ÁGUAS AGITADAS NOS PORTOS
COM SALÁRIOS EM RISCO
* Greve confirmada para 30 de Setembro e 1 de Outubro
* Tudo encaminhado para que, em Janeiro de 2014, a Administração de Portos SA volte à orgânica de Direcção Regional
Nem os festejos pelo centenário da extinta Junta Autónoma, em Agosto, aplacaram as ondas bravas na política regional de portos.
Um elemento da administração da Apram acaba de avisar o sindicato do sector de que dificilmente aparecerá dinheiro para pagar aos quase 200 trabalhadores o mês de Setembro - pagamento que costuma ser feito a 25.
O descontentamento ainda não teve tempo de se propagar pela classe, mas obviamente que ninguém evitará a borrasca na costa levantada pelo 'calote'.
"Os profissionais têm as suas obrigações, incluindo compromissos bancários com data fixa, e não sei que repercussões esta falha poderá provocar", diz um elemento da máquina que movimenta a vida dos portos.
A mesma boca vocifera contra os vícios instalados no sector portuário, que redundam num despesismo evitável e prenunciador de um temível naufrágio.
Porto sem director e regresso da Direcção Regional
A ausência de um director de portos na grelha gestora é circunstância que continua a suscitar muitas críticas internamente. "O porto do Funchal deve ser dos poucos do mundo sem um director preparado para resolver alguma situação mais problemática que surja", diz o mesmo elemento, agastado com tal estado de coisas.
Não se sabe se essa lacuna será preenchida em Janeiro do ano que vem, data prevista para a extinção da Apram e regresso ao formato de Direcção Regional. Haverá então lugar à cessação da figura jurídica 'sociedade anónima', mantendo-se obviamente detido pela Região a totalidade do capital.
Por um lado, é bom que se dê a 'sapatada' no esquema de gestão em vigor. Qualquer mudança é bem-vinda, segundo o sentimento geral. "Pelo menos aquela máquina vai ficar muito mais ligeira, porque assim não pode continuar. Não se percebe como é que, com 5 juristas nos quadros, se pedem pareceres lá fora. É só um exemplo."
Tudo isto para além de pelo menos um caso de tribunal administrativo desencadeado por um quadro descontente com a sua situação na Apram.
No meio da turbulência crescente, mantém-se o pré-aviso de greve nos portos, apresentado ao nível nacional pelo Sindicato dos Trabalhadores das Administrações Portuárias, que terá forte adesão no Funchal. Os responsáveis da Apram fizeram as suas sondagens e estão convictos de que haverá mesmo paragem.
As previsões anunciam borrasca nos portos. O que se verifica quando no horizonte desponta uma guerra inventada pelo governo central sobre uma anedótica privatização de parcelas da Zona Económica Exclusiva.
Já não chegavam as peripécias das extemporâneas obras no calhau funchalense, inspiradas por um mero aterro...
3 comentários:
Com a APRAM atolada em dívidas, a sugestão que o colaborador da Fénix dá é a ocupação de um tacho que está vago (director do porto), com isso trazendo mais encargos para aquela empresa. Incrível. É mais ou menos como pedir que se deite mais carga num barco que está a naufragar. Pior que défice financeiro é o défice mental...
No aeroporto existe acumulação há muito tempo. O problema é se existe competência para o duplo desempenho...
A resposta, dada por alguém da Apram lamentávelmenten não é correcta.
1 Não desnente que a Apram não tem dierctor de operações portuárias, a exemplo dos demois portos, quer nacionais, quer estrangeiros. Equivocou-se redondademente, ao afirmar que o autor do comentário aqui referido, ninguém está à procura de tacho. Até porque, na Apram tem técnicos suficientemente, credenciados e, formados, em matéria relacionada com toda a actividade Portuária.É só uma questão, de uma boa gestão.
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