ALBUQUERQUE POR UNS
MOMENTOS
FEZ-NOS LEMBRAR
TEMPOS DA IRREVERÊNCIA
Desta vez, talvez devido aos avisos de mau tempo, e ao contrário
de outros, vi na entrevista do Presidente do governo alguns sinais de
reanimação política na Região, o que nos tempos que correm faz uma pessoa como
que acreditar na ressurreição
O Presidente do Governo Regional deu esta sexta-feira uma entrevista à RTP-Madeira que poderia e deveria ser um bocadinho mais interessante - desculpa, Virgílio Nóbrega, sei que há parâmetros a respeitar na RTP em nome do não-jornalismo, e vi que da tua parte fizeste o possível. Mas exigia-se menos pobreza de pantalha naquela meia hora.
A verdade é que, como dizia um comentador do Fénix, também Miguel Albuquerque não é culpado de lhe colocarem à frente as perguntas 'à medida'. À parte uns tiques no dizer que 'eu faço e aconteço', coisa que criticava no antecessor; fora a lengalenga que me pôs a dormir à tarde (só vi a entrevista gravada); fora as conversas para embalar vilão; há dois aspectos que é justo salientar.
Miguel Albuquerque finalmente interiorizou que nada 'disto' vai para a frente sem crescimento económico. É claro que o Presidente se referia mais à situação nacional. Mas tanta vez falou de 'crescimento económico' que só pode estar a pensar nesse passo aplicado à Madeira. Finalmente. Se sempre pensou assim, não se explicou.
Sem crescimento, não há emprego, erradicação da pobreza, recuperação da classe média e por aí fora. Crescimento económico não se consegue facilmente, não é coisa que nos saia numa rifa - e se calhar não será para breve. Mas o facto de se saber que o Presidente do Governo navega nessas águas, ciente da dura tarefa que urge enfrentar, deixa-nos menos intranquilos. Vamos cobrar daqui em diante, mas com menos desespero.
Há outro aspecto que nos fez lembrar o Miguel Albuquerque de quando a irreverência fazia parte do seu respirar. Ele assumiu agora, em vez de se refugiar em conversas gagas, e aliás já o tinha dito, que o objectivo do PSD-M é ganhar a maioria das 11 câmaras, nas autárquicas. Foi pouco solicitado nesta matéria durante a entrevista, mas deu para perceber que vai apostar mesmo em Santa Cruz (Vânia metida em trabalhos, calculo) e no Funchal. Não se abstendo neste último caso de dizer que o nome de Rubina Leal anda a assombrar o Partido Socialista. E não tremeu ao dizer que está tudo em aberto.
Enfim, momentos em que qualquer telespectador levantou a orelha.
Ao contrário de alguns comentadores do Fénix, achei salutar que a RTP não insistisse nas conversas gastas do cargueiro, do ferry e em temas afins. Mas houve outros que precisavam de 'mordidela', pela actualidade: o caso insolúvel do JM (sejam sérios, ninguém pega no projecto, muito menos com o anedótico caderno de encargos que lemos!); os dinheiros do futebol, questão que muitas críticas valerão aos mandantes se um dia a Madeira perder o relevo que ainda tem ao nível nacional; as divergências internas no PSD-M; as fragilidades gritantes da maioria dos secretários regionais.
Pode-se dizer: caramba, coitado do Miguel, ele afinal é o único político no governo. É verdade. Podia haver mais um, Sérgio Marques, que decididamente não quer ser político. Há Miguel Albuquerque. Mas quem elencou aquele executivo foi ele, Miguel.
Terminando como comecei, realço aquele cheirinho a dialéctica com que Miguel Albuquerque, ainda por cima por sua iniciativa, por causa dos parâmetros da RTP-M, apimentou a sua prestação. Foi pouco, mas interrompeu o marasmo por um bocadinho.
Já não era sem tempo.
Ele deixou dois compromissos: crescimento económico (promessa difusa, em qualquer parte) e vitória nas autárquicas.
Ele deixou dois compromissos: crescimento económico (promessa difusa, em qualquer parte) e vitória nas autárquicas.
Talvez a desoposição acorde também e ajude a puxar o pesado comboio em que esta terra se tornou.
8 comentários:
Prometer "renovação" é prometer oportunidades para os que estão em baixo. O que se viu e vê, é que continuam os mesmos... até há queixas de falta de oportunidades por parte de apoiantes de Albuquerque.
Quem pensava que iria ter uma oportunidade, sente se traido. Segundo Maquiavel "o homem esquece mais depressa a perda do pai que a perda de património". Estes nunca perdoarao Albuquerque, e sempre que o puderem lesar saindo incólumes, o farao.
Quem queria ter uma oportunidade, já sabe que com Albuquerque não a terá... pelo que votará numa qualquer mudança.
Os que mantiveram os cargos, julgam se essenciais pelo que não se esforcarao por Albuquerque.
Os votantes querem dinheiro, e a esmagadora maioria sabe que não é com Albuquerque que satisfarão essa ânsia
Não existem palavras que façam alguém apoiar quem não cumpriu com a promessa de ganhar mais dinheiro.
Resumindo, Albuquerque, ao prometer Renovação, prometeu dinheiro. Sem dinheiro não há perdão para Albuquerque.
Levantei a orelha e pareceu-me ouvir o nome de Manuel Antonio Correia. Se calhar um S.O.S, pois com o 'canja' é só ratizidas...
Espero k o MAC nao va em cantos da sereia, seria o seu fim. Na verdade ele pode ir longe mss sem os renovadinhos atuais que so querem tachinho.
Caro Calisto. Vejo nesta sua analise muita condescendência e ainda nao estamos no Natal... Entrevistador sofrivel com perguntinhas de encomenda e sem qualquer pergunta incomoda, claro. De resto a meio ja era tratado por querido amigo, etc.. Entevistado noutro planeta. Desemprego nao ha a menos que o Silicon valey da ribeira brava empregue os mais de 20mil oficiais que por aqui andam, ja agora independentemente das habilitações. A conclusão e que O Estado tem de resolver, ponto. Isto mais parecia um entrevistado de um junta freguesia onde so tem poder executivo.afinal para que a açao legislativa autonomica? E as opções do próximo orçamento?
Com tanto aumento na turismo, só falta mesmos os trabalhadores terem, finalmente um aumentozindo, nem que seja. Excepto o emprego, está tudo a subir:impostos, turismo, maricultura, exportações aos milhares de toneladas, centro internacional de navios e de negócios (este é mais para o Pestana...), hotéis novos. Resumindo, o PAEF continua, menos para o Pestana.
Aquele era o Albuquerque? Pensei que fosse o dono da Acin e mais n\ao digo.
Pela conversa do sr. Presidente, isto está indo bem, salvo uma coisinha ou outra, está bom.
Para quem?
Para o Sr. Presidente, amigos e colaboradores próximos.
Porque a Zona Franca da Madeira ser explorada por um privado, no caso o grupo Pestana? Que dividendos tem a Madeira neste caso? Por isso somos mal vistos na Europa, por causa deste assunto, toda a Zona Franca e Centro internacional de negocios...
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