Alguém viu 

o Bloco de Esquerda 

da Madeira?

Nuno Jardim

Nos últimos 4 anos, desde que apoiaram o Cafôfo, o BE tem estado estranhamente calmo, passaram de um partido reivindicativo, para ser só mais um partido.

Lembrando a tragédia do Monte, em que a Câmara foi responsável por nada ter feito em relação aos pedidos da população e da Junta de Freguesia do Monte para limpar aquelas árvores e que resultaram em 13 mortos e 50 feridos, o Roberto Almada, a Guida Vieira, o Rodrigo Trancoso e o Paulino Ascenção, nada disseram e continuaram calados como se nada tivesse acontecido. No debate da RTP-Madeira o Gil Rosa pediu a opinião de todos sobre este assunto e para meu espanto qual foi atitude “democrática, à moda do AJJ” da coligação “Mudança/Confiança”, o Danilo Matos apresentou queixa à CNE por este tema ter sido falado. Claro que tinha que ser falado, isto não é um pormenor, morreram 13 pessoas!

Tal como o Cafofo, o Bloco de Esquerda agora também dá cobertura aos grandes Grupos Económicos daqui da Madeira, podemos falar do Grupo AFA, com a renovação da licença e aprovação de um aumento do projeto do Savoy, do Grupo Pestana em que a Câmara aprovou a construção de um novo hotel que está a ser construído na avenida do Infante e aprovou este hotel como uma ampliação do hotel do Casino só para ter acesso a fundos comunitários. Também a Câmara está a preparar-se para dar de bandeja as instalações onde funciona o ginásio Madeira Magic e a Cidade da Criança, instalações essas que são públicas, para o Sr. Pestana construir mais um hotel. Para o Grupo Sousa, a Câmara autorizou que fosse fechada uma rua, no centro do Funchal, rua esta que é pública, apenas para ser utilizada por este grupo privado.

A Câmara Municipal do Funchal neste mandato, para colmatar faltas de pessoal, usou um programa chamado, PROGRAMA MUNICIPAL DE FORMAÇÃO E OCUPAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO. Para este programa, só podem candidatar-se desempregadas que não recebam subsidio de desemprego ou subsidio social de desemprego. Com este programa a Câmara está a usar jovens, com Licenciatura e Mestrado e que estão desempregados e em troca paga uma bolsa mensal no valor de € 421,32 (IAS), ou seja, inferior ao ordenado mínimo. Os participantes deste programa ficam lá alguns meses e depois são mandados embora e a Câmara chama outros desempregados, numa espécie de “rodízio de desempregados”, usa e deita fora. Parece que o Bloco de Esquerda também não se importa muito com isto, um partido que era tão reivindicativo em relação aos direitos dos trabalhadores e que era contra o trabalho precário e depois temos isto. O mais ridículo é que o nosso mayor chama a isto PROGRAMA DE EMPREGO, mas não o é, porque tirando os tachos que foram criados na Frente Mar (como por exemplo, para o filho mais velho do Emanuel Câmara, o Paulo Bruno que antes era funcionário do PS-M e agora acumula o vencimento de presidente da Junta de Freguesia de São Gonçalo com o de Administrador da Frente Mar, isto sim é que é subir na vida), não houve mais nenhuma criação de emprego.

Também temos que lembrar as expropriações suspeitas da Felisberta e a antiga estação do comboio do Monte, que desde que são propriedade da Câmara continuam ao abandono.

 Ajustes directo a uma empresa da Ponta do Sol, que por acaso o dono é cunhado do Vítor Freitas (deputado e antigo líder do PS-M) para prestar serviços à Câmara Municipal do Funchal.

Uma avença choruda ao DN-Madeira, todos os meses são 40.000€ para fazer propaganda do regime do Cafôfo, tal como o AJJ fazia. O debate organizado pelo Diário de Noticias, foi tão democrático que nem convidaram todos os candidatos.

Tudo o que disse neste texto é público, não estou a dizer nenhuma novidade, agora imaginem o que não sabemos. Há 4 anos votei na Mudança mas desta vez não o volto a fazer. MUDANÇA, qual Mudança? E agora querem Confiança, só podem estar a brincar com a nossa cara. Será que a Catarina Martins sabe da pouca vergonha que se passa aqui no Funchal?

No dia 1 de Outubro vou votar no Gil Canha!