Autárquicas 2017

AMÂNDIO SILVA (PS) NO ESTREITO

A candidatura do Partido Socialista esteve, neste segundo dia de campanha, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, tendo o cabeça de lista, Amândio Silva, prestado declarações à Comunicação Social a propósito dos problemas relacionados com a falta de escoamento da uva que têm sido constantemente transmitidos nos últimos dias.

No âmbito da sua intervenção o candidato referiu o seguinte:

- No início do mês de setembro o Secretário Regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, esteve a acompanhar a receção das uvas e referiu que este ano não iria haver qualquer problema com o escoamento das mesmas e que, por essa razão, os viticultores poderiam estar descansados;

- No fim-de-semana de 9 e 10 de setembro, na festa das vindimas realizada na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, os viticultores manifestaram, perante as entidades presentes na festa, a preocupação com o escoamento da produção da uva porque não lhe estavam a ser entregues caixas para efeitos da venda da produção da mesma. Perante estas reclamações, o Secretário Regional da Agricultura, evitou comentar o desespero dos viticultores, tendo, ao contrário do Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e do Secretário da Economia e Turismo, Eduardo Jesus, tentado passar despercebido no cortejo que que teve lugar na vila do Estreito de Câmara de Lobos;

- No dia 14 deste mês, claramente agastado com esta situação e com os crescentes protestos, o Conselho de Governo apresentou uma proposta para “adquirir o excesso de produção de uvas a 50 cêntimos o quilo” o que contradiz claramente as afirmações do Secretário Regional da Agricultura do início de setembro de que o escoamento estava garantido;

- Os Viticultores, obviamente, não ficaram satisfeitos com esta solução do governo, pois 50 cêntimos é manifestamente insuficiente para fazer face às despesas e ao árduo trabalho que acarreta a produção de uvas em latadas e em poios como aqueles que existem no Estreito de Câmara de Lobos. Mas mais, o produtores de uva, conforme foi noticiado em diversos órgãos da comunicação social da região, estão desconfiados com o destino que é dado às uvas com as quais o governo quer ficar, pois desconfiam que as mesmas possam acabar nas adegas que hipoteticamente dizem já não querer mais produção;

- Ora, já no dia 20, perante os crescentes protestos e revolta dos viticultores, eis que surpreendentemente o Secretário Regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, veio a público referir que está claramente associado “o excesso de produção de uva ao aumento das áreas de produção sem licença.” Mais referiu que os terrenos produtores de uva serão alvo de uma “fiscalização que ajudará a equilibrar a oferta e a procura”. Pois bem, os produtores de uva têm-nos retratado que estas declarações não passam de uma clara intimidação/ameaça mas que nada os fará calar e exigir o que lhes é devido por um árduo ano de trabalho;

- Curiosamente, também no dia 20 de setembro, Pedro Coelho, claramente em sintonia com o desespero do Governo Social-democrata, da mesma cor partidária da sua recandidatura à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, anuncia que na próxima sexta-feira irá levar a reunião da Câmara a proposta de atribuir mais 13 cêntimos de apoio a juntar aos 50 cêntimos propostos pelo Governo Regional aos viticultores;  

- Curiosamente, hoje, dia 20 de setembro, num órgão de comunicação social, o candidato da lista de Pedro Coelho a Presidente da Assembleia Municipal, o Dr. Manuel Pedro, manifestou, segundo uma notícia de um órgão de imprensa escrita regional, “…a sua discordância” relativamente à proposta do Governo Regional de pagar uvas em excesso”, pois considera que tal medida “não deixa, contudo, não só de ser lesiva, mas também, de certa forma, ofensiva para os agricultores por privilegiar, em detrimento dos agricultores, a criação de oportunidades de negócio nas empresas de produção e comercialização de vinho”.

- Perante todos estes factos, o candidato do PS à autarquia de Câmara de Lobos, Amândio Silva, referiu que não podem ser, claramente, os pequenos viticultores a pagar as trapalhadas do Governo Regional e o silêncio do atual executivo do PSD de Câmara de Lobos que em quatro anos nada disse ou fez para inverter o claro abandono a que está votado o setor agrícola do concelho;

- Mais referiu não entender como é possível que o candidato a presidente de Câmara e candidato a presidente da Assembleia Municipal, ambos da mesma lista do PSD, tenham posições e soluções completamente opostas acerca de um mesmo problema;

- Por fim mencionou que o Ministério Público deve investigar as declarações do Dr. Manuel Pedro vindas hoje a público através de uma notícia da imprensa escrita regional, em que o mesmo afirma que a medida do Governo Regional  “não deixa, contudo, não só de ser lesiva, mas também, de certa forma, ofensiva para os agricultores por privilegiar, em detrimento dos agricultores, a criação de oportunidades de negócio nas empresas de produção e comercialização de vinho”, pois as mesmas deixam no ar que poderá haver uma negociata entre o Governo e as casas de vinho para favorecer estas últimas.

Texto: PS