A GRANDE TRETA
Não gosto de ser desmancha-prazeres.
Quando no Governo Regional e porque a situação herdada da “Madeira Velha” justificava a prioridade à Justiça Social e às condições de vida dignas, apostei fortemente no investimento público e na correspondente criação de Emprego - permanente nas novas infraestruturas - para desespero das visões conservadoras e do liberalismo, que prefeririam o dinheiro distribuídos pelas Empresas - o que os “stands” de “mercedes” agradeceriam e o Povo continuaria miserável.
Aliás as nossas opções jogavam com as da União Europeia de então, aposta na Coesão Económica e Social, embora esta menos conseguida tal como a posteriormente institucionalizada Coesão Territorial.
Com a mudança geracional na Europa, coincidente com o capitalismo selvagem ter desenfreado após a queda do Muro de Berlim, para além de assistirmos à degradação que as políticas desta nova gente vêm trazendo à União Europeia, eis que procuraram camuflar os seus erros actuais, nalguns casos imoralmente austeritários, não através do investimento público controlado pela comunidade, mas através do derramar do nosso dinheiro por uma criação atabalhoada de empresas.
Se socialmente é justificado em períodos de crise de Emprego terríveis - eu próprio fi-lo mais intensamente nos ciclos de crises mais acentuadas - a questão que deve ser trazida a debate é se tal caminho deve constituir regra na estratégia de desenvolvimento a seguir.
Cada cidadão, para além dos impostos crónicos que todos os anos entrega ao fisco, em cada momento que consome e a qualquer hora do dia está sempre a pagar impostos, desde a gasolina a qualquer preço de qualquer produto, onde o vendedor correctamente na formação desse preço, já incluiu os impostos que também tem de assumir.
Que cada um veja a escandalosa percentagem do seu rendimento que acaba nas mãos do Estado, então neste País incivilizado cuja “classe política” ignorante não sabe o que é estabilidade fiscal, nem garantia do Estado Social no tempo!…
Ora, a actual e indigente geração política também infelizmente nos comandos da Europa, por um lado arranja umas estratégias ou acordos que beneficiam sempre os mais ricos - veja-se o denominado “plano Junker”, bem como o novo tratado com o Canadá.
Por outro lado, como é incompetente, procura camuflar o desemprego pela qual é culpada, através de “subsídios” para criação de novas empresas, impostos nossos que são para este tipo assistencialista e não para Desenvolvimento Integral.
Trata-se apenas de adiar o problema.
É que um subsídio inicial para criar uma empresa, só por si não é garantia do sucesso desta. E se falhada, não só lá foi o dinheirinho dos europeus, como volta o desemprego à primeira forma.
Mais. Se novas empresas, estas subsidiadas, vêm fazer concorrência às outras já estabelecidas, com o esforço de capitais próprios, mas muitas com dificuldades dada a conjuntura criada por esta indigente “classe política”, então vão todas por água abaixo se o mercado não as comportar. As que estavam e as que apareceram. O desemprego tornar-se-à ainda muito mais grave.
Temos aqui o delírio liberal da concorrência a qualquer custo, como norma “sagrada”, aliado a uma desastrada aplicação de Fundos públicos sonegados ao Cidadão europeu sem garantias de retorno económico e social.
Quando tudo isto inevitavelmente acabar por “explodir” - rezo para que não seja ainda em minha vida - os europeus verão um tal desmoronamento, que não terá qualquer comparação com os tempos difíceis que ultimamente se tem vivido.
Para já, a coacção do Estado-monstro com que pactuamos, “chupa-nos” inutilmente a cada momento.
E os beneficiários dos “subsídios”, bem como os inenarráveis “intermediários” destes processos, como a cigarra da fábula andam numa festa.
Funchal, 31 de Outubro de 2016
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim
6 comentários:
Excelente analise sobre desempenho do atual Desgoverno aqui ta tabanca. Ja agora isto é feito por articulista do mesmo partido?
O DN publicou uma notícia citando-te à saída do 1º Encontro Geracional Social-Democrata realizado na Casa de Saúde S. João de Deus. Vulgo Trapiche
Mereceu-me este comentário:
Notícia em perfeita consonância com o sítio que a viu nascer.
Esta parte da notícia, fosse a Casa de Saúde S. João de Deus um quartel com um médico com funções idênticas ao oficial de dia, o seu autor ficaria detido para exames mais profundos, ora leiam: “de uma vez por todas a questão da dívida pública porque é uma dívida histórica do Estado à Região após a extorsão durante cinco séculos” e a questão do emprego permanente. “Como disse, o presidente depende agora do crescimento da nossa economia. Crescimento da economia que é indissociável do bem estar social”, frisou. “Não podemos continuar num Estado que muda os impostos todos os anos.”
É mesmo uma trapicheira!
Vens tu agora com isto! Valha-te Deus. Assume, um vez na vida, os teus erros. É tempo de deixares a maçonaria, os "cubanos", os "traidores" e a Madeira Velha em PAZ. Ainda te dou conselho procura urgentemente o Klauss ele sabe como resolver isto.
Este Homem tá décadas à frente destes politiquinhos.
Eu acho que devia olhar para o conteúdo do artigo e esquecer esse ressabiamento, que tem para com A.J.J. Eu gostei de ler e apesar de também apontar defeitos,eu ainda acho que temos muito a aprender com ele.
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Victor Garces
Esse Senhor Figueira que foi colaborador no governo de Jardim, até parece que não passou por lá..(não era ele ? ) agora sabe tudo ...Um iluminado que tem uma fixação em Jardim. Nao escreve sobre outra coisa...
Ah senhor liberte-se---Eu tb já me libertei e mudo de passeio qd vejo essa excelência à frente. Isso incluso EU.
Sr. Presidente, não é uma treta, é uma teta que tem dado de mamar a muitos e emprego a poucos,tocou na mouche.
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