Concelhia
do Funchal tem 15 dias
para se explicar aos órgãos do partido
sobre a nebulosa
coligação Confiança
Cafofiano Bruno Ferreira encostado à parede por Carlos Pereira. |
Da reunião da Comissão Política do PS realizada ontem à noite saiu um ultimato direccionado à concelhia do Funchal, composta maioritariamente por elementos afectos ao independente Paulo Cafôfo: no espaço de 15 dias, o órgão presidido por Bruno Ferreira, que, sem dar cavaco ao Partido Socialista, vem trabalhando com Cafôfo na preparação da coligação Confiança, terá de explicar dentro das paredes da Praça Amarela todos os passos da candidatura.
Esta decisão tomada ontem foi anunciada ao Fénix por um dirigente socialista de topo.
A nossa peça anterior, na qual dávamos conta de que o líder Carlos Pereira afirmou ontem que Paulo Cafôfo se deve comprometer a cumprir os 4 anos de mandato, se ganhar em Outubro, mereceu o comentário de que o texto "não corresponde minimamente" ao que se passou na reunião. Acusação corroborada directamente por um importante elemento do actual PS. Sentimo-nos obrigados, pois, a procurar a verdade para deitar ao lixo a "falsidade".
Um alto dirigente socialista a quem recorremos revelou que o ambiente da reunião foi efectivamente marcado pelo descontentamento face à 'independência irreverente' com que Paulo Cafôfo e apoiantes directos, como os da concelhia socialista funchalense, têm conduzido o processo de candidatura.
Como se sabe, o Partido Socialista, tal como o JPP e o Bloco de Esquerda, faz parte da coligação Confiança que concorre ao Funchal apresentando Cafôfo à cabeça da lista.
Segundo a nossa fonte, a Direcção presidida por Carlos Pereira mantém a disposição de apoiar Cafôfo, porém não está afim de se deixar "espezinhar" pelo actual autarca funchalense e seus parceiros. "O Cafôfo diz que a política não se faz só com os partidos, mas nós pensamos que os partidos também não se devem deixar espezinhar pelos independentes, como parece ser a vontade de alguém relativamente ao PS."
Até à data, apesar de o PS ter declarado apoio ao actual presidente da Câmara da capital, nenhuma informação chegou à Praça Amarela. Nem sequer uma explicação para a "palhaçada" - termo do dirigente que nos fala - que foi o almoço de António Costa com Filipe Sousa, o tal que resultou no inesperado apoio do JPP a Paulo Cafôfo. "Ninguém nos contactou sobre a forma como se arranjou esse apoio nem o porquê da entrada do JPP na coligação", irrita-se o dirigente.
Lembramos que em Santa Cruz, por exemplo, o Juntos Pelo Povo será adversário do PS nas eleições autárquicas, o que pode fazer transbordar algum embaraço para a convivência dentro da Confiança, no Funchal.
Ficámos agora a saber que a ponta norte deste berbicacho, centrado na Câmara do Funchal, nunca se dignou estabelecer qualquer contacto com o PS, partido que "descobriu" Cafôfo em 2013. Nem sequer se marcou uma reunião para a qual fossem convidados os socialistas.
O cúmulo do desprendimentos de Cafôfo e seus seguidores está na aberração de o mandatário da coligação, Danilo de Matos, ter sido convidado e nomeado sem consulta - ou uma simples comunicação - ao PS-Madeira.
Mais recentemente, os acontecimentos precipitaram-se na ressaca de uma notícia do JM revelando que Duarte Caldeira, actual presidente de São Martinho, tinha ideias de disputar o partido a Carlos Pereira, depois das autárquicas, para o que contava, sem dúvidas, com o apoio de Paulo Cafôfo e do antigo líder socialista Victor Freitas.
Especulação ou não, o facto é que ninguém desmentiu a peça do jornalista Miguel Ângelo. E aí é que a porca torceu o rabo. Luís Vilhena levou ao mesmo JM um artigo contundente para Cafôfo e Victor Freitas, com ataques aqui já reproduzidos esta semana. Vilhena, deputado nacional independente eleito pelo PS-M, deixou saltar a tampa e lançou cobras e lagartos para a Câmara do Funchal. Em suma, disse o que a linha de Carlos Pereira só não dizia para não provocar uma ruptura com Cafôfo.
"Mas agora achamos que já demos muito para o peditório da estabilidade, do fingimento, da paz podre", estrebucha o alto dirigente que nos fala. "A comissão concelhia do Funchal tratou da participação na coligação à revelia dos órgãos do partido e à revelia tem andado até hoje. A reunião de ontem foi para a Comissão Política deixar claro que os senhores da concelhia têm 15 dias para explicar de ponta a ponta o processo de candidatura. A dignidade do partido está em risco e é preciso tratar da sua defesa. A Direcção presidida por Carlos Pereira decidiu, e bem, pôr o assunto nas mãos dos órgãos do partido. A concelhia do Funchal tem de levar as informações todas a uma reunião da comissão política a realizar dentro de 15 dias. Depois, será marcada outra reunião para decidir o que fazer, consoante as reacções a esta decisão de ontem."
Uma coisa é certa: os responsáveis do PS-M não estão a pensar numa solução 'à Porto'. O apoio anunciado ao candidato Paulo Cafôfo mantém-se e, na Praça Amarela, o desejo é que tudo se componha. Mas com respeito pela dignidade do Partido Socialista. Se acaso Paulo Cafôfo e seus comparsas decidirem manter o 'braço de ferro', continuando a trabalhar e a decidir as etapas da candidatura 'a solo', então será preciso pensar como reagir.
"Dentro da coligação, eles acham que a discrição que tem caracterizado a nossa atitude é por termos medo da força do Cafôfo", assume o alto dirigente do PS. "Julgam que estamos manietados. Agora vão perceber que apenas temos tentado manter um ambiente que não prejudique a candidatura. Mas chega de aceitar um desprezo humilhante para o partido. Alertámos, pedimos colaboração, recebemos provocações sem dar resposta. Até aqui não nos disseram nada. Não fomos ouvidos nem achados numa coligação de que fazemos parte. Acabou-se. Não sabemos como entraram os outros partidos na coligação, não soubemos nada do mandatário, não sabemos da estratégia da campanha nem da sua sustentação financeira... É intolerável. Muito grave. Agora acabou-se. Têm 15 dias para preparar todos os dados importantes e apresentá-los à comissão política."
A ideia é trabalhar com a candidatura de Paulo Cafôfo. Mas isso enquanto as duas partes forem compatíveis - sublinha o dirigente. "Se o Cafôfo quiser esticar a corda, a responsabilidade pelo que acontecer nas eleições, ou até lá, será dele. Quanto a nós, é isso: mantemos o apoio. Se as nossas diligências para ultrapassar estes problemas não resultarem, veremos o que fazer numa reunião posterior da comissão política."
Refere o mesmo dirigente que na reunião de ontem houve representantes de outros concelhos a manifestar preocupação com os possíveis reflexos negativos fora do Funchal do imbróglio PS-Cafôfo.
Outros membros da comissão política têm uma leitura da situação um tanto diferente da que nos fez aquela nossa fonte. Como alguns lembraram ontem, compete à concelhia do Funchal (presidida pelo cafofiano Bruno Ferreira) escolher os candidatos para os órgãos autárquicos. Tendo atempadamente sido recandidatados os presidentes de junta eleitos pela Mudança em 2013. Assim como foi decidido o apoio a Paulo Cafôfo. Não se apresentando curial a ideia manifestada por alguns de que o Funchal, pela sua dimensão, deve ser encarado de forma diferente, passando aquelas responsabilidades para a Comissão Política Regional. Os estatutos dão poderes à concelhia, embora a Direcção e a Comissão Regional tenham direito a pronunciar-se. E a concelhia é que manda - dizem.
Esta linha de pensamento considera o actual processo correcto. Porque, a trabalhar com a concelhia socialista, Cafôfo estaria no rumo correcto, tratando as coisas à sua maneira, sem precisar de informar Carlos Pereira ou as cúpulas do PS.
Uma dirigente e deputada questionou o teor dos debates de ontem. Dado que a ordem de trabalhos falava da análise à situação política, esperava ela ouvir falar do artigo de Luís Vilhena publicado no JM, esse sim a merecer reprimenda - em sua opinião.
Outro dos comissários recomendou mais uma vez a Carlos Pereira que deixasse Lisboa e se fixasse na Madeira. Condenando a atitude de Jaime Leandro de se demitir de líder do grupo parlamentar no episódio António Costa-Filipe Sousa-Cafôfo, já que, a seu ver, deveria demitir-se era de secretário-geral.
Outro elemento quis deitar água na fervura, manifestando o desejo de que se estabelecesse o seguinte: Cafôfo vai às autárquicas, Carlos Pereira às legislativas.
Outro ainda perguntou por que não avançar para um congresso extraordinário capaz de clarificar as águas.
Foi uma reunião animada, mas dentro das boas maneiras, segundo nos dizem.
Os próximos dias serão decisivos. Veremos se a agulha se desvia para a estrutura partidária do PS ou se a coligação Confiança entende seguir caminho sem dar satisfações ao partido liderado por Carlos Pereira. Estará Cafôfo interessado num mandato de 4 anos à frente do Funchal ou não se quer comprometer com o mandato pleno, dando razão à notícia sobre a estratégia de Cafôfo assente em Duarte Caldeira? Caldeira ganharia o partido e indicaria Cafôfo para candidato regional daqui a 2 anos - presume-se.
No fundo - sejamos práticos -, o horizonte realmente focado pelos tubarões da área socialista situa-se a uma distância de dois anos. Não nos parece, pois, que os desejos atribuídos a Carlos Pereira na nossa peça anterior estejam desconformes com o que se passou na comissão política de ontem.
23 comentários:
Será o Bento o tal dirigente socialista de topo que até agora tem andado escondido num armário?
Coligação Cagança...
Tristeza de gente.
Vilhena estamos consigo. Temos de nos afirmar como partido e se o idenpendete nao respeita o nosso partido, então não temos porquê apoiar esta falta de respeito por quem o ajudou. Os militantes estão prontos para avançar com uma candidatura socialista à câmara do Funchal. Vamos em frente.
Como militante socialista acho que o melhor era o partido avançar sozinho, como no Porto. Estes pseudo independentes são todos uns falsos e mordem a mão de quem lhes dá de comer.
Bruno Ferreira ganha muito bem na Frente Mar e não faz nenhum. O Camarada vendeu a alma ao Diabo Careca e vai lixar o Carlinhos e o Vilhania.
Este desempregado militante que arranjou um ordenado na frentemarfunchal ( onde não apareçe ) e umas senhas de presença na junta de S Gonçalo , tem de apoiar o Cafofo para não voltar ao desemprego , o mais engraçado é que mais um cubano transferido para a madeira
O problema da actual liderança do PS é ter medo de crescer. O poder regional está a um palmo do Professor Paulo Cafofo e da sua brilhante equipa e andam estes empatas a meter pedras na engrenagem.
Crescer com o incompetente do Cafofo e seus alivia cargas. O orçamento regional teria que duplicar para alimentar tanta vilanagem.
Ora o Bruno que não sabe fazer nada, vai virar as costas a quem lhe deu um tacho bem pago, e onde nem é preciso pôr os pés ?
Ó camarada Pereirinha, onde é que tens o juízo ?
Os socialistas descontentes com estes golpes palacianos do sr. cafôfo e respectiva camarilha, podem votar no dr. Gil Canha, que ele trata de fazer a verdadeira mudança, que é transferir o sr. cafôfo do Funchal para o Campanário.
Que o Emanuel Bento não quer sair do armário já se sabia... agora, já que ele conhece muito bem o Iglésias e o Cafofo, devia aconselhar o Pereira a se demitir. A não ser que seja mais uma jogada (facada) nos 2 tabuleiros em que é famoso por jogar...
Lamentavelmente o PS não tem coragem de romper com o Sr. Cafofo e, face à desconsideração que o senhor teve e tem tido com o partido, tirar lhe o apoio. Vejam até à desfaçatez que teve de receber o apoio do tiranete Alberto João, uma pessoa que tanto mal fez ao PS e tantos dos seus militantes.
É pena Carlos Pereira não ter a frontalidade de dar o murro na mesa e acabar com farsa como bem denunciou o Luís Vilena.
Eu que sou militante do PS, da minha parte, não vou alimentar a arrogância do Cafofo.
O Emanuel Bento é o candidato natural do PS à câmara e vai ter o apoio do PS!
Carlos Pereira seria o Grande Candidato do PS. Cafofo tem vergonha de ser do partido e nunca vai respeitar a direçåo socialista.
O Vilhena seria outra boa aposta . Nao se filiou mas está disposto a dar tudo pelo Carlos Pereira.
Esse Bruno da Comissao Do Funchal é outro cubano tal como,o Iglesias. Funchal corre o risco de ser comandaado a partir de Lisboa.
Em bom português, a Carlos Pereira faltam-lhe os tomates para fazer o que se impunha.
Assumir uma candidatura própria do PS, sendo o próprio líder o candidato.
O resto é conversa.
"O Funchal corre o risco de ser comandado a partir de Lisboa"? Já é meu caro! Para inaugurar uma lojeca da Câmara, que custou uma fortuna aos seus munícipes, Cafofo chamou António Costa, estendeu-lhe o tapete vermelho e ignorou por completo as autoridades regionais! E Costa fez o mesmo, ao determinar qual é o futuro do PS-M e com quem se deve coligar! Mai nada e bico!
Compreendo que os JPP´s e os PDR´s se vendam por meia lentilha, na verdade são uns meros parasitas do "tacho".
O Bloco de Esquerda é que corre mesmo risco de desaparecer com esta colagem ao Cafofo e a um PS esfrangalhado.
Inteligente tem sido a CDU que tem estado ali na babujinha, conseguido apanhar uns caramujos e umas jacas de vez em quando, sem se comprometer com as ondas da maré.
Estou curioso para ver os votos que esta malta vai ter!
Acho mal dizerem que o Bruno não faz nadA na frente mar. Ele vai lá todas as sextas de manhã tomar uns cafés e agora que está tempo quente umas cervejas. Está a preparar o piso para quando for asministrador da frente mar e receber quase 3000 por mês. Por isso ele não pode virar as costas ao Cafôfo. Como o Sérgio Abreu diz boas mudanças estão para breve hahahah
Mas o PS madeira não tem nenhum madeirense socialista para apresentar???? Para que uma estrutura na região se quem manda é o continente???? Antes voto Gil Canha do que nestes medíocres a pensar na melhor forma de se safar na vida em vez de governar para a população que os elege
Sabendo se que ele só vai à fmf as sextas de manhã o Bruno ganha mais de 400 euros por uma manhã de cafe bem passada. Claro que ele não vai virar as costas a quem lhe arranjou um tacho.
Na Verdade esperava mais do Carlos Pereira. Mandado pelo Iglesias e pelo Cafofo? E ainda por esse Bruno tambem cubano? Estar em Lisboa é ver a banda passar Pereira...
Carlos Pereira é vitima se si próprio e da sua necessidade de protagonismo.
Não cabe na cabeça de ninguém o líder de um partido estar diariamente fora da Madeira, e tentar controlar o partido à distância.
Agora paga a factura.
Albuquerque dizia a Fernando Alvim que um politico tem de ter características de elefante (apesar de nao ter percebido a parte da tromba, que nem ele explicou). Mas na verdade o que é preciso na política é tomar um Rennie diário para ver se aguenta tanta azia. É por isto que a política é tão descredibilizada pela população e há tanta abstenção. Só vejo comentários de serpentes venenosas a tentar destruir quem trabalha, para ver se lhe chega alguma coisa.
já dizia Quim Barreiros
corta o mal antes que cresça
cortar o mal seria tirar o apoio e ir sozinho
Enviar um comentário