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terça-feira, 3 de abril de 2012

Delírios da Madeira Nova

LIÇÃO QUE CHEGA DE FORA: MAS QUAL CRISE?!


O Bar do Henrique sempre foi uma poderosa prova anti-crise. Neste caso, até foi um socialista a pagar a conta...


Boquiabertos, os jornalistas da Madeira gravaram ontem as declarações do embaixador da Noruega em Lisboa, depois de o diplomata visitar o Palácio real de Inglaterra, na Avenida do Mar, e o gabinete chefiado pelo vice-presidente do governo regional, João Cunha e Silva. "A Madeira está a lidar bem com a crise", disse o sr. Ove Thorsheim, desconcertando os representantes da comunicação docial para os quais isto aqui na Região estaria prestes a estoirar.
Até eu mudei de opinião, porque, sem alarmismo embora, julgava que as coisas na Madeira poderiam estar a correr um pouco melhor.
Não há dúvidas: o sr. Ove não vinha de falar com o regedor de uma freguesia recôndita ou com o Zé-da-Esquina. O homem bebera informações junto daquele que preside ao parlamento por onde corre a má-língua de toda a vida regional, de extremo a extremo. O dr. Miguel Mendonça sabe do que fala e leitura tão cristalina da situação regional só um chefe de executivo, com quem falaria depois, exactamente, o embaixador norueguês, no caso um chefe interino, Cunha e Silva.
É bom que o povo - e contra mim falo - modere o seu mal-estar endémico e ouça mais a mensagem dos nossos representantes oficiais, conhecedores do estado desta terra por dentro e por fora.
Mea culpa. Afinal, basta olharmos à volta sem paixões nem azedumes pré-formados para darmos ao menos o benefício da dúvida, como diz o outro, a quem manda na tribo. O diplomata norueguês gaba esta terra e, baseado em Miguel Mendonça e Cunha e Silva, conclui que a Madeira "está a lidar bem com a crise". E não está, senhores? Um presidente do parlamento assim tranquilo. Um vice do governo optimista deste feitio. Um presidente de governo que, no meio da crise, pelos vistos falsa, passeia calmamente pelo areal fino e dourado, dá uns mergulhos nas águas tépidas do Porto Santo, passa horas a tomar copos e a comer marisco sem problemas com a conta, depois almoça como um leão em casa para não fazer a desfeita, prega-lhe depois com uma sesta profunda. Depois, para ressacar, passa pela delegação do governo para fazer o seu trabalho. De copo de uisque na mão ainda trémula, põe os telefonemas em dia e manda preparar a próxima viagem a Bruxelas, onde irá recuperar dos excessos das férias pascais.
Mas isto é de alguém responsável por uma terra em crise? Pronto, que haja um bocado de crise. Mas, como diz o diplomata nórdico, isto não é saber "lidar com a crise?"


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