TODOS OS PARTIDOS DA 'MUDANÇA'
QUEREM RECONCILIAÇÃO
O trabalho de décadas para derrubar o jardinismo não pode ser simplesmente atirado fora - concluíram ontem à noite vereadores e deputados municipais da coligação, reunidos sem Paulo Cafôfo
Se Paulo Cafôfo endereçou esta segunda-feira o ónus da crise municipal para os companheiros de coligação, no comunicado em que reafirma querer levar o mandato até ao fim, os referidos companheiros devolvem o 'cumprimento' com uma mensagem consensualista: que haja reconciliação na vereação 'Mudança' e que todos trabalhem por ela.
Ou seja, ninguém aceita assumir a responsabilidade de uma badalada queda da Câmara.
Reconciliação foi, de facto, a palavra-chave da reunião de segunda-feira à noite no Museu do Açúcar (terminou às 10 e um quarto da noite) participada pelos eleitos funchalenses da 'Mudança' - vereadores e deputados municipais.
Tratava-se de uma reunião agendada vai para duas ou três semanas pelo próprio Cafôfo.
Mas vale a pena contar algumas incidências das últimas horas.
A primeira consiste na ausência de Paulo Cafôfo de uma reunião que foi agendada por ele próprio. Agendamento feito há duas semanas para uma reunião que seria de rotina, esclareça-se como se impõe.
Sensivelmente à hora do início do encontro, despachava o presidente da Câmara um comunicado para os meios de comunicação informando que não cedia a chantagens e que levaria o mandato até ao fim.
Uns 10 minutos antes, Cafôfo divulgara também uma mensagem aos eleitos da 'Mudança' informando que não abandonava o seu cargo porque o projecto era para seguir em frente como programado inicialmente.
Os vereadores e os deputados municipais eleitos pela coligação estão assumidamente indisponíveis para arcar com as responsabilidades de um desenlace fatal na Câmara. Na reunião de ontem ao fim do dia, manifestaram-se ansiosos, como dissemos, pela obtenção da reconciliação que viabilize a continuidade do projecto 'Mudança'. Mensagem a levar esta terça-feira ao próprio Cafôfo por uma comissão composta por Guida Vieira, Micaela Camacho e Luísa Clode.
Pelo menos durante o dia desta terça, enquanto correm mais negociações, os vereadores da 'Mudança' exercerão funções nos respectivos pelouros.
Toda a gente está de acordo: a luta pelo derrube do regime PPD levou 30 anos e ninguém tem o direito de desperdiçar o trabalho de tantos oposicionistas que deram o melhor de si, com prejuízos pessoais e familiares, estes anos todos.
Os elementos reunidos ontem partem do princípio de que se o projecto é para ir em frente como planeado inicialmente, conforme propõe o presidente, está pacificamente contemplado o regresso de Gil Canha à equipa executiva, já que Gil faz parte do projecto desde o início.
Depois das conversações com o presidente Cafôfo, a comissão encarregada de o exortar à reconciliação volta a sentar-se com os membros eleitos da 'Mudança', em nova reunião prevista para as 7 da tarde. Não se pode adivinhar é se levará uma resposta concreta de Cafôfo.
6 comentários:
Sr. Calisto, não por sua culpa, mas esta sua notícia é um hino à ironia e esquizofrenia ao mesmo tempo. Afinal todos estão de acordo e todos querem o mesmo? Isto apesar do mais alto responsável dizer que não aceita chantagem? Depois de ter demitido e voltar a readmitir os adjuntos? Depois de um vereador ver retirados os pelouros e fazer finca pé? Agora os partidos estão todos unidos mas ainda não os ouvimos falar e entregam a coisa nas mãos da "sensata" Luisa Clode? Cruzes, que imaginação. Não a sua Sr. Calisto. Deve ser difícil como o diabo sentar-se e tentar descrever este filme. Lá que esta gente é criativa é. Surpreendente também. E agora, voltando à terra: para que é que serve esta chinfrinada toda afinal? Não acredito que isto seja apenas o resultado de alguns neuróticos queimados pelo fumo e por algumas ponchos. Seria mau de mais mas, na minha proveta idade já vi tanta coisa.
é fácil....mudam os vereadores...o Presidente é que manda...podem fazer a chiqueirada que quiserem que é assim...
Ainda bem que tudo se resolveu como parece. Afinal de contas a experiência de democracia na Madeira tem apenas seis meses e era pedir muito não existirem alguns arrufos e desentendimentos pontuais. Foi muita gente sacrificada e perceguida ao longo destes ultimos 40 anos para se deixar cair tudo assim sem graça, toda a esperança de mudança. Os meus filhos só conheceram o poder laranja mas espero que ainda, estes e os os meus netos consigam viver a diferênça e comparar a alternância.
Taxem lá o Marítimo, os Sousas, os Caldeiras e os Trindades e deixem-se de brincar aos favores e à pol+itica. A Madeira agradece. Todo este episódio so pôs a nú uma coisa - são todos iguais.
O Gil volta? Espero que não! Os técnicos odeiam-no. É uma pessoa com problemas profundos.
Enquanto se entretêm com estas guerras de faca e alguidar, continua o desgoverno da CMF.Eles são almoços, eles são jantares, à tripa forra, e os munícipes a apitar.
Chamam a isto DEMOCRACIA?
Mas que mentes inclassificáveis fomos eleger?
Que gente é esta?
O nosso futuro colectivo entregue a este bando?
Rua, rua, rua.
Enviar um comentário