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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Politicando

AMBIENTE DE 'CORTAR À FACA' NO GOVERNO



- VICE E MANUEL ANTÓNIO DE COSTAS VOLTADAS

- CUNHA E SILVA PERTO DA DEMISSÃO







 












Um clima de crispação galopante apoderou-se do governo regional. João Cunha e Silva, segundo fontes próximas da vice-presidência, recusa claramente aceitar a traição conjunta do  presidente e de Manuel António, consubstanciada no anúncio da candidatura do secretário do Ambiente à liderança do partido. Não só Cunha e Silva se considerava o favorito do chefe laranja para sucessor, apesar dos avanços e recuos registados nos últimos anos, como ainda não encaixou, pelo contrário, o facto de Manuel António ter avançado, já com candidato ao congresso e tudo - o próprio Jardim - sem um contacto prévio ao pré-candidato a sucessor, Cunha e Silva, descartado nesse repentino e sumário golpe de palácio.
Como se sabe, a pressa do anúncio formal de Manuel António, que havíamos antecipado aqui uns dias atrás, deveu-se a uma tomada de posição semelhante de Miguel Albuquerque, actual arqui-adversário do chefe Jardim, apesar de pertencerem ambos ao mesmo partido.


Jardim criou um insuportável ambiente interno

O intrincado processo da sucessão alastrou evidentemente ao seio do governo regional, anulando-se praticamente os canais de comunicação entre o vice Cunha e Silva e Manuel António, para mais com Jardim metido assumidamente na zaragalhada, ao lado do secretário do Ambiente. 

O novo estatuto de provável futuro chefe laranja, que Manuel António Correia agora detém no seio do governo, colide obviamente com a posição de vice-presidente de que se encontra investido Cunha e Silva desde o ano de 2000. O clima de crispação é insuportável e o n.º 2 (do ponto de vista formal), Cunha e Silva, perde as últimas forças para aguentar o desprestígio imposto pelo chefe, em conluio com Manuel António. Uma descida vertiginosa de importância que, segundo as últimas informações, acabarão inexoravelmente por levar Cunha e Silva à demissão.
Em reacção aos acontecimentos que tanto lhe desagradaram, o actual vice do GR praticamente anunciou-se também candidato. Depois, compareceu num acontecimento cheio de protagonistas pouco gratos ao chefe Jardim: Bruno Pereira, anunciado candidato numa lista independente à Câmara do Funchal contra a equipa constituída por Jardim, e figuras do 'Diário de Notícias' a quem o dito Jardim ataca todos os dias. Foi um acto de rebeldia de Cunha e Silva, mesmo que a cerimónia de apresentação da campanha pró-CINM 'Todos pelo Centro, todos pela Madeira' seja de interesse transversal a todas as correntes.

Nascidos para eternos suplentes

Em tempos, João Cunha e Silva deslocou-se a Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, para intervir no congresso do PSD-Açores. Fê-lo com brilho e recebeu rasgados elogios do então líder nacional presente nos trabalhos, Marcelo Rebelo de Sousa. Os tempos mudaram. O comboio passou por várias estações da vida do PSD-Madeira sem que Jardim se apeasse para deixar o lugar ao então delfim preferido, Cunha e Silva. Quem vai agora aos Açores representar o líder madeirende é Manuel António. E lá falará com estatuto de indigitado sucessor.
Tudo correrá de feição a Manuel António se o actual líder, à medida que a meta se aproximar, não for atacado daquele 'bichinho' que o leva a segurar-se à cadeira quando a sente balançar, cantando o conhecido refrão 'Daqui não saio, daqui ninguém me tira'.
Num caso desses, Manuel António será o sucessor de Cunha e Silva no papel de eterno suplente, esperando mais ou menos pacientemente, estação após estação, que o chefe se despache de uma vez.
Jardim criou a sua ninhada de delfins com uma função específica: a de eternos suplentes, alinhados num escudo à volta do chefe, para dissuadir outros protagonistas eventualmente interessados em mudar este decrépito regime.

5 comentários:

jorge figueira disse...

A balcanização vai engrossando, parece as ribeiras a 20/02/2010,os estragos colaterais da "bomba" Albuquerque (questão partidária, não de gov) estão a revelar-se de difícil contenção. O Presidente eleito pelos madeirenses tem, findas as eleições de Outubro,quase em exclusividade, dedicado o seu tempo às questões do partido. Vai sendo tempo de nos informar como vai navegar no meio desta tormenta.Assim não sendo pode gerar-se um ambiente social complicado.

Fernando Vouga disse...

"Tudo correrá de feição a Manuel António se o actual líder, à medida que a meta se aproximar, não for atacado daquele 'bichinho' que o leva a segurar-se à cadeira quando a sente balançar, cantando o conhecido refrão 'Daqui não saio, daqui ninguém me tira'."

Caro Sr. Luís Calisto

Estou tentado a concordar com esta sua análise, o que não me incomoda nada. Pelo contrário.
Porém, esta situação faz-me recordar o que se passava em África décadas atrás.
Muitos dos presidentes desse continente, quando começavam a desconfiar dos seus lambe-botas mais chegados (e também para saberem quem eram os opositores), iam dar uma volta ao estrangeiro. O que normalmente acontecia nesse período era haver uma tentativa de derrube do governo ou coisa que o valha.
Como tudo já estava previsto, o presidente, à chegada, mandava, pura e simplesmente, limpar o respeitável sebo aos eventuais implicados e quem lhes estivesse por perto.
E assim garantiam mais uns tempos de impunidade no poder.
Claro que qualquer semelhança com o que hoje se passa na Madeira é pura coincidência.

Fernando Vouga disse...

Caro Sr. Luís Calisto

Peço desculpa, mas esqueci-me de mencionar que Jardim, ao anunciar o seu substituto, poderá tê-lo feito apenas como expediente para saber a quem deverá cortar a cabeça. Melhor dizendo: ele sabe, mas quis provocar a investida, para que não subsistam dúvidas no eleitorado.

Luís Calisto disse...

Amen
LC

jorge figueira disse...

Vós tendes razão. A mim, porém, apoquenta-me muito mais a displicência com que o governo age perante este descalabro social que continua entregue a si próprio sem que ninguém se responsabilize por ele.Da sucessão tratam os militantes. Não pagamento de salários, desemprego etc.toca a todos nós directa ou indirectamente