Líder
do PS-M obrigado a retirar a proposta de congresso que deveria ter sido votada
esta noite
Caros Pereira esgota as últimas forças para ser ele a mandar nas legislativas de 2019, porém Cafôfo já pôs as suas legiões no terreno e o actual ciclo do PS não passa de Outubro. |
Elementos da Comissão Regional do PS-M afectos a Paulo Cafôfo obrigaram o actual presidente do partido a retirar a proposta que apontava o congresso ordinário para Julho e que deveria ser votada na reunião desta noite. Aconteceu há minutos.
Havia nos últimos dias muitos comissários descontentes com a falada realização do congresso antes das eleições autárquicas, aposta do líder Carlos Pereira e do secretário-geral Jaime Leandro entendida como remédio preventivo para a eventualidade de um mau resultado em Outubro e consequente reunião magna nessa altura para afastar os quadros dirigentes actuais.
Na verdade, Pereira e Leandro perceberam que apenas contavam hoje com apoio de duas concelhias - Calheta, obviamente pela influência de Sofia Canha, e Santa Cruz, onde pontua Gil França, presidente da Comissão Regional. Das restantes oito concelhias, nenhum apoio se manifestou à proposta da Direcção: ou as presenças assumiram um papel salomónico ou enfrentaram abertamente a Direcção.
Célia Pessegueiro, apontada como candidata pelo PS à Câmara da Ponta do Sol, não podia ser mais clara: avançasse Carlos Pereira com a ideia da reunião magna e teria de ser ele a trabalhar no concelho em questão - a fazer listas e a organizar a campanha, porque com ela, Célia, não contaria.
Golpe de teatro veio do Porto Santo: Filipe Menezes, presidente da câmara até aqui compaginado com a Direcção do Partido, tratou de enviar à reunião quem tomasse posição contra o líder. Ou seja, a favor de Paulo Cafôfo e seus apoiantes. Porque é disso que se trata. O edil funchalense não é filiado ainda no PS, mas é por ali que tenciona navegar na política para além da Câmara do Funchal. Foi ver-se esta noite Bruno Ferreira, presidente da concelhia da capital, e Miguel Iglésias, alma gémea de Cafôfo na onda em germinação para tomar conta do PS-M - e não apenas -, num frenesim contra o projecto engendrado por Carlos Pereira.
A rábula da contagem das intenções de votos levou Carlos Pereira para um beco sem saída: a derrota era fatal, nada mais havia que fazer. O requerimento apresentado por Bruno Ferreira, cafofiano colocado hoje em dia na task force da Frente Mar, era apoiado substancialmente pela Comissão. Carlos Pereira retirou a sua proposta. Que já não foi a votação. E o vexame ficou. Isso ao mesmo tempo que Jaime Leandro, zurzido presencialmente (um comissário conceituado acusou-o de ser o foco de desestabilização interna) - se abstinha de usar da palavra, preferindo respirar ar fresco na porta e na varanda. Mas sempre com as orelhas a ferver.
Não é grande surpresa o facto de Paulo Cafôfo infligir uma derrota a Carlos Pereira mesmo não pertencendo sequer aos efectivos militantes. O processo tem sido claro, naquilo que ao ascendente paulatino do presidente da Câmara diz respeito. A própria JS tomou partido hoje. Não pelo presidente socialista, como seria suposto, mas pelas hostes cafofianas.
É este ambiente que Carlos César, líder parlamentar do PS em São Bento, virá encontrar nas jornadas dos primeiros dias de Maio. Nessa altura, os testes ao combate aéreo de incêndios podem dar muito certo. Mas apagar o fogo que lavra no seio dos socialistas será impossível. Carlos Pereira já não deve ir a tempo de se impor. Hoje teria na sala um terço dos votos - caso o processo de votação avançasse. É pouco para um líder. Sobretudo quando o challenger ainda é um quase-fantasma. Receamos que desta vez o chefe tenha mesmo de arrumar a malinha em Lisboa e regressar à base a toque de caixa, para andar de olho no fogão. A menos que queira continuar a ver a Comissão Regional limitar-se a votar a acta da reunião anterior.
12 comentários:
Agora é que vamos ver o verdadeiro Pereira, a atacar o seu próprio partido e o Cafofo, será que o PPD o aceita de volta?
A procissão ainda vai no adro. Cafofo e Iglesias teem muitos planos para por o Carlos pereira a andar, igualito como fez com 3 vereadores .
Não se percebe o camarada Pereira. Avança, depois recua. Faz o que os adversários querem. Mas que trapalhão.
Não tem um mínimo de conhecimentos sobre estratégia política.
Assim só lhe resta uma hipótese. É manter as câmaras socialistas, e Cafofo se espalhar ao comprido no Funchal.
Aí ainda se poderá aguentar. Se não, salta fora.
Mas até ganhando tudo sair. Porque aquilo não é um partido normal. É o PS-M, um partido esquizofrênico, verdadeira casa de loucos onde ninguém se entende.
O Carlos Pereira não tem a mínima hipótese. Não tem jeito, é muito fraco na avaliação política, e em termos de estratégia é um desastre total.
Como é que se comunica uma decisão de eleições internas antes das autárquicas, sem antes ter garantido o apoio da maioria das concelhias ? Só mesmo alguém muito ingénuo.
Mas a sua saída da liderança era apenas uma questão de tempo. Victor Freitas não perdoa, e naquela casa de gente pouco exigente, e que apenas quer um tacho, aquele ainda consegue manobrar. E fá-lo discretamente no dia a dia.
Por seu lado, Carlos Pereira vive em Lisboa, está fora da realudade local, e acha que impressiona com os seus anúncios do que o governo da república vai fazer pela Madeira. Não percebe que isso o ridiculariza e o cola aos de lá contra os de cá.
Carlos Pereira não percebe que em terras pequenas é preciso "arranjar" inimigos externos para exaltar a populaça.
Cafofo, desprovido de escrúpulos, sabe o que a casa gasta. Sabe que o PS-M é um saco de pulgas, que precisa de um inimigo, enquanto estiver na câmara o governo regional é óptimo para esse papel.
Sabe das fragilidades de Carlos Pereira, e, vai dando uns tachos a gente pessoalmente ambiciosa que, em contrapartida, vai minando o partido, preparando terreno para a chegada do salvador. Cafofo precisa neste momento do trabalho desta gente menor, inválidos intelectualmente, sem qualquer tipo de valores ou ideologia, que se vende facilmente.
Carlos Pereira está morto politicamente. Possivelmente só ele é que ainda não percebeu. Ou se calhar até já o percebeu.
E, o irónico disto tudo, é que a única alternativa para o PS-M é um individuo que nem é filiado no partido.
Sui generis.
O Carlos Pereira ainda vai a tempo de voltar ao seu partido do coração o PSD, pode ser que lhe arranjem uma Junta de Freguesia para concorrer..!
Como socialista, verdadeiro socialista e não um ex JSD sem trabalho, digo: Carlos Pereira vai mas é para a rua, desaparece.
Se o Cafofo perder ao Carlos Pereira o deve, em todo o caso o PS já perdeu o Porto Santo e o Porto Moniz pode ser uma surpresa, basta isso para o Pereira ser corrido.
O partido Socialista andou em polvorosa, o Glesias mais o Sergio Abreu das golpadas andaram lá dentro pareciam vespas. Só faltavam os oportunistas para dar cabo do PS e aliarem-se à Bactéria Pelada do Costa.
O Cafofo é como o escaravelho da palmeira enquanto não der cabo de tudo não descansa!
Não é desvalorizar a sede de poder e protagonismo do Cafofo, mas um indivíduo que deixa-se humilhar várias vezes por alguém que mal coloca pés no partido, não tem estofo para liderar o PS-M.
E sejamos francos: o Victor Freitas por mais frouxo que fosse, não merecia a facada que o CP deu-lhe. Está na hora do CP provar do mesmo.
Ainda bem que o Carlos Pereira vai deixar o poleiro pode levar o Jaime Leandro e todos os que estão à sua volta.
Desde o 25 de Abril que o PS/Madeira é o partido dos golpistas e das facas espetadas nas costas dos líderes. Que o diga, Emanuel Jardim Fernandes, Mota Torres, José António Cardoso, João Carlos Gouveia, Victor Freitas e muitos outros. Um líder acaba de ser eleito aquela turba socialista, e já estão a afiar as facas para apunhalar o líder. É uma autêntica tragédia grega!
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