Cafôfo desterradeiro

Milhares espatifados 

em nova vaga de outdoors 

para ficarem de pé 

meia dúzia de horas! 

As agências de comunicação, vulgo sanguessugas da política, descobriram uma mina no Funchal: um Mayor deslumbrado com a cadeira de regedor e capaz de empenhar todo o município para que o conservem à frente das fotografias. Isso já os mais atentos perceberam. Assim como é claro que os eleitores, no seu critério de voto, põem em primeiro lugar "a cara deles" e "a sua simpatia a falar com a gente". A RTP-M, finalmente numa boa cobertura de campanha (que ajuda a perdoar peças do México, da Catalunha e da Selecção Nacional dentro do TJ-Madeira) - pois a RTP-M mostrou esses critérios de eleitor em entrevistas feitas em toda a Madeira, pela voz dos munícipes entrevistados.

As LPM's que andam por aí a encher os bolsos não perderem tempo: oh chefe, não ouves? Os otários querem mais imagem!

Tudo muito bem. A opção por explorar a imagem veio a calhar em candidatos sem dom de palavra nos comícios (o de Cafôfo ontem no Parque do Almirante Reis foi mais uma tragédia grega).

Muito bem, sim. Mas também não nos tomem por lorpas com a gente a ver. Há limites até para o culto de personalidade de que os agentes querem rodear Paulo Cafôfo. Que as 24 páginas do jornal de campanha sejam preenchidas de ponta a ponta com fotografias do dito-cujo, é estratégia deles. Carlos Pereira que barafuste. Ali, Cafôfo está 'primeiro'. Aliás, 'primeiro e único'. Àquele nível, é o novo UI - Único Importante. O próprio boletim de voto reproduzido nesse jornaleco de campanha pede a cruzinha no Cafôfo, e só depois mostra o nome da Coligação Confiança. O nome da coligação é um pró-forma.

Acontece que nas últimas horas vimos cartazes do homem espalhados pela cidade, novinhos em folha. Outdoors daqueles 'baratinhos' que, no mínimo, custam 250 euros cada um. Fora os ameaços, a concepção, a operacionalidade, a montagem, etc. No cartaz gigante, Cafôfo aparece rodeado de pessoas para mostrar o que ele faz com o dinheiro das pessoas. Ai a campanha é financiada por tubarões? Pior, vai sair-nos mais caro!

O anterior outdoor com Cafôfo sozinho foi retirado e substituído pelo novo, em vários pontos da cidade. Mais um balúrdio para estar de pé... meia dúzia de horas. Vão gozar a trampa!

Os alfacinhas que aos poucos ensaiam a reconquista da Tabanca vão no bom caminho, adormecendo a populaça com o seu fado vadio. Fazem pouco da gente, por intermédio destes pára-quedistas 'de Campanário' que de política nada percebem. E depois com a qualidade dos eleitores, com provas dadas durante 40 anos, até o desconhecido PDR e o enigmático Nós se arriscam a ganhar eleições, como acontecerá no Funchal. 

Nota da Casa - Quanto à reconquista cubana, é assunto a tratar depois. No lugar dos 'reconquistadores' e dos Vasconcelos cá do sítio, por mais que se rodeiem de 'mossos de esquadra' ou polícias municipais, se lhes quiserem chamar assim, no seu lugar eu não contava tanto com o ovo no dito da galinha. A sério. E atenção que isto também é válido para os vendidos regionais que continuam a fazer a corte aos líderes falidos e escorraçados do poder em Lisboa.

O outdoor já está a cansar? Mete-se outro, como trunfo da recta final. Milhares espatifados para um cartaz ser visto em poucas horas! Qual é o problema, se o povo vota "pela cara deles"?