CONTINUAMOS 
A ACREDITAR

Loureiro (Laurus novocanariensis)

Continuamos a acreditar, que só com uma densa e diversificada cobertura vegetal das terras altas do maciço montanhoso central da Ilha da Madeira será possível aumentar a infiltração da água, recuperar os lençóis freáticos e reduzir o risco de cheias repentinas (aluviões).
Continuamos a acreditar, que as terras altas não voltarão a ser pastagens esqueléticas de animais famintos e que o pastoreio criteriosamente ordenado será possível nos terrenos perigosamente ocupados por matagais, eucaliptais, pinhais e acaciais entre os 500 e os 1000 metros de altitude.

Continuamos a acreditar, que com muita persistência e muito amor é possível ajudar a Natureza a recuperar a sua beleza original.
Continuamos a acreditar, que a estratégia desencadeada pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal em 2001 era a mais adequada para inverter o processo de desertificação dos píncaros da Ilha. Apesar do enorme revés provocado pelo fogo em Agosto de 2010, hoje a pouca distância do topo do Pico do Areeiro há loureiros com mais de 2 metros de altura a frutificar muito bem, desmentindo os cientistas que escreveram que àquela altitude os loureiros não ultrapassariam os 25 cm.
Aos investigadores e aos políticos, que afirmaram que não está provado que a retirada do gado do Parque Ecológico e das serras de São Roque e Santo António tenha efeitos positivos na redução dos riscos de aluvião, sugerimos uma subida até ao Pico do Areeiro para observar o porte e os frutos dos loureiros, dos cedros-da-Madeira e das faias-das-ilhas.
Continuamos a acreditar, que no próximo ano iremos encontrar pequenas plantas destas três árvores, bem como dos massarocos, das estreleiras, dos piornos, dos aipos-do-gado ou da urze-molar.
Continuamos a acreditar, que a Madeira será mais bela e mais próspera graças à resiliência da Natureza associada ao amor Humano.

 Cedro-da-Madeira (Juniperus cedrus subsp. maderensis)

Faia-das-ilhas (Morella faya)

02.09.2017 
Raimundo Quintal