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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Eleições Autárquicas





CAFÔFO PRETENDE MAIS
DO QUE VOTOS DE PROTESTO













O projecto de mudança terá de ser aprimorado e levado à prática de modo a que o Funchal em 2020 seja considerado "a melhor cidade do País para se viver". A mensagem foi transmitida por Paulo Cafôfo esta quarta-feira à noite no 'Redondo', Alto da Pena, aos munícipes de Santa Luzia.
Num estilo determinado mas cortês e atraente que os analistas políticos profissionais ou sociais reconhecem já ter seduzido a população do Funchal, o cabeça-de-lista da coligação 'Mudança' expôs as suas observações, leituras e ideias sobre o trabalho de que o Funchal precisa para se transformar. Uma transformação radical, mas sempre com os interesses das pessoas em primeiro lugar, fez questão de sublinhar.


'Revolução' e 'evolução'


"29 de Setembro tem de ser o dia da revolução", exortou Paulo Cafôfo, anunciando que, depois das eleições, o 'r' de 'revolução' cairá para permitir a 'evolução' pela qual mais de 100 mil funchalenses anseiam.
O discurso forte mas sereno do candidato, a patentear uma notável empatia com as pessoas, foi várias vezes interrompidos pelo 'grito de guerra' 'Mudança! Mudança!', entoado pelos cidadãos de Santa Luzia presentes, onde se enquadravam, em separado, os líderes dos partidos que compõem a coligação. Designadamente, Victor Freitas (PS), José Manuel Coelho (PTP), Baltasar Aguiar (PND) e Roberto Almada (BE). Não vimos os líderes do PAN nem do MPT. Mas estavam outros dirigentes e figuras conhecidas, como Emanuel Jardim Fernandes, antigo líder socialista, e Gil Canha, dirigente PND e vereador funchalense, entre outros.
À frente do palco, montado no 'Redondo' sob a copa de uma sumaúma espectacularmente florida nesta época do ano, o público só se distraiu momentaneamente da intervenção de Cafôfo quando uma voz na esplanada vizinha festejou o golo do FC Porto em Viena. 
O orador continuou, para ceder uma das suas raras respostas aos adversários. No caso, nem referiu nomes, mas percebemos que se dirigia ao candidato laranja, Bruno Pereira, quando disse estranhar que quem acusou a candidatura da coligação de 'demagogia' ande agora por aí a fazer promessas para não cumprir.
Finalmente, Paulo Cafôfo, apesar de mal refeito da longa jornada de 24 horas consecutivas em contacto com as várias realidades do Funchal, de terça para quarta, contrariou adversários social-democratas que, preparando-se para justificar a sua derrota, dizem que um sucesso da 'Mudança' não passaria de um voto de protesto dos eleitores descontentes com o poder laranja. 
"Nós não estamos a trabalhar para recolher votos de protesto, nós temos um projecto para a cidade que vai começar a ser posto em prática depois das eleições e é para esse projecto que pedimos o voto dos funchalenses", esclareceu.


Marília Azevedo responde aos rivais


A candidata à junta explicou o porquê de conhecer bem a freguesia.
Antes de Cafôfo, que encerrou o comício em apoteose, Marília Azevedo fizera questão de sublinhar o seguinte: que nasceu em Santa Luzia, cresceu em Santa Luzia, casou em Santa Luzia, constituiu família em Santa Luzia e trabalha na Escola da Pena, em Santa Luzia. "Não venham dizer que nós não conhecemos a freguesia", concluiu o raciocínio, em resposta a um ataque recente de Bruno Pereira, o cabeça-de-lista PSD que, se estava neste início de noite em casa do pai Virgílio, ouviu tais remoques ao vivo.
A candidata à junta de freguesia, que se tornou figura pública pelo aguerrido e longo trabalho na presidência do Sindicato dos Professores da Madeira, pautou a intervenção também por uma toada serena. Segura. Os projectos que aflorou para Santa Luzia valeram-lhe várias interrupções com aplausos. "Este trabalho não acaba no dia 29", sublinhou. 


Pode dizer-se que Santa Luzia viveu um serão animado, enriquecido por conteúdos políticos. Quando se viu a unidade dos candidatos da freguesia em palco, de mãos entrelaçadas no ar e atraídos à boca de cena pelo entusiasmado público, notou-se optimismo no rosto dos líderes das formações partidárias constitutivas da coligação 'Mudança', misturados com os apoiantes.


'Bexiga' endiabrado na promoção do 'nosso Carequinha'


Uma silhueta inconfundível.

Viveu-se um final tão empolgante como fora o número de abertura do comício. O endiabrado 'Manuel Bexiga' (Márcio Amaro), abriu as 'hostilidades' atirando uma sequência ininterrupta de 'charges' a fazer arder as orelhas de 'Adalberto' João, de Carlos Machadinho, que "anda por aí enfiado e branquinho', Jaime Ramos e outras figuras do regime jardinista.

Mas claro que o número de 'Bexiga' - um comício dentro do comício - agarrou-se mais a Jardim. O líder PSD esteve dias atrás, com os operacionais laranja, naquele mesmo local, o que obrigou Manuel 'Bexiga' - disse ele - a 'desinfectar' a zona esta tarde.
Pelo meio, deu uma lição de religião, explicando que Santa Luzia é a protectora dos olhos, a santa que zela pela vista de todos. Santa que, infelizmente, "tem tido azar" na Madeira, já que a maioria tem mostrado vista empenada quando vai pôr a cruzinha no voto.
'Bexiga' afirmou confiar no povo de Santa Luzia para inverter dia 29 o azar da santa. E aproveitou a deixa para notar que é especialista na matéria, conhece tudo e todos os santos, incluindo um Santos Costa que anda por aí a...  

"É nos carecas que elas votam mais!"



Depois de zurzir Bruno 'Vespeira' com as suas piadas, o artista apelou ao voto em Paulo Cafôfo, com quem até a mulher do próprio 'Bexiga' sonha todas as noites denunciando-se quando está a dormir pelos elogios à "careca daquele borracho". Depois de ter entrado em cena cantando o 'Bailinho da Madeira', com referências de corar ao 'buraco financeiro' da Região, o fantástico animador pôs toda a gente a dançar ao som de um clássico carnavalesco dedicado às mulheres: "É dos carecas que elas gostam mais". 
Ou será que a letra dizia "é nos carecas que elas votam mais"?


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