Madeira Nova

SÉRGIO MARQUES ESCLARECE 

Conforme dizíamos há pouco, noutra peça, 'Meio Chefe' das Angústias (ou um dos seus bonifrates, devidamente orientado) carregou sobre uma posição política plasmada cá no 'Fénix', da autoria de Sérgio Marques, candidato à liderança do PSD. Sérgio propunha que a Madeira trocasse os eventuais planos de obras públicas pela manutenção das infra-estruturas já edificadas - proposta de resto bastante clara e achamos que indiscutível na situação que atravessamos, seja qual for o ângulo de observação. Mas não demorou nada que o ex-eurodeputado não fosse castigado com mais um escrito de um 'novo' escriba do JM - um tal 'Horácio Silva'. Dizia o tal Pancrácio, ou Horácio, que Sérgio foi "politicamente correcto" na posição assumida, e que o fez a mando dos interesses de alguém. 

Enfim, a baboseira do costume que o Leitor pode recuperar na nossa peça anterior.

Pois Sérgio Marques acaba de se apresentar no facebook através de um texto que, não assumindo a forma de resposta, esclarece a trapalhada escrita pelo tal Horácio, escriba que provavelmente levou o Ipad para dentro da gaiola das araras, para ganhar inspiração.

Estamos em condições de publicar o texto que Sérgio colocou na sua página FB. Só não vê a lógica dessas posições quem não quer ver. Mas, infelizmente, Sérgio Marques e outros políticos da Região, incluindo candidatos à sucessão de 'Meio Chefe', terão de gastar muita água e sabão doravante, até que a brigada do reumático seja internada no Lazareto em definitivo. 

Eis o texto de Sérgio Marques:

"Que fique bem claro uma coisa. Não defendi o fim do investimento público. Bem pelo contrário! Defendi sim que o investimento público se fizesse, privilegiando as atividades de construção ligadas à conservação e manutenção, em detrimento da realização de obra pública nova. Advoguei por isso a suspensão de novas obras públicas por um período limitado (quatro anos) sem prejuízo das obras decorrentes de situações de imperiosa necessidade, como sejam as ligadas à catástrofe do 20 de Fevereiro de 2010 ou daquelas que serão financiadas pelos fundos estruturais da União Europeia

Esta viragem de prioridades, ou de paradigma, no que concerne ao investimento público não tem nada de politicamente correto e mesmo que tivesse em nada me incomodaria, mas resulta apenas de uma questão de puro bom senso e de adaptação aos novos tempos caracterizados por uma enorme escassez de dinheiros públicos. Na verdade, podemos dizê-lo, a enorme carência de infraestruturas está colmatada. Logo o investimento público deve agora privilegiar, não mais a obra pública nova, mas sim a conservação e manutenção das infra-estruturas existentes, atividade esta que secundarizámos nos últimos tempos. O défice de conservação começa mesmo a ser notório. Há que manter, valorizar e em algumas situações requalificar o enorme património que erigimos e que temos a obrigação de entregar em pelo menos razoável estado de conservação às novas gerações. Até porque estas serão também chamadas a pagar a significativa dívida pública contraída para este fim. Mas a razão adicional que a seguir adianto por si só justificaria a mudança de paradigma: as atividades de conservação e manutenção têm maior intensidade de mão-de-obra, por comparação com a obra pública nova. Logo criam mais emprego. E em tempos de desemprego elevadíssimo o combate a este angustiante flagelo social tem de ser a nossa primeiríssima obrigação."