EM MEMÓRIA
DO DR. ANTÓNIO ARAGÃO FIGUEIRA DE FREITAS
Apenas hoje, soube do falecimento do Dr. António Aragão Figueira de Freitas, um dos fundadores na Madeira do Partido Social Democrata.
Firme nas suas convicções, obviamente que chocava com os trapalhões da política, odiava o cinzentismo dos oportunistas e desprezava a preocupação com o “politicamente correcto” dos sem caráter.
Nunca se importou ser considerado polémico, desde que se sentindo coerente Consigo próprio.
Foi um Autonomista de corpo inteiro. Recordo quão precioso foi o seu contributo na feitura do programa federalista da Frente Centrista da Madeira, depois assumido pelo PSD quando neste fundido aquele movimento regionalista.
Os Princípios autonomistas mantiveram-no sempre atento à evolução política da Madeira e ao relacionamento da Região Autónoma com o Estado central, intervindo sempre que entendia estarem a ser atropelados os Direitos do Povo Madeirense.
Coerentemente, nunca pactuou com totalitarismos políticos, recusando assumir qualquer posição de cedência, fosse para que efeitos fosse, e muito menos se de “ficar bem” se tratasse.
E tudo isto assentava numa profunda Cultura política e num Conhecimento científico bem assimilado, que muito bem Lhe fundamentavam as posições que assumia.
A esta coragem intelectual, juntava-se-lhe a coragem física que testemunhei nos anos em que se pretendia impôr aos Portugueses um regime comunista.
Que testemunhei na luta pelas mudanças culturais e sócio-económicas em que, contra a extrema-direita da “Madeira Velha”, não hesitou em militar.
Muitas vezes os nossos feitios chocaram-se, colocando-nos em posições diferentes. O que não impediu a minha sempre admiração, respeito e gratidão pelo Homem.
Como Empreendedor, fez o que ao alcance para o seu património também se traduzir em investimento na nossa terra.
A Região Autónoma que Ele ajudou a fazer, perde mais um personagem da sua recente História emancipalista.
Obrigado, Dr. Aragão, um abraço!
Funchal, 25 de Outubro de 2016
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim
5 comentários:
Já não há políticos como estes, corajosos, preparados e com sentido de missão. Os de agora, filhos e alunos de partidos, têm 2 propósitos: parecer e enriquecer.
Tal como Eclesistico aconselhou: só se elogia depois da morte.
Um verdadeiro catequista sabe disto.
Plutarco dizia que uma das maneiras de um individuo se promover era declamar elogios fúnebres.
Essa de "só Soube hoje"...é de estranhar...porque sua ex-Excelência tem um secretário que lhe diz tudo...logo teria sabido desde a primeira noticia...ou então o secretario anda a contar o resultado das selfies...
Nestes últimos anos tive a grata oportunidade de com ele conversar no ginásio do clube Naval aonde ele era um assíduo utilizador da piscina.Figura de elevada cultura, dava gosto ouvi-lo defender os seus pontos de vista em relação a cada momento político em curso na Madeira e no país. Pessoa com excelente memória ia desfiando o devir da nossa autonomia com gosto e entusiasmo.É daquelas pessoas que parece que não partiram.
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