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terça-feira, 3 de abril de 2012

Estilhaços de Madeira

DÍVIDAS DO GOVERNO DEIXAM ELECTRICIDADE ÀS ESCURAS

AFA continua nas hipóteses da privatização





A aquisição da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) pelos grupo AFA e Sousas e ainda por um outro representado pelo antigo secretário regional da Economia Pereira de Gouveia continua a ser a solução mais razoável para a questão delicada em que aquela entidade mergulhou, no dizer da praça entendida. É voz corrente que a EEM financiou o governo regional para suprir a falta de liquidez e assistir ao pagamento de ordenados à função pública. Como na Secretaria das Finanças não existe um cêntimo disponível para retribuir o 'balúrdio', e aliás ninguém do executivo insular tem autorização para 'mexer em dinheiro', a crise passa para a empresa que produz, transporta, distribui e comercializa energia na Madeira.
"Quando eu trabalhava lá, chegava às câmaras e avisava que ou pagavam o que deviam ou ficavam sem luz", recorda um antigo cobrador da empresa. "Era remédio santo: pagavam que era um regalo. Agora, e já nos meus últimos tempos de funcionário era assim, tornou-se normal simplesmente não pagarem. Não pagam e pronto, não lhes acontece nada."


De facto, além do governo, as autarquias devem à EEM verbas exorbitantes, tal como diversas empresas privadas, o que leva a concluir que quem aguenta a 'luz ligada' é o contribuinte normal.
"Se eu experimentar ficar a dever, eles cortam imediatamente a luz", queixava-se um cidadão no mesmo círculo. "Os tubarões é que têm esse direito de não pagar. Um escândalo!"
Consequência: a única solução para o dilema é o sector privado tomar conta da EEM, depois de o chefe do governo passar décadas a pregar contra a privatização dos sectores estratégicos.

ImageO que se comentava ontem era que, por exemplo, Avelino Farinha não precisaria de entrar com capital para tomar parte num consórcio que tome conta da Casa da Luz: bastaria transformar as dívidas que o governo tem com a AFA em dinheiro e empatá-lo na empresa.
Aliás, há um outro 'sector estratégico' intocável para Jardim antigamente, os transportes públicos, eue o governo quer agora impingir à AFA, o grupo que mais beneficiou com a política desenvolvimentista que fica a marcar o descalabro da gestão jardinista. O processo poderia ser o mesmo: o governo deve a Farinha, este fica com a Horários do Funchal. O problema é que a HF é altamente deficitária, com vencimentos em atraso, até, e o empresário rechaça o 'presente'.
Para o cidadão, obrigado a pagar tudo e a preços ainda agora revistos e aumentados, a luz continua mortiça. Quanto a transportes, tudo em ponto morto, se não engatarem a marcha atrás nos Horários e a empresa estoirar.
Cabeçadas político-económicas que já estiveram mais longe...


Com a devida vénia, e para enquadramento da EEM no conhecimento dos nossos Amigos, transcrevemos a seguir alguns elementos constantes do site da empresa presidida por Rui Rebelo, num conselho de administração também integrado por João Dantas, antigo presidente da Câmara do Funchal, e Mário Eugénio Jardim Fernandes.



A Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) tem como missão fundamental a produção, transporte, distribuição e comercialização de energia na Região Autónoma da Madeira. Através do fornecimento cuidado e continuado destes serviços, a EEM tenta assegurar não só a fiabilidade da rede energética regional, mas também a sua compatibilização com o meio ambiente na qual está inserida, contribuindo, deste modo, para a fundação de parâmetros conducentes ao desenvolvimento socio-económico desta terra.

Este sentido de missão é acompanhado por uma estratégia de gestão baseada em três princípios fundamentais. Em primeiro lugar, oferecer aos clientes da EEM soluções sustentáveis e financeiramente responsáveis para as suas necessidades energéticas, garantindo um nível elevado de profissionalismo e competência no seu relacionamento com a empresa. Em segundo lugar, representar dignamente a entidade accionista, assegurando a rentabilização do valor do seu investimento. Em terceiro lugar, reforçar a relação profissional com os trabalhadores da EEM, certificando condições que os permita serem edificadores e beneficiários da evolução da empresa.


Empresas participadas:

Casa da Luz
Sociedade denominada Casa da Luz - Empreendimentos Turísticos, Similares, Unipessoal, Lda (Museu Casa da Luz), criada em 1997 na comemoração dos 100 anos da introdução da energia eléctrica na ilha da Madeira, sendo detida integralmente pela Empresa de Electricidade da Madeira, S.A.
O Museu Casa da Luz tem como missão dar a conhecer um vasto espólio, conseguido ao longo dos anos, constituindo um espaço interactivo de informação e comunicação das tecnologias do presente e do futuro, essencialmente dirigido para os jovens e para as escolas.

EMACOM

Sociedade denominada EMACOM, Telecomunicações da Madeira, Unipessoal, Lda., constituída em Agosto de 1998, é detida integralmente pela Empresa de Electricidade da Madeira, S.A..
A EMACOM tem como principal objectivo rentabilizar a utilização das infraestruturas de telecomunicações da EEM e o aproveitamento de oportunidades de negócio nesta área.

ENEREEM
Sociedade denominada ENEREEM, Energias Renováveis, Lda. constituída em Setembro de 1998, com 85% do capital da Empresa de Electricidade da Madeira, S.A., 7,5% do Museu – Casa da Luz e os restantes 7.5% da AREAM (agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira).
Esta sociedade está vocacionada para o aproveitamento de recursos endógenos renováveis, nomeadamente nas áreas da energia eólica e hidroeléctrica.

Teleféricos da Madeira, S.A.
Sociedade denominada Teleféricos da Madeira, S.A., constituída em Abril de 1999, na qual a Empresa de Electricidade da Madeira, S.A. detém uma participação directa de 20%.

Centro Logístico de Combustíveis
Sociedade Companhia Logística de Combustíveis da Madeira, S.A., constituída em 1999 na qual a Empresa de Electricidade da Madeira, S.A. detém uma participação directa de 10%.

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