sustentável".
Com efeito, a candidatura desafiante continua no seu assumido estilo discreto, de evitar o confronto e a descida de nível, de não responder a todo o instante ao truculento adversário.
Por aí, vá lá.
Mas os militantes do PPD, sobre quem recaem as responsabilidades da escolha, precisam de saber claramente que ideias tem Miguel Albuquerque para o partido, e também para o futuro da Madeira.
Todos sabem que, basicamente, a ideia consiste em varrer o estilo possessivo e tentacular que é marca da chamada Madeira Nova. Pelo menos é o que emerge das posições públicas - muito poucas - de Miguel Albuquerque. Sabe-se também que, para o challenger laranja, o PPD não deve ser um aparelho do poder. E que os medos devem ser erradicados do quotidiano regional.
Mas quem vota precisa de conhecer um projecto, e consistente.
Evidentemente que as moções formais ficam para o congresso. Mas as suas linhas mestras devem sair à rua o mais breve possível.
O militante não vota às escuras no princípio de Novembro para saber em congresso, no fim do mês, em que luz programática votou.
Por outro lado, chefe Jardim, tal como faz com os tradicionais adversários da Oposição, repete mentiras até elas praticamente se tornarem verdades. Povo é povo. Quando começará Miguel Albuquerque na sua própria campanha, para mostrar que está de alma e coração num projecto de mudança?
Poderá o candidato querer evitar a confusão de funções partidárias com as responsabilidades municipais. Mas para isso tem remédio: suspender o mandato municipal. Seria lição para o próprio líder. 
 
Esperar que o adversário se 'espalhe' sozinho, detestado como se tornou mesmo entre os militantes do partido laranja, é passividade inaceitável em política. Além de que uma vitória passiva interna seria fatal na inevitável luta que se seguiria perante as experimentadas forças da Oposição.



3 comentários:

Anónimo disse...

O Chefe Jardim está obviamente assustado! Assustado porque percebeu finalmente que o mundo, o país, a Madeira e até o partido afinal não giram à sua volta!
No seu estilo habitual, recorre sistematicamente a torpe insinuação para aviltar quem ousa questionar as suas inusitadas e psicóticas cogitações. Deste modo, o seu próximo adversário, Miguel Albuquerque, transformou-se na sua obsessão particular e no seu pior pesadelo. O edil funchalense passou a representar, nas oníricas construções da realidade de Sua Excelência, o monstro castrador que obsta à prossecução dos seus ideais ditatoriais e da sua fétida obsessão de permanência no palco cimeiro do poder.
Alberto João Jardim (AJJ) vem a público, no seu/nosso Jornal da Madeira, insultar a atuação de Albuquerque considerando que este, por agir segundo a sua própria consciência, lhe meteu facas nas costas, que quer aliar-se ao CDS/PP, que todos os que apoiam a candidatura alternativa são ressabiados ou futuros desempregados da política. AJJ não só insulta Albuquerque mas sobretudo a inteligência todos os madeirenses.
Agora a bola está do lado de Albuquerque e do seu núcleo de apoio. Esta afronta não pode ficar sem resposta! É imperiosa uma réplica serena, mas vigorosa, que denuncie a fragilidade argumentativa de AJJ ao mesmo tempo que reconforte os militantes socias democratas através da apresentação de um programa claro para a estratégia do partido e, porque não, para a estratégia do futuro Governo Regional.
O Tempo de AJJ findou. Ao ameaçar Albuquerque e todos os que o seguem de expulsão do partido, AJJ assume-se como um pacóvio tiranete de província que não percebeu ainda que já ninguém tem medo dos seus insultos ou ameaças.

Rix disse...

Assustado seria se tivesse um concorrente à altura.

Paulo disse...

Para Miguel Abuquerque, se vencer Alberto Joao neste congresso pode hipotecar o seu desejo de ficar no lugar do chefe, vencendo e se AJ se demitir, tera de ir a eleicoes, e sem o apoio e sabendo como AJ e vingativo, nao ganhara.
Por isso o melhor para Albuquerque era perder por poucos, deixar AJ e o PSD se espatifarem nas Autarticas, e nessa altura contra atacar, tentando ate la colecionar mais apoios no partido e na sociedade Madeirense.