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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Campanha em marcha



Nortada sopra de São Vicente
VAGA DE EXPULSOS DO LARANJAL 
À ESPERA DE HUMBERTO

As visitas de Jardim a São Vicente azedaram ainda mais a situação tensa que as eleições autárquicas criaram no Norte. Um temporal que a meteorologia política não previa tão destruidor. 



 






O antigo presidente da Câmara tem o destino traçado por Jardim. Outros militantes do PSD acabam de ser corridos à frente  





O ex-presidente da Câmara de São Vicente tem estado fora da Madeira e por isso a comunicação entregue pela comissão política regional do PSD-M ao conselho jurisdicional do partido ainda não arrancou. Mas, muito brevemente, Humberto Vasconcelos será convocado para uma audiência prévia onde se pronunciará sobre os factos de que vem acusado: participação na campanha eleitoral em curso em defesa de uma candidatura que não a social-democrata.

O processo não será mais do que um pró-forma, não só porque Jardim já queria ver o antigo autarca expulso fosse como fosse, mas porque, a serem provadas as acusações, como certamente serão, Humberto é expulso do PSD para se juntar a outros que foram à frente, nos últimos dias.
Uma vaga de militantes social-democratas recebeu já, efectivamente, ordem de expulsão. Com toda a lógica, diga-se. Concorrem às eleições em listas adversárias das que o seu (ex) partido candidata naquela câmara nortenha. E os estatutos não deixam margem para dúvidas nessa matéria.
O PSD só tem de juntar ao processo de cada um a certidão do tribunal provando a sua candidatura pela outra força - todos nos Unidos por São Vicente - e a expulsão é imediata. Estatutos nacionais, para que conste.

Não conseguimos apurar quantos militantes laranja passaram a essa situação de expulsos, mas garantiram-nos que são em número significativo.
Curiosamente, muitos deles tentaram suspender a sua categoria de militantes em vez de simplesmente se demitirem, uma vez que pretendiam integrar listas hostis às suas cores de origem. Pretensão que também tem sido apontada por Jardim ao candidato socialista no Porto Santo, Filipe Menezes. No caso de São Vicente, a resposta à ideia da suspensão foi uma nega, seguida de expulsão, mal houve acesso às referidas certidões em tribunal.
Dirigentes do PSD, por comparação, elogiam ex-militantes da Ponta do Sol que são hoje candidatos locais pelos independentes, mas que pediram previamente a exoneração de militantes.

Humberto, um caso especial


Com Humberto Vasconcelos, que foi presidente da Câmara de São Vicente, o caso é diferente, já que não faz parte de listas nenhumas. Mas é acusado de uns 5 ou 6 episódios de campanha eleitoral patente a favor dos Unidos - a lista de independentes constituída à base de social-democratas contestatários (já expulsos do partido original). O assunto foi participado ao Conselho Jurisdicional do PSD através de comunicação da Comissão Política Regional, como determinam os estatutos. Dessa comunicação fazem parte queixas diversas da autoria de militantes nortenhos.

Que dizem as queixas? Dizem que Humberto faz descaradamente campanha contra o PSD nos adros. Que participa em campanha de porta-a-porta, apelando ao voto nos Unidos e denegrindo a imagem do PSD. Que ameaça funcionários da Câmara afectos ao PSD com retaliações pós-eleitorais, em caso de vitória dos Unidos. Estes episódios foram incluídos nas queixas e com nomes de testemunhas. Pelo que os factos deverão ser provados e o acusado expulso. 
A sentença está dada, em termos práticos.


Uma das acusações aponta que Humberto esteve em adros de igrejas no meio dos candidatos dos Unidos. E com Jardim presente no local. Aliás, os Unidos - com Humberto - estiveram à espera que o líder dos social-democratas, de visita ao Norte, acabasse de falar aos fiéis que saíam da missa.


A outra versão


Activistas próximos do antigo presidente da Câmara contestam toda esta história contada na versão oficiosa do PSD. Entendem eles que Humberto, ou seja quem for, pode estar num adro a falar com quem quiser sem que o possam acusar de estar metido numa campanha eleitoral.

Destacam, a propósito, a obsessão de Jardim por envolver Humberto nas histórias fictícias que costuma contar. Fê-lo em comícios e inaugurações com Humberto Vasconcelos perto, para o provocar. O que não caiu bem no povo presente.
O que Jardim pretende é vingar-se da posição firme de Humberto nos seus tempos de autarca, tanto com a presidência do governo como com os seus emissários... ou emissárias.
Outro motivo da incontrolável animosidade de Jardim - o mais doloroso - prende-se com o apoio expresso de Humberto à candidatura de Miguel Albuquerque à liderança do PSD em 2012... contra o carismático e até então indiscutível chefe.


Jardim acha-se com motivos para odiar o antigo edil - dizem elementos do Norte desafectos ao actual PSD - e não esconde a 'doença'.

Ainda há pouco, acusou Humberto de ressabiamento por não lhe ter sido atribuído um tacho. Ora, Jardim quis colocá-lo à frente das grutas de São Vicente e ele recusou o tacho. O que indispôs o chefe. 
Humberto actua por convicções, não por tachos - dizem os seus próximos.
Jardim também acusou o 'inimigo nortenho' de esbanjar fundos públicos para fazer uma estrada paralela a uma já existente só para servir... a casa da irmã. Resposta: Humberto apenas se limitou a uma requalificação urbana e a pedido da Sociedade de Desenvolvimento, para melhorar o acesso às grutas. Quem mandou fazer uma estrada paralela à Dr. João Abel de Freitas, da vila ao Laranjal, com uma diferença de 5 metros, foi o próprio Jardim - a via expresso, produto da obsessão por inaugurar obras megalómanas.


Fajã do Penedo foi a gota de água

Se Jardim se sente com tantas razões de queixa de Humberto, por que lhe pediu encarecidamente para o apoiar em cima do palco num comício para as regionais de 2011? - perguntam os mesmos elementos. Que evocam o célebre jantar num restaurante em São Vicente que traria embaraços... a Manuel António Correia. 
Se o secretário regional não estivesse lá, teriam avançado já com queixas contra Humberto - suspeitam os elementos do Norte. Quando, afinal, o ex-autarca apareceu para saborear uma 'caldeirada de lapas' a convite de um amigo que convidou muito mais gente.
Mas se estão a querer expulsar o Humberto porque esteve nesse jantar com elementos dos Unidos por São Vicente, então devem expulsar também Manuel António. A fotografia que apareceu em público e que causou confusão no PSD foi obtida pelo motorista do secretário com a máquina da casa - apontam os elementos referidos.
Recorde-se que Manuel António, por causa desse episódio, se viu forçado a divulgar um comunicado reiterando o seu total apoio aos candidatos do PSD-São Vicente, porque já desconfiavam no Funchal não fosse estar ao lado dos Unidos.
Podemos garantir, com certeza absoluta, que entre as acusações a Humberto não figura o convívio dessa noite com Manuel António, com activistas dos Unidos, candidatos do PSD e muitos emigrantes em férias. Se calhar porque não quiseram embrulhar o governante, quem sabe...


Mas, se está livre dessa 'caldeirada', Humberto continua com Jardim 'à perna'. E agora o processo de expulsão.

Companheiros do seu círculo entendem que a 'gota de água' que fez transbordar o copo das raivas de Jardim foi a festa da Fajã do Penedo, um par de semanas atrás.
Jardim chegou no seu Mercedes à Fajã e deve ter estranhado que, pela primeira vez em mais de 30 anos, se apeasse do carro na aldeia perante uma intrigante indiferença do arraial. Quais aplausos de outros tempos! O homem saltou para o caminho e nada de palmas.
Jardim olhou para um lado e para outro e chamou-lhe a atenção o facto de a banda estar a tocar o hino... para Humberto Vasconcelos. Aqueles números próprios das festas populares: a banda toca o hino às figuras prestigiadas na paróquia a troco de um donativo. Mas... não seria provocação? O hino àquela hora e com uma chegada presidencial sem honrarias?
Toda a gente, comitiva oficial incluída, apercebeu-se do 'incidente' - segundo nos garantem.
O ambiente estava carrancudo para Jardim, na Fajã do Penedo. Ares muito turvos. "Ele está a ser pessimamente recebido", pensaram no local os elementos com quem falámos. Que nos relatam mais: operacionais do staff de Jardim chegaram a ser corridos do bar onde foram tomar café, porque a sua presença desagradava. Aconteceu mesmo, insistem.
Asseguram-nos ainda: bom para ele (Jardim) que não tenha resolvido fazer para ali algum discurso. Havia estratégia montada para que o chefe não conseguisse fazer-se ouvir.
Verdade?
Quando ele se meteu no carro todo abespinhado - contam-nos - levava uma firme decisão na cabeça perdida: expulsar Humberto do PSD fosse lá com que motivo fosse.


Ainda bem para ele - prosseguem - que vai estar fora da Madeira e não aparece por São Vicente na última semana de campanha. Porque, se viesse ao Norte ofender mais uma vez o Humberto num adro ou noutro lugar qualquer, teria resposta adequada à sua insistência nas provocações. Já estava tudo preparado para o ensinar. 

No fundo - concluem - o que ele quer é arrumar todos os que apoiam o Miguel Albuquerque. Mas ninguém tenha dúvidas de que, dentro ou fora do partido, Miguel há-de receber todo o apoio que for preciso para acabar com esta ditadura! - palavras dos elementos próximos do ex-autarca Humberto Vasconcelos, o próximo da 'lista negra' de Jardim a ser expulso do PSD-Madeira.

5 comentários:

Anónimo disse...

Este texto prova bem e deixa bem claro. Depois de 40 anos de PSD, São Vicente em a hipótese de escolher agora entre PSD e PSD.

E estão todos contentes

Anónimo disse...

Os candidatos pela lista do PSD em São Vicente,na sua campanha,vão bater à porta de quem tem medo,não de todos os membros da população.O Dr AJJ parece ser que não se lembra que a estrada Dr João Abel já existia há muitos anos,antes mesmo da via expresso,ou do mamarracho dos bombeiros,ou mesmo do chaço a que se chama Escola Agrícola.Tambem deve lembrar-se que não há memória de alguém ter ouvido o Dr Humberto enxovalhá-lo em público,ao invés da especialidade do Dr AJJ.Os militantes ou ex militantes do PSD não precisam de pertencer a seita nenhuma,melhor para eles estar fora daquela enxovia.....

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Já que fala no antigo Presidente da Câmara de S. Vicente, não posso deixar de fazer aqui uma observação.
O facto de se ser contra Jardim, não transforma, por si só, a "potassa em beladona" (proeza conseguida por António Ferro, ministro de Salazar...).
Ele não tem as mãos limpas. Sujou-as e bem, na referida Câmara, em prol do regabofe jardinista.

Anónimo disse...

a quantidade de ex cães de fila à solta! Com os mesmos vícios, as mesmas manhas, os mesmos objetivos: enriquecer muito e depressa.

Mas que importa isso?!??

Anónimo disse...

Prezadíssimo Sr. Coronel, suas palavras são como uma gota de água no deserto. E igualmente bem vindas como raras. No meio de tanta "canseira" laranja, eis que um, que há tão pouco tempo nessa mesma fruta se lambuzava (e não pouco nem tão poucas vezes) nos é "oferecido" pela imprensa e pelos média em geral (com excepção do "embrulha peixe da madeira") como se de um salvador imaculado se tratasse. Nada mais enganoso nem falso. Humberto Vasconcelos foi o presidente mais esbanjador e oportunista, vaidoso, prepotente, que alguma vez São Vicente teve. Como Vicentino é uma afronta assistir a todo este circo em volta de tão pequeno personagem.

Mais uma vez, Sr. Coronel, em nome da verdade e de São Vicente não embevecido pelos falsos imaculados, muito obrigado pelas suas palavras.

Ass. Um Vicentino que sabe ler