Funchal ao Vivo

NOVOS ARES NO URBANISMO FUNCHALENSE

Gil Canha escolheu Luís Vilhena para o Urbanismo. Há reacções contrárias, como em todas as situações idênticas. Terá sido desconsideração para os competentes quadros da Câmara do Funchal? Ou, dentro em pouco, estará constituída um equipa de políticos e técnicos capaz de fazer do Funchal aquela cidade do futuro que Cafôfo previu como a melhor para se viver em 2020?

Gil Canha deu sinais há muito
tempo de querer mudança. Aqui,
recusou cumprimentar Jardim,
num 21 de Agosto.

Arq.º Luís Vilhena

As mudanças de dirigentes em qualquer instituição pública provocam normalmente reacções de vários sinais. O caso que aqui nos traz prende-se com a nomeação do arq.º Luís Vilhena para um apoio muito próximo ao pelouro do Urbanismo, na vereação emergente das eleições de 29 de Setembro.

O problema é o seguinte: terá Gil Canha, vereador responsável da área, trilhado caminho certo, ao convocar um quadro exterior à edilidade para a sensível missão em causa? Ou, pelo contrário, tinha técnicos na edilidade conhecedores da matéria e com provas dadas a ponto de merecer a confiança do executivo municipal?

A nosso ver, e sem querer estar 'a bem com Deus e com o Diabo', achamos as duas soluções compagináveis. O próprio vereador Gil Canha sempre foi um interessado na matéria e, nesta altura, conta com 4 anos de experiência na vida interna camarária. O que lhe aumenta o grau de responsabilidade, mas também lhe confere credibilidade nas decisões que toma.

O arq.º Vilhena também conta com vasta experiência de cidade, quer ao serviço municipal quer em trabalhos realizados no terreno quer na intervenção cívica de que os artigos na imprensa constituem uma das vertentes.

Vilhena pode assumir-se, portanto, como relevante mais-valia para levar à prática o programa de inovações e rigor urbanísticos apresentado pela coligação 'Mudança'.

Agora, como acontece em qualquer sector afim, ninguém conseguirá cumprir qualquer missão na CMF actuando contra a equipa de técnicos especializados que, num trabalho pouco visível mas decisivo, são pilares desta capital onde todos gostamos de viver. Manter a qualidade de vida citadina (aqueles estaleiros e aterros da baixa são de outro catecismo, esses e outros abortos que cresceram obscuramente na cidade não saíram da cabeça de João Rodrigues e seus colaboradores na Câmara), manter essa qualidade de vida e melhorá-la, como é aposta da nova vereação - eis objectivos inalcançáveis se alguém pensar em marginalizar arquitectos, engenheiros e demais quadros que têm dado saber e esforço à causa pública.

Sinceramente, nem nos passa pela cabeça que os novos executivos da Câmara pensem noutra coisa que não valorizar os quadros, dar-lhes oportunidade para trabalhar de forma crítica, ouvindo-os sobre matérias que só eles conhecem - para isso estudaram e nisso trabalham há muito tempo. 

Um projecto que prometeu diálogo e gestão participativa com as populações não fará diferente na vivência dentro da própria casa. 'Mudança' quer dizer 'mudar para melhor'. O voto popular recebeu essa mensagem de braços abertos. E mudar para melhor é descentralizar, acreditar nos profissionais, proporcionar um clima de confiança, incentivar a criatividade dos quadros - e não enveredar por uma 'caça às bruxas' sempre perigosa para todos.

Pela primeira vez na História recente da Madeira, a capital mudou de cor. Não foi um ponto de chegada, mas um ponto de partida, o arranque para elevar o Funchal à qualidade ideal, digna das futuras gerações.

Esse projecto que a 'Mudança' apresentou e no qual continuamos a acreditar precisa de todos: políticos, quadros técnicos e trabalhadores em geral da Câmara. E de toda a população.