A mentira é um elemento essencial
da política
Vitorino Seixas
Politifact é um sítio galardoado com o prémio
Pullitzer, dirigido por editores e repórteres do Tampa Bay Times da Flórida,
que se dedica a avaliar a exatidão das afirmações feitas pelos políticos
americanos. Em complemento, o sítio disponibiliza o Pundifact que avalia a exatidão das análises e
opiniões de analistas políticos, colunistas, apresentadores e comentadores de
política e profissionais dos media.
Durante a
última campanha eleitoral para a eleição do Presidente dos Estados Unidos da
América, o Politifact avaliou as afirmações de Donald Trump e de Hilary Clinton
classificando-as como: verdadeira, maioritariamente verdadeira, meia
verdadeira, maioritariamente falsa, falsa e calças a arder (falsa e ridícula).
Utilizando as
análises do Politifact, o The New York Times publicou “Todos os políticos
mentem. Uns mais do que outros” ¹, onde Donald Trump aparece como o 2º
político americano mais mentiroso, com 76% das afirmações maioritariamente
falsas ou pior. Curiosamente, Hillary Clinton e Barack Obama aparecem entre os
políticos menos mentirosos, com 28 e 26% respetivamente.
Ao
consultarmos a área dedicada a Donald Trump no Politifact, constatamos que,
após a sua tomada de posse como Presidente dos Estados Unidos, há uma ligeira
melhoria: 69% das suas afirmações são maioritariamente falsas ou pior. No
entanto, estes resultados elevados são uma marca distintiva de Donald Trump,
pois já foi premiado com a “Mentira do Ano de 2015” pelo Politifact.
Perante a avaliação
do Politifact é caso para dizer que, na política americana, a mentira compensa.
Os políticos podem mentir descaradamente que os eleitores não os penalizam. Por
exemplo, no caso paradigmático de Donald Trump, apesar da elevada taxa de
afirmações falsas, conseguiu vencer as eleições e tornar-se Presidente dos
Estados Unidos da América.
Tendo em consideração a realidade regional, será que a mentira
também compensa? Provavelmente sim, dado o histórico recente de promessas não
cumpridas pelo governo regional. Por exemplo, quanto a firmações como
classificar “Temos 10 unidades do SESARAM certificadas ao nível “Bom”. A prova
cabal de que os nossos serviços de saúde são de qualidade e de confiança” ²,
quando diariamente surgem
notícias preocupantes como “Medicamentos comuns ainda em falta“, “Desvio de
doentes do público para o privado” e “Saúde volta a falhar”?
Esta
realidade, onde a mentira é um elemento essencial da política, como podemos confiar nas promessas
e afirmações dos políticos? A
este propósito convém lembrar que a confiança que temos num político tem a ver
com a certeza que temos a respeito da sua ação. Ora, tendo em consideração
aquilo que é publicado sobre a síndrome “leiam os meus lábios”, rapidamente nos
apercebemos que a mentira infeta a governação de muitos países e regiões.
Neste
contexto, a desconfiança nos
políticos é inevitável. Acontece que, como alerta Clóvis de Barros Filho
“Sem confiança não há compromisso, nada acontece”.
¹ “All
Politicians Lie. Some Lie More Than Others” https://www.nytimes.com/2015/12/13/opinion/campaign-stops/all-politicians-lie-some-lie-more-than-others.html?_r=0
² “Continuamos
a cumprir”
10 comentários:
Já agora ...o vermelhinho voltou. Os custos do culto do Gin importa caro....logo é preciso cachet...
Na mentira está incluída a meia verdade a manipulação dos factos enfim um fartote que ainda assim se não chega ao povo cedo ou tarde acaba ficando pelo caminho. A mentira está sempre associada a propaganda quanto menos se faz mais se propagandeia no caso da saúde reúne se reúne se da se novos nomes a coisas velhas inaugura se um aparelho da treta mais umas balelas e de essencial nada um fracasso esta renovação
O senhor confunde deliberadamente a mentira com a manipulação de factos que são apresentados como verdades.
E essas pequenas mentiras, tantas vezes passam na comunicação social, que a populaça toma-as como verdade.
Basta ver o nivel de comentários neste blogue.
A Vox Populi é o maior inimigo da verdade.
E pumba, ainda hoje "inauguraram" mais uma parte existente do Hospital... depois da Escola da Agricultura, do Aeroporto e da Consulta do Viajante, aqui está mais uma grande obra da Renovação. Estão imparáveis a melhorar a qualidade de vida do povo madeirense... ah, espera... afinal...
Ahahahah nao fora o que lhes foi deixado do passado e não havia nada para apresentar até andaram a se abotoar com a qualidade dos serviços como se tivesse sido obra deles escondendo os demais serviços que não tem qualidade nenhuma. Como não fazem nada tem de inaugurar o que já existe e o resto são baboseiras de propaganda como subir escadas dar nomes a coisas que já existem etc mas vai parecendo que o blogue está a começar a seleccionar os comentários que aqui se fazem o que é muito mau sinal deve ser na sequência da ameaça do congresso enfim a ver vamos
Só esquecem e qye a mentira e a propaganda não engana quem trabalha lá nem os doentes e só esse pequeno pormenor que estão a esquecer
Calisto, ponha os K no terreno a averiguar o Jardim das Madalenas e o Museu dos carros antigos... Especialmente o Jardim das Madalenas, que foi visitado há uns tempos pela Rubina Leal, numa espécie de lançamento da "primeira pedra", e que as obras iam começar e blá blá blá... aparentemente mais um blá blá blá!
Discordo completamente da parte "a mentira compensa".
Na minha opinião, o que se passou nas ultimas presidenciais americanas foi um triunfo da "small politics" definida como: o que interessa é resolver os problemas de cada individuo em particular, especialmente, a fonte de rendimentos, o dinheiro disponível, o emprego.
Pela "small politics", tenho quase a certeza, que Albuquerque já se queimou sem possibilidade de recuperação: a esperança de um futuro melhor para os cidadãos regionais foi dizimada quando ele não fez a Renovação, os "bons" continuaram os "bons", os "maus" continuaram os "maus", os "laranjas velhos" continuaram com "cargos" (houve troca de cadeiras)...
Isto significa que ninguém acredita que consegue melhorar a sua situação económica simplesmente com o fruto de seu trabalho e poucos estão disponíveis para "lamber cus" e ser odiados pelos em tempos colegas.
Que interessa ao cidadão vir o Armas se ele continuar sem dinheiro no bolso?
Que interessa ao cidadão mudarem o subsidio de mobilidade se ele tem que passar as férias em casa?
Que interessa ao cidadão construirem um novo Hospital se irá ser tratado de maneira igual: sem medicamentos, encaminhado para o provado e com um grande roubo financeiro devido às consultas e tratamentos?
Que interessa fazerem mais não sei quantas obras inuteis, se o medo é perder o emprego, ou não voltar a trabalhar?
E é por aí que a Oposição, através da Esperança, deve atacar: construir uma Região em que o mérito é premiado, em que os cidadãos têm direitos, em que o dia de amanha será melhor que o de hoje...
Se fosse eu a liderar a Oposição...
Acho que o Santo devia entrar para a política.
Tem muitas teorias, deve levá-las à prática.
Anónimo das 10:26. Parece-me que é o que ele está a tentar fazer, sem ter que se agachar a um qualquer líder.
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