Delícias da Madeira Nova

PEQUENA METRAGEM SOBRE A LITURGIA POLÍTICA DOMINGO NO SANTUÁRIO LARANJA

 

Peça baseada na reportagem fotográfica de Gregório Cunha

 

 

"Minhas senhoras e meus senhores, bom dia a todos, acabei de chegar a este campo santo [estão espantados, deve ser por causa da camisola verde... Peste da camisola laranja encantou-se]... Trago hoje, caras e caros companheiros, uma palavra muito especial, uma palavra de esperança, muita esperança, e é por isso que..."

 

 

 

 

Virgílio - Somos ambos militantes de base e acho que isso mostra como o chefe premeia a dialéctica no partido.




Dr. Marcelino - Sr. presidente, se mais para o fim da festa precisar dos meus serviços, não hesite, eu trouxe o endireita-ossos na bagageira.



Chefe - Oh Quim, dentro da admiração que sempre tive pelos seus méritos no mundo do espectáculo...



...Veja se me arranja o microfone, que esses aí não percebem nada de música.



Chefe - Quem tramou o Santos Costa fui eu, que nunca assinei papel nenhum e ele é que se embrulhou no 'Cuba Livre'.



Santos Costa - Ei, o sr. presidente é que mandou avançar as obras, com ou sem dinheiro.
Chefe - Homem, eu trabalho em nome do povo.




Chefe - Aceito que tinhas razão, compadre, isto de governar sem dinheiro só mesmo eu, desgovernando.



"Que se lixem as recomendações tontas do Miguel Mendonça, isto é o que se leva desta vida e não sei se volto aqui muitas vezes!"




"Ainda bem que não pago um chavo, porque isto até aqui em cima é uma roubalheira!"

Chefe - Nesta tasca há muitas promessas, mas ainda não molhei o bico.

"Digam aos seguranças que vão fumar um cigarro, porque vou demorar aqui um bom bocado!"



Moisés - Despacha-te com isso, que o sr. presidente tem um azar a copos vazios.




Chefe - Vá bugiar, Alcino, então isto não é mais divertido do que aquelas jantaradas do Miguel, de caviar com sumo?



Chefe - Não se queixe, rapazinho, não se queixe, eu julgava que você a esta hora não tinha um osso inteiro!



Chefe - Pedro, diga aí à tropa que depois não deite os paus fora, porque isto...



"Já disse: só te ponho no chão depois de me prometeres que, quando fores grande, tu e os teus filhos votam em mim!"



"O outro dizia que chapéus há muitos..."



Chefe - Oh bastardos de m..., para nos vos chamar fdp! Quantas vezes tenho de vos dizer para respeitarem a minha privacidade?



"Se não encurtava o recinto, percebia-se que há menos gente aqui do que nos jogos do União..."



Jaime - Oh Machadinho, põe os Guerrilhas a fazer barulho acolá, para disfarçar este velório. Ou esses comunas também exigem que a Fundação pague adiantado?



Chefe - Finalmente, uma barraca onde posso estar descansado quanto a facas nas costas! Que é que eu disse?



Miguel - Oh doutor, está de prevenção?



"...E se para o ano eu não estiver aqui... esperem um bocado, porque deve ter sido o trânsito e eu chego, mais minuto menos minuto..."



"Despacha-te, aqueles parece que acabaram o barulho da política, vamos para o palco porque aquele do bacalhau vai começar a cantar!"