O Cagaçal Cafofiano

Tenho lido no nosso Boletim Municipal, leia-se Diário de Notícias, verdadeiras apologias propagandísticas ao “milagre financeiro” operado pelo sr. Prof. Paulo Cafofo e seu mago das finanças, Vereador Miguel Gouveia, que depois dum descalabro de anos de regabofe albuquerquista endireitaram finalmente as contas do município. Mas é isto verdade ou é mais uma manobra de propaganda dos cafofianos?

Sou o primeiro a reconhecer que Miguel Albuquerque seguiu os passos de Alberto João, e levou o município funchalense a um endividamento galopante, que os cidadãos estão a pagar com grandes sacrifícios.

Mas, mesmo reconhecendo tudo isto, não sou homem de me deixar enrodilhar em PROPAGANDA PAGA, especialmente quando ela entra em exageros, mentiras e adulteração de factos.

Quando eu assumi funções de vereador com pelouro, em Outubro de 2013, a dívida do município era de 95 milhões de euros, mas a Câmara também tinha a receber de diversas entidades, um valor substancial que chegava aos 41 milhões de euros (só em águas, a autarquia tinha um calote de 7 milhões de euros a arrecadar). 

No próprio site da CMF (02/05/2014), e quando foram aprovadas as contas do ano de 2013 pela Assembleia Municipal, o Prof. Paulo Cafofo disse de boca cheia (não fui eu!) que “herdou uma dívida de 94 milhões de euros”.

Entretanto, passaram-se os anos e o valor oficial dessa dívida foi subindo, subindo… na mesma proporção que subia o fogacho e a encenação cafofiana.  Chegámos ao dia 28 de Março de 2017, data em que foi inaugurada a Loja do Munícipe, e leio espantado no DN (edição de 29/03/2017) que o sr. Prof. Paulo Cafofo “recordou os 105 milhões de dívida deixados pelo executivo de Albuquerque”. Isto é, a dívida, num espaço de três anos e meio, subiu novamente como o Pé-de-feijão do João, do célebre conto infantil dos irmãos Grimm! Mas aguentem-se, caros leitores, que não fica por aqui! Três dias depois, num artigo de opinião publicado no DN, o Vereador Miguel Gouveia escreve o seguinte: “Os antigos governantes catapultaram a dívida municipal para um valor superior a 110 milhões de euros”… o que, nas palavras do nosso mago das finanças, num espaço de TRÊS DIAS a tal dívida do Albuquerque disparou para cima de 5 milhões de euros… Isto é inacreditável e levanta suspeitas de miraculosas “marteladas”! (Quem devia estar aqui a denunciar este embuste seriam os apaniguados do Albuquerque, e não eu! Mas, analisando bem, Cafofo e Albuquerque são ambos artistas do mesmo circo!)

Obviamente que estas trocas e baldrocas levam o pessoal a desconfiar de que os cafofianos andam a empolar e a agigantar a dívida do desgraçado do Albuquerque, para se vangloriarem dum grande feito, mas, por outro lado, ainda ninguém viu no papel, preto no branco, onde pára a célebre dívida/batatada de 10 milhões que Cafofo contraiu recentemente!

Podem os munícipes ter uma certeza: a dívida herdada era monumental, mas também eram monumentais os calotes à Câmara; e depois dos apertos do PAEL, dos sacrifícios e da austeridade imposta, era o que faltava não termos a dívida diminuída!

Perante isto, não estou a ver razões para tanto cagaçal!

Gil Canha