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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Madeira Nova


A INDECÊNCIA DE SUA EXCELÊNCIA

Para sustentar as mordomias indecentes do rei da tabanca, obviamente é preciso que os desgraçados façam mais sacrifícios. É a correlação orçamental activo/passivo

O gerente não executivo da Região recebeu hoje o comandante na Madeira da GNR e aproveitou para se demarcar de Passos Coelho, de quem é mandatário. 

No hábito de sofismar relativamente a tudo o que acontece, o rei da tabanca vem de proferir, hoje mesmo, julgamento sobre os anunciados cortes nas pensões da Função Pública: "indecente", pronunciou-se o chefão.
Sua excelência, falando perante os jornalistas para o povo ouvir, fez acompanhar o douto juízo da costumeira declaração de sapiência: "Como eu já disse..." 
Pois: como ele "já disse" - e "desde o princípio" -, este governo não presta. 
Ele ultimamente até implora aos patas rapadas, só porque têm a arma do voto na mão: "Não confundir o PSD-M com o PSD-Passos Coelho".
O tipo que fala assim (ele trata os outros pior do que 'tipo') esquece-se propositadamente de recordar que foi mandatário na Madeira do Passos Coelho que agora renega.
Ele colaborou para que Passos Coelho se firmasse como líder do PSD nacional e por essa via chegasse a primeiro-ministro. Mas agora não tem nada com a situação que ajudou a criar. Ele garante que desde o princípio foi contra este governo. Ele, que sempre defendeu, em caso de maioria relativa do seu partido, uma coligação com o PP!
Descaramento sem limites.

Portanto, o PSD-Madeira nada tem de comum com o PSD de Passos Coelho.
As coisas mudaram. Alguns anos atrás, qualquer espirro do governo liderado por José Sócrates era pelo rei da tabanca regional atribuído ao PS-Madeira.
Nas últimas semanas não, porque o escândalo nacional vai demasiado grave. Mas, há bem pouco tempo, quando faltava ao discurso de 'Meio Chefe' um motivo razoável para zurzir os socialistas madeirenses, pregava-lhes com as antigas 'patifarias' de Sócrates em rosto. 
Então, se havia uns meses de seca na Madeira, a culpa era do Sócrates e dos malvados socialistas madeirenses.
Hoje, se o aeroporto fecha por causa do vento, a culpa é do Passos Coelho - mas não do rei da tabanca.

Agora que o draculiano (de Drácula) governo PSD-PP suga o resto do sangue dos portugueses, indo ao ponto de ceifar mais 10% nas pensões dos ex-funcionários públicos que já vivem miseravelmente, sua excelência, que foi mandatário de Passos Coelho, sacode a água do capote.
Mesmo neste clima de penúria e deprimência, continua ele por aí a chamar os adversários que lhe disputam as autárquicas de "desgraçados", "malucos", "fascistas". Só não utiliza nomes mais atrevidos porque é muito esperto.

Ora, quem é este cavalheiro que maltrata indecentemente cidadãos madeirenses que pagam os seus impostos, que não arruinaram as finanças da sua terra, que não empenharam as gerações futuras, que não rebentarem com a estrutura da paisagem, que não dividiram nem puseram uma sociedade inteira à pancada?
Quem se pensa ele que é, só porque tem ganho eleições à custa do obscurantismo do rebanho?
Quem é essa postura tão corajosa quando vocifera longe dos ofendidos? 
Já vamos ver a sua valentia em breve, quando não tiver direito a guarda-costas (que o detestam) e se se atrever a dar uma volta por aí.

O sujeito vem dizer que o novo corte na função é "indecente". Para dar a ideia de indignação. Ele, que tem vencimento e reforma em simultâneo! Ele, que leva uma vida de nababo, com férias em casa gratuita, na duna porto-santense e com campo de ténis. Ele, que anda pelas Europas devidamente assessorado, com mais frequência do que um funchalense vai a Machico ou um machiquense vai ao Porto da Cruz! Ele, que tem orientados, e bem orientados, os que o rodeiam.
Indecente, cortar mais nas pensões dos desgraçados? 
Sem esses e os outros cortes, como é que se iria sustentar a vida faustosa dos carreiristas, oportunistas e estoira-vergas como o das Angústias?

5 comentários:

Anónimo disse...

Adorei o seu artigo. Parabéns.

Anónimo disse...

é indecente cortar nas pensões , mas não é indecente ser dos unicos a acumular ordenado e pensão .

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Jardim conhece mal a tropa. Passou umas férias regaladas no Quartel General da Madeira (enquanto os seus contemporâneos se batiam em África...) e isso não chega para perceber a realidade militar.
Se julga que "amansou" o actual comandante da GNR, é capaz de estar muito enganado.

Anónimo disse...

será que além de vencimento e reforma existe uma subvenção política?

Luís Calisto disse...

Caro Coronel Fernando Vouga
Seria interessante que ele experimentasse repetir a ofensa da "tropa efeminada", só para ver o efeito.